Capítulo 5
Eu encarava aqueles olhos azuis que estavam esperando uma resposta. Eu não podia me entregar, e depois saber que tudo iria acabar. Ele mesmo disse que não deixará Mia agora, não agora. Então, por que eu falaria para ele que eu estava gostando dele? Isso não me levaria a lugar nenhum, só á mais sofrimento. Saiu de seu colo e caminho até a porta, meu olhos estavam com lágrimas.
-Sai daqui, Luiz - digo segurando a maçaneta da porta. Ele me encara confuso - Sai, não da certo. Desde o dia em que você chegou aqui eu venho tento problemas e agora estou indo embora pois Mia não quer me ver nem pintada de ouro.
-O que? Pra onde você vai? - ele pergunta se levantando.
-Vou pedir pra passar um tempo na casa do Joaquim...
-Que? Vai morar com um cara que nem conhece direito?
-E você quer que eu me declare pra você, um cara que eu também nem conheço direito?! - Eu digo exasperada.
-Elisa, você é sozinha, não tem pra onde ir e nem dinheiro o suficiente pra se manter e pagar sua faculdade de Fisioterapia, e eu sei que é cara a mensalidade, pois minha irmã já fez - ele diz e se aproxima de mim. - E sobre você não sentir nada por mim... Eu não acredito. O seu beijo falou tudo - ele diz.
-Que? Você me beijou - eu digo apontando em seu peito. - Eu ficarei bem, e vou me virar como sempre fiz desde meus dezesseis anos. Já tá na hora de sair daqui também, o Sr. Pedro me trata muito bem, mas eu não aguento olhar pra cara de azeda da sua namorada e também não aguento ta andando com medo por esses corredores, tento um tarado querendo me agarrar a todo momento e... Eu quero seguir minha vida, arrumar um emprego bom e não tá precisando ser escrava daquela abusada da Mia. Eu de fato estou cansada, Luiz, cansada.
-Eu até entendo, mas sair assim não é tão simples, Elisa, não mesmo - ele diz e segura minha mão - Arrumar um emprego, se bancar, é complicado... E você vai morar na casa com um cara que nem conhece e se ele te agarrar e forçar algo? Caramba...
-Tá com ciúmes, Luiz?
-Que? Só estou protegendo você, sua teimosa - ele diz com raiva e seu tom sai um pouco alto.
-Olha aqui, Joaquim é Gay. É mais fácil ele te agarrar - digo em tom de brincadeira, mas logo volto a ficar séria. - Agora sai, quero terminar de arrumar minhas coisas e dormir pois amanhã irei partir cedo - digo e ele fecha os olhos suspirando.
-Você não tá me dando escolha, Elisa - ele diz com raiva.
-Você não manda em mim, e não tem nada haver com minhas escolhas, então saia do meu quarto e não me procure mais. Seja feliz com Mia e boa sorte com ela, pois você vai precisar - digo e puxo seu braço o empurrando para fora do quarto, onde tranco na sua cara.
Agora é certo, tenho que seguir em frente, esquecer quem não é meu e nunca será.
Tomei um demorado banho, e arrumei mais algumas coisas em minha mala. Peguei minha bolsa e deixei ao lado da mesma. Caminhei para o quarto de Luana, onde ela estava sentada na penteadeira arrumando seus longos cabelos.
-Hey - ela diz e vem em minha direção me abraçando - Você tá bem? Fiquei sabendo o que o cretino do Carlos fez ontem.
-Como ficou sabendo? - pergunto me sentando em sua cama.
-Luiz me contou. Ontem eu cheguei bem tarde, o Joaquim veio me deixar e quando eu entrei na casa, o Luiz estava sentado no sofá, todo triste, sabe?! Perguntei, e ele me contou tudo, inclusive que você vai embora - ela diz triste e se senta ao meu lado - Eu não queria mesmo que você fosse, mas você merece sair daqui Elisa, você sofre demais na mão de Mia e Carlos.
-Sim, tem razão. Já arrumei minha mala e irei agora de manhã. Ligarei para Joaquim e pedirei para passar um tempo com ele. Só até eu arrumar uma casa. - digo e ela concorda.
-Ele com certeza ele vai adorar, ele adora você , Elisa - Ela saca seu celular do bolso e faz uma ligação para Joaquim. Falei com ele, e o mesmo adorou a ideia de eu morar com ele. Ficou todo eufórico e disse que estaria vindo me pegar.
