CAPÍTULO 16

1008 Words
Dakota o surpreendeu ao iniciar o assunto. Seus olhos pálidos saíram do rosto de Dominic para o de Levi. Levi sentiu sua respiração quase falhar. — Eu aceito que você faça o teste. O ar que passou pelos lábios dele não surpreendeu Dakota. Seus ombros relaxaram e seu rosto suavizou. — Obrigado. — Tenho algumas condições. — Eu já esperava que tivesse. Quais são? Dakota passou a língua pelos lábios secos antes de começar a falar. — Se o resultado for positivo, eu não quero que você seja um pai que só manda dinheiro e m*l se lembra do aniversário do filho. Meu filho precisa de um pai presente, e se você não estiver disposto a ser esse pai, eu posso fazer isso sozinha. Não quero que fique só por ele ser biologicamente seu. Levi assentiu. — Eu pensei bastante sobre isso ontem. E você está certa. Não seria certo eu entrar na vida dele sem ser um bom exemplo futuramente. Se ele for meu filho, quero que ele tenha o meu nome e quero poder estar presente na vida dele. — Tudo bem. É justo — Levi ajeitou Dominic em seu colo, ele não parava de se mexer. Bebês não são nada quietos — Certo… eu trabalho a noite e ele fica com uma amiga, mas você pode ver ele sempre que quiser. Ele pensou um pouco. — Posso ficar com ele algumas noites e pagamos a sua amiga nas outras. Dakota semicerrou os olhos. — Você não vai querer sair como deve fazer? — Sim, mas eu também vou ser o pai dele, então é uma responsabilidade. Você não faria a mesma coisa? — Hm… — ele parecia mais apto a tudo do que ela imaginava. — Certo. Pode ficar com ele em algumas noites e eu pego ele pra dormir em casa, pode ser? Levi fez que sim, olhando Dominic brincar com o relógio em seu pulso. — Você não trabalhava no orfanato que ele foi deixado? Dakota ficou surpresa por ele se lembrar. — Sim, estou de férias. — Então você vai trabalhar lá pela manhã e à noite no boteco? — Eu vou pedir a conta de um dos dois, ainda não sei bem qual. Ela estava pensando em sair do boteco, já que durante a noite poderia ficar com Dominic. Era uma ideia mais sensata. — Eu sei que não pediu minha opinião, mas eu acho que o trabalho à noite é o que você deveria escolher — ele ergueu o rosto para ela. — Escolher pra deixar, no caso. Talvez fosse mesmo a mais sensata. — Foi a que eu cogitei. — É a mais sensata. Sim, é a mais sensata. — Enfim, vou vincular um pagamento direto pra sua conta todo mês com o valor da pensão. Posso ficar com ele sempre que você precisar, se ele não puder, a minha mãe pode se for tudo bem pra você. A mãe dele. A mãe dele parecia querer ser avó no momento em que viu Dominic. Eles teriam que conviver com a família dele, querendo ou não. — Tudo bem — Dominic estava mesmo confortável no colo de Levi. Não reclamou nem um minuto — Estamos decidindo tudo como se já tivéssemos o resultado. — Eu já sei que ele é meu filho. Nós temos uma conexão. Acho que até já nos amamos. Dakota riu. Por Deus, ele estava sendo um amor com essa situação toda. — Você pode marcar o exame e nós vamos aparecer no dia. — Ok — seu sorriso para Dominic não sumia, ele estava sempre sorrindo para o pequeno — Até que dia você vai continuar trabalhando à noite? — Talvez eu cumpra o aviso prévio. — Vou te levar pra casa nesses dias, então. Dakota o encarou no mesmo segundo. — O quê? Nem pensar! Levi revirou os olhos para ela. Teimosa. — É perigoso, não vou deixar o meu filho sem uma mãe. Não vai ser negociável isso. — Você quem decide por mim agora? — Teimosa pra p***a — resmungou. — Hm? — Sua mãe é teimosa para um c*****o, garotão. Dessa vez foi Dakota quem revirou os olhos. — Não é negociável. Vou te levar pra casa porque é perigoso. Parecia oficial: ele não iria largar o osso. — Ok, você me leva pra casa nesses dias. Já que parece impossível te fazer desistir. — Quando eu coloco uma coisa na cabeça, não é muito fácil tirar. Ah, Dakota já sabia disso. Já sabia muito bem. — Você trabalha? — Perguntou ela. Levi a olhou com um ar de riso. Ele não parecia tanto um filhinho de papai, não é? — Sim. — Desculpa, é que você parece filhinho de papai. — sorriu, mas isso não irritou Levi, ele apenas ergueu uma sobrancelha e sorriu para Dakota. — Eu sou contador. Trabalho pra uma galera. Fome ele nunca passaria. Dakota não quis especular mais, só saber que ele não dependia dos pais já era boa coisa. Com 25 anos é de se esperar que um homem já tenha ao menos um trabalho. — E quantos anos você tem, Dakota? Devia ter imaginado que ele perguntaria de volta. — 26. Faço 27 em dezembro. Levi a encarou. — Como é que é? — Tenho 26 anos… — E como isso é possível? Achei que você tinha uns 23. Dakota se forçou a não sorrir para ele. — Meus pais se adiantaram. Levi voltou a olhar para Dominic em seu colo, murmurando: — Fizeram bem feito, isso sim. Dakota não entendeu. — O que disse? — Nada não — ele pegou o celular no bolso da calça. — Vou tirar uma foto sua, bonitão… ajuda o papai e abre um sorrisão. Não tinha mais o que fazer, ele já estava conformado de que era o pai de Dominic. Dakota nem mesmo comentou sobre essa certeza, parecia impossível discordar e dizer que não tinham algum parentesco. Ele já estava se envolvendo tanto também, parecia tão difícil negar o que ele estava possivelmente sentindo. Que complicação.
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