Antes de Ir

Acordo com uma forte dor na cabeça, coloco minha mão nela e tento me levantar mas não consigo,percebo que não estou sentindo minhas pernas e isso me causa certo desespero, estou com fios presos em meu braço, eles sim eu consigo mexer porém minhas pernas não. Escuto a porta do quarto ser aberta e vejo Bruna, a mesma entra e se senta na poltrona. — Bruna, bruna.- chamo e minha voz sai baixa e embargada. A mesma me olha e quando me ver acordada parece não acreditar no que está vendo, começa a chorar e vem ao meu encontro me abraçar. — Diana, graças a Deus você acordou amiga. Eu irei tanto por você.- fala acariciando meu rosto. — O que estou fazendo aqui?, Bruna eu não estou conseguindo mexer as minhas pernas por favor me diga o que está acontecendo. - pergunto sem entender o que está acontecendo, falo nervosa e chorando ao mesmo tempo. Minha amiga respira fundo e fica me olhando assustada. — Se acalme Diana eu irei chamar os médicos.- fala com os olhos cheios de lágrimas. Tento me sentar mas não consigo e isso me causa um desespero dentro de mim e com esse mesmo desespero me lembro de meu filho, coloco a mão em minha barriga no mesmo instante em que a porta e aberta, quando Bruna olha minha mão em minha barriga a mesma balança a cabeça negativamente, na mesma hora eu entendo que não tem mais uma criança dentro de mim. Uma vontade de gritar surge dentro de mim mas não consigo, peço a um dos médicos para se aproximar de mim e pergunto por qual motivo não estou conseguindo sentir minhas pernas, uma mulher loira baixinha se aproxima de mim e mexe em minhas pernas porém eu não sinto nada, a mesma olha para um senhor que está na sala, o mesmo se aproxima de mim e me olha com ternura. — Diana você precisa ser forte, isso não é um laudo definitivo mas infelizmente você está paraplégico, em decorrer do acidente. Iremos fazer o nosso melhor para reverter esse quadro clínico.- fala me olhando serio. Começo a chorar e peço para ficar sozinha, meu Deus o que eu fiz pra merecer tudo isso. No mesmo instante vem fleches em minha mente, vejo Flávio vim com o carro em alta velocidade pra cima de mim e de Bruna, olha para a mesma e a chamo. — Você está bem?- pergunto preocupada. — Estou sim Diana, só sofri alguns arranhões. Você lembrou do que aconteceu.- me pergunta de cabeça baixa. — me lembrei sim, ele foi preso? - pergunto preocupada. — Foi sim Diana e o time em que o mesmo estava jogando o demitiu, Flávio não está nem um pouco arrependido do que fez. Por mas que perdeu tudo o mesmo está satisfeito por ter afetado você de algum jeito. — E Dante?- pergunto com medo da resposta. —Amiga, Dante não saiu um minuto do seu lado. hoje inclusive estava com você antes de acordar, o mesmo foi embora para pois precisava resolver coisas da empresa. Ele estava indo viajar, avisei que você acordou, ele está vindo correndo te ver. Dante sofreu muito com tudo isso amiga, Carlos também. O mesmo contratou o melhor advogado para fazer Flávio pagar pelo que fez com você. - fala limpando as lágrimas. A médica aparece e me examina por completo, anotando tudo que ver, logo uma enfermeira aparece e me leva para tomar banho, me coloca em uma cadeira de rodas e me encaminha para o lugar, com a ajuda da mesma tô meu banho. A enfermeira me seca e coloca a roupa em mim, sinto vergonha e triste por tudo que está acontecendo, não acredito que irei precisar de ajuda para tudo. Viajo em meus pensamentos e acabo chorando, a enfermeira percebendo meu choro pergunta se ela me machucou. Digo que não e fala para ela o meu medo de ficar desse jeito para sempre. — Deus te deu uma segunda chance e escutei que você tem chances de voltar a andar, se receber esse presente viva menina, mas não se lamente por está assim. Enquanto a vida a esperança, pronto está arruma. Vou te levar para o quarto.- fala rindo quando termina de colocar a roupa em mim e pentear meu cabelo. Volto para o quarto calada e Bruna não está mais aqui, a enfermeira me coloca na cama e diz que qualquer coisa e só apertar um botão que está ao lado da minha cama. Fico deitada e viajando em meus pensamentos que nem vejo Dante entrar no quarto, sinto sua mão passear sobre meu rosto, limpando minhas lágrimas. — Que bom que você chegou.- falo dando um sorriso para o mesmo. — Eu jamais iria te deixar sozinha amor, estou muito feliz com a sua melhora.- fala sorridente. — Eu não posso mais andar, agora serei um atraso de vida para você.- falo chorando. — Amor isso não será para sempre e se for irei te amar e cuidar de você do mesmo jeito. — Você não ia viajar a negócio? — você é mais importante amor, Carlos está vindo para cá, está ansioso para ver você.- fala acariciando meu rosto. Fico ouvindo a voz de Dante e sentindo seu carinho em meu rosto. Nós braços de meu amado não consigo pensar em dar apenas em esperança, ficamos conversando sobre assuntos aleatórios e escutamos dois toques na porta. Olhamos juntos e vejo Carlos parado na porta esperando o convite para entrar, começo a rir da reação dele. — Posso entrar?- pergunta sem graça — Claro que pode, não é minha casa não mas seja bem vindo.- falo rindo. Tento a todo tempo demostrar que estou bem mas por dentro só Deus sabe como estou, meu coração está dilacerada, em um momento eu tinha tudo, estava gerando um filho do homem que amo, um emprego maravilhoso, podia ir e vir sem depender de ninguém e no outro momento, tudo acabou. Tento colocar em minha mente que o que vale é a minha vida e em breve poderei ter outro filho e só de estar viva já tenho muito que agradecer. Viajo em meus pensamentos que nem escuto o que Carlos está falando, tento parecer feliz mas sem sucesso. — Em Breve você estará em casa Diana, lembre-se sempre que você tem amigos que te ama e torce por você o tempo inteiro. Essa fase vai passar tenha fé.- fala segurando minha mão. — Já estou ficando com ciúmes.- Dante fala para quebrar o clima tenso que ficou. — Não precisa ter ciúmes amor, Carlos e meu amigo e seu também.- falo rindo. As horas se passam e os rapazes vão embora, Dante beija meus lábios e diz que amanhã estará de volta pra ficar comigo e diz que Bruna está do lado de fora da sala, a mesma irá passar a noite comigo hoje. Os dois vão embora e Bruna entra, a mesma senta na poltrona ao meu lado e pergunta se estou bem, digo que sim e pergunto como ela está, Bruna emagreceu muito, seu rosto está abatido e cansado. — Você está se alimentando direito?, está dormindo?, estou preocupada com você Bruna. — Eu estou bem amiga fica tranquila, consegui uma fisioterapeuta pra você, ela é ótima e vai poder te acompanhar todos os dias com os exercícios, consegui também duas enfermeiras.- Fala sorrindo. Lhe agradeço, meu jantar é servido. Uma sopa bem rala, peço para servir algo para Bruna mas a mesma terá que ir ao refeitório do hospital, a mesma me ajuda a comer e depois vai fazer sua refeição. — Você vai ficar bem?, eu prometo que não irei demorar.- fala preocupada. — Amiga eu estou bem pode ir.- falo rindo Bruna vai, e eu aproveito para tentar dormir um pouco.