-Vem, vamos lá pra sala comigo? - pergunto e ela consente. Vamos a meu quarto e pego minhas coisas. Segui para sala, onde todos estavam sentados lendo ou assistindo algo. Quando apareço, todos me olham e eu me sinto envergonhada, porém decidida de que é isso mesmo que irei fazer. Luiz me olha e depois desvia seu olhar do meu para Carlos, que também me encarava.
-Já vai, Elisa? - Sr. Pedro me pergunta. Ele levanta do sofá e caminha até mim. - Você é uma boa menina, e peço desculpas pelo comportamento de meu filho - diz olhando para Carlos, que revira os olhos - Conte comigo para tudo, tudo mesmo.
-Muito obrigado Sr. Pedro. - digo e lhe dou um abraço - Por todos esses tempos aqui, onde o senhor me ajudou e não me deixou na rua.
-Certeza que ficará bem? - pergunta.
-Sim, eu sei me virar - digo e sorrio.
-Pegue - ele diz me entregando um envelope - Pra te ajudar nos seus primeiros passos. É um boa quantia de dinheiro, e não negue pois não receberei de volta - ele diz colocando dentro de minha bolsa. Sorri agradecida e lhe dou outro abraço. Posso escutar Mia bufar lá atrás.
Carlos levanta e caminha em minha direção - Desculpe por ontem Elisa, eu estava bêbado e...
-Não use a bebida como desculpa Carlos, aquilo não tem perdão - digo pegando minha mala e virando de costas para ele. - Vá me visitar sempre lá no Joaquim, viu? - digo para Luana que me abraça forte. -Já sinto sua falta - digo e ela sorri de lado.
-Também já estou sentindo.
Mia ficou lá sentada e atracada em Luiz. O mesmo nem se levantou e acho melhor assim, não quero uma confusão por ciúmes. Saiu da casa quando escuto a buzina do carrão de Joaquim. Ele desce do carro e coloca minhas malas atrás.
Despeço-me mais uma vez de Pedro e Luana e entro no carro de Joaquim que sorri todo fofo. Seguimos para sua casa. Em seu apartamento, tenho um quarto só pra mim, e é lindo.
-Gostou? Eu arrumei tudo - Joaquim diz sorrindo.
-Você é um lindo. Amei. É lindo - digo sentando na cama muito macia. - Olha Joaquim, tentarei arrumar um emprego bem rápido e um lugar para morar.
-Que isso, ruiva, fica despreocupada. Se quiser pode morar aqui - Joaquim diz todo fofo - Fico sozinho há tanto tempo, e confesso que me sinto solitário aqui, sabe? Só não me sinto mais sozinho, pois eu saiu para as baladinhas sertanejas daqui e tal.
-Muito obrigado então - digo levantando - Me ajuda a guardar minhas roupas? - pergunto e ele concorda, vindo abrir minha mala.
O apartamento de Joaquim é lindo e bem cuidado. Joaquim é filho de empresários, porém seus pais moram em New York, e ele mora aqui, pois diz amar o Brasil. Ele trabalha em uma loja, onde ele é sócio. Joaquim não precisa trabalhar, pois seus pais todos os meses lhe mandam dinheiro, mas ele diz que odeia ficar parado sem fazer nada.
Uma semana se passa.
Sinto saudades de Luana, sinto saudades de Luiz, mesmo sendo proibido eu sinto. Saudades do seu beijo, mesmo tento nos beijado apenas uma vez. Sinto saudade de seus olhos em mim, do seu sorriso...
Morar com Joaquim está sendo incrível. Ele é muito divertido, e me ajuda a ficar mais alegre. Luana veio me visitar e disse que Luiz ainda estava por lá
-Usa esse vestido ameixa que você ficará linda, e solta os seu cabelo ruivos... Não se esquece do batom vermelho - Joaquim diz colocando a roupa em minha cama. Hoje será a entrevista de emprego na empresa de Engenharia do Sr. Miller. Nunca vi e nem conheço ele. Joaquim disse-me que ele é um senhor.
-E se não me escolherem? - pergunto nervosa e colocando minha roupa - Eu preciso desse emprego - digo passando o batom. - Não acha que estou muito... Sei lá.
-Você está uma mulher linda e sensual, nada de vulgar - Joaquim diz e solta meus cabelos. - Está maravilhosa.
-Será que ele é arrogante? - pergunto
-Olha, você será entrevistada pelo filho do dono, já que é ele que precisa de uma secretária, e não o velho - Joaquim diz. - Vamos, ou vai se atrasar.
Pego minha bolsa e mando uma mensagem rápida para Luana dizendo que já estou indo para minha entrevista de emprego.
Eu: Estou indo, me deseje sorte.
Luana: Boa sorte e eu sei que vai conseguir, amiga. Beijos.
