Um Presente Para Dois

Levi precisou de 5 minutos para entender o que havia acontecido na noite anterior. Sua cabeça doía como se uma banda tocasse uma música de Linkin Park sem nenhuma noção dos acordes e das notas. O quarto de hóspedes da casa de Pedro o fez se lembrar brevemente do que havia acontecido: uma festa, uma garota bonita mas que ele não se lembrava tão bem assim, ela era boa no s**o e eles não trocaram muitas palavras até começarem a trocar amassos quentes. Levi procurou por sua roupa, avistando sua calça no chão e sua camisa perto da porta. Sua cabeça quase explodiu quando abaixou para pegar as peças. Deus do céu. Ele bebeu demais. Havia um bilhete na cômoda escrito a mão, a letra era arredondada e certinha, tal como letras de garotas que fazem resumos exagerados com marca-textos coloridos e canetas caras. Levi pegou o post-it rosa gritante, era capaz de doer mais sua cabeça por ser tão neon. “A noite foi divertida. Não lembro o seu nome, então acho que pode ser legal deixarmos assim. Beijo, gatinho S2” Para Levi tudo bem não saber o nome dela e nem se lembrar exatamente de seu rosto, mas a noite foi verdadeiramente boa. Vestiu a calça e a camisa, olhando o quarto todo bagunçado. Era mancada deixar tudo fora do lugar, né? Ele bufou, coçando o topo da cabeça, os fios grandes outra vez, teria que cortar. Começou arrumando a cama, batendo os lençóis e vendo se não tinha nenhuma sujeira nojenta do s**o. Não tinha. Mas também não tinha indícios de c*******a pelo quarto inteiro. Legal. Ele pensou, tentando se lembrar de onde estava o p**********o. Forçou a mente até se recordar brevemente de uma das conversas: — Tudo bem — ela disse, um sorriso bonito contornava seus lábios pintados de vermelho-sangue. — Vamos sem. Eu tô limpa e meu anticoncepcional está em dia. Tudo bem, Levi pensou depois do que ela disse, não preciso ter medo, né? Então, Levi sorriu para ela e puxou sua cintura, juntando seu corpo com o dela, arrancando-lhe uma risadinha. Com um beijo em seus lábios volumosos e com gosto de vodka, ele sussurrou de volta a confirmação de que também estava em dia com seus exames e que deveriam continuar. O s**o aconteceu. Sem c*******a. Os dois estavam bêbados o suficiente para nem se lembrarem de perguntar o nome um do outro. Bêbados o suficiente para não ligar em usar p**********o. Ok. Tudo certo. Ela usa anticoncepcional, ele não faz ideia de quem ela é e provavelmente deveria ficar sem beber tanto assim até seus 30 anos. 24 anos ainda pode ser considerado parte da fase das merdas que deveriam evitar? Porque Levi estava exatamente nessa fase. Mas tudo bem. Tudo bem. Está tudo bem. Sem bebidas para um adulto que esquece de tudo quando bebe.