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Já na frente da empresa.
-Boa sorte ruiva, e arrebenta com sua beleza e inteligência - Joaquim diz.
-Obrigada, amigo, te amooo! - digo jogando um beijinho no ar para ele. - Deixa que eu pego um táxi quando sair.
-Tá bom.
Caminho para dentro, onde um senhor abre a grande porta de vidro para mim.
-Ah! Muito obrigado - Agradeço e ele sorri doce. Continuo andando até chegar recepção. Apresentei-me dizendo que sou umas das secretárias que serão entrevistadas para o cargo. Ela concorda e chama outra moça para me guiar até a sala. A empresa era de uma cor clara, com alguns enfeites e chão de mármore. Tinhas vários vidros com visão Linda para a grande cidade.
-Espere aqui, logo será sua vez - A moça morena diz me guiando até o sofá. Espero um pouco e uma mulher sai da sala de onde eu serei entrevistada.
-Sua vez - A morena que me trouxe diz me guiando para a porta. A mulher que havia saído me dá boa sorte, e achei super legal da parte dela. Entrei na sala, e avisto o cara de costa, olhando para a vista da cidade através do vidro e falando no celular. A porta se tranca e ele se vira, me chamando para sentar na cadeira.
-Bom dia senhorita... - ele olha no papel - Geronazzo. Italiana?
-Isso mesmo. Bom dia Senhor, Miller. - o saldo.
-Em busca de emprego certo? - ele pergunta e gira sua cadeira um pouco para o lado - Sempre fala que para trabalha na empresa Miller, e com um Miller, deve-se ter competência.
-Claramente, senhor. - digo cruzadas as pernas por conta do nervosismo.
-Me chame apenas de Marcelo - ele diz e sorri de lado, mostrando seus dentes brancos. Seus olhos eram azuis claros, e tinha os cabelos pretos, bem pretos. Algo nele me fez lembrar de Luiz.
Argh, mais que merda.
Tire ele da sua cabeça e se concentre no seu futuro emprego.
-Me chame apenas de, Elisa - peço e ele me da outro sorriso.
-Vamos começar as perguntas, está pronta?
-Claro, sim...
-Idade?
-Vinte.
-Muito nova, hein? - ele diz me olhando e eu apenas concordo - Seu último emprego?
-Trabalhei como empregada na casa dos Fernandes - digo e ele para de anotar, me olhando.
-Fernandes? Pedro Fernandes?
-Sim, o conhece? - pergunto.
-Ah...uhun - Pigarreia - Sim. Bem, Elisa. Pais?
-Meus pais morreram há quatro anos - digo e ele lamenta. - Sou da Itália, porém vim morar aqui com meus dezesseis anos, foi quando perdi meus pais.
Fiquei mais um tempo respondendo suas perguntas. Percebe que ele me encarava muito, e que as vezes fazia perguntas que não tinham nada haver com o emprego, como minha vida pessoal, onde moro e tal.
-Até agora você foi a melhor entrevistada, além de linda. - Marcelo diz e se encosta em sua cadeira e leva seu lápis a boca, me analisando mais uma vez. Minhas bochechas queimam por conta da vergonha.
Patrão com suas cantadas! Affs.
-Obrigada Senh... Marcelo - digo.
-Acho que todos nós sabemos que uma secretaria deve ser bonita e inteligente e você é tudo isso - ele diz agora apoiando seus cotovelos na mesa e seu queixo em uma de suas mãos.
-Não necessariamente - digo - Se ela for competente, basta. Pelo menos vejo assim. - digo.
-Mas eu não. - ele diz e me entrega uma ficha - Assine e seja bem vinda minha nova secretária. - ele diz e fico catatônica o encarando.
-Mas... Eu pensei que... - nem consigo falar - Pensei que teria mais para entrevistar.
-Até tem, mas eu me agradei com você. Algum problema? - ele pergunta.
-Não, não senhor - digo pegando a caneta e assinando. - Aqui, tudo assinado - digo lhe entregando.
-Muito bem. Eu poderia te pedir para começa agora, pois preciso muito. Mas melhor começa amanhã, só quero que me faça um favor - ele pede e caminha até um armário grande. - Pode levar esses papais para a sala quatro?
-Sim, mas... Onde fica a sala quatro? - pergunto.
-Mandarei a Lorena te mostrar - ele diz e coloca um monte de papel em minha mão. - Lembrando , Elisa, que como minha secretaria agora, deverá participar de eventos onde terei que participar, e terei que levar uma acompanhante. Sobre as roupas, pode ficar despreocupada que tudo será por minha conta. - diz com sua voz grave e apenas concordo.
-Tudo bem. Novamente muito obrigada pelo emprego. Darei o meu melhor - digo.
-Assim espero - ele diz e sorri de lado. Caminho até a porta, e Marcelo abre para mim. - Lorena, a ensine chegar à sala quatro. - Ele diz e Lorena, uma loira se aproxima de mim. - Seja bem vinda à empresa, Elisa. - Marcelo diz e eu ia agradecendo, porém ele fecha a porta. Ai!
-Siga em frente, depois dobre a direita e terá uma placa mostrando a sala quatro, é simples , Elisa... Oh, posso te chamar assim? - Ela pergunta e sorri.
-Claro, muito prazer, Lorena, e obrigado - digo e caminho com aquela pilha de papel cobrindo quase minha cara inteira. Consigo chegar à sala, onde a porta é enorme e com uma madeira belíssima. Bato na porta com meu pé, porém ninguém responde, olho para o lado e uma mulher me encara.
-Foi os papéis que o Sr. Marcelo mandou? - ela pergunta.
-Sim, ele te avisou?
-Sim, pode entrar, eu já avisei para o chefe que você traria - ela diz e agradeço.
Abro a porta com dificuldade, e a tranco. Olho ao redor, e estava meio vazio. Não tinha ninguém e havia poucos móveis, olhei para o lado e vi outra porta. Caminho até ela e quando eu ia bater alguém abre a porta e se esbarra comigo, fazendo os papéis caírem.
-Caramba! Desculpe - aquela voz que conheço, diz. Meus olhos se encontram com aqueles olhos azuis - Elisa?
-Luiz? O que faz aqui? - pergunto.
-Meu pai é dono daqui - ele diz. O encaro nervosa, caramba, onde fui me meter? - E você, o que faz aqui?
-Eu sou a nova secretária de seu irmão Marcelo - digo. Claro que saquei agora que eles eram irmãos. Sou secretaria do filho do dono dá empresa, e Luiz é um dos filhos, então logicamente, ele é Marcelo não irmãos.
-O que?!! - ele pergunta com raiva.
-O que foi? Algum problema? - pergunto e me abaixo para pegar os papéis. Ele se abaixa e me ajuda a pegar também.
-Sim... Quer dizer... Não sei - diz e o encaro.
-Eu precisava de um emprego e esse foi uma grande oportunidade.
-Por que não me procurou? Eu poderia te empregar em minha empresa.
- Não, obrigada.
-E quando você fez a entrevista? - ele pergunta.
-Hoje.
-Hoje??? E já foi contratada?
-Sim, e estou feliz com isso. E você também deveria esta.
-Meu irmão te contratou rápido demais
-Está querendo dizer alguma coisa com isso? - pergunto.
-Não, nada! - ele me entrega os papéis e agradeço. Ele me encara, e seus olhos brilham. Estava tão lindo de terno, o deixando bem masculino, aquela barba... Ah, aquela barba!
Tira ele da sua cabeça, ele é de MIAAA!
-Me deixa entregar isso - digo mostrando os papéis.
-Essa é a sala de meu pai -ele diz.
-Então deixa entregar isso ao chefe - lhe dou um sorriso.
-Eu vou te esperar aqui - ele diz e concordo. Entro na sala e deixo os papéis. O pai dele estava no telefone, então nem me deu muita moral. Quando saiu, Luiz ainda estava lá.
-Como estão as coisas na casa? - pergunto. Ali, nós dois... Estava tão estranho o clima.
-Fui embora ontem, estou ficando na casa de meus pais aqui - digo. - As coisas andam normais, só que ficou entediante sem você lá. - ele diz e se aproxima de mim. - você tá linda - encaro aqueles olhos azuis. - Muito bela.
-Obrigada - falo sem graça.
-Vai começar hoje?
-Não, seu irmão quer que eu comesse só amanhã. Ele só me pediu um favor de entregar aqueles papais. - digo e cruzo as mãos, olhando para as mesmas.
-Que tal um café, já tomou café? - ele pergunta.
-Acho melhor não Luiz, se nós virem ai... Podem pensar besteira e Mia pode ficar sabendo. Tá tão bom assim sem confusão. Eu estou bem sem Mia na minha cola, sem Carlos. - digo e ele segura minha mão, me encarando.
-A cada dia que passa, eu sinto a sua falta, e a coisa que tem dentro de mim só aumenta , Elisa. Não paro de pensar em você - ele diz.
-Como você pode dizer isso estando com Mia? - pergunto incrédula.
-Você nunca entenderia. Não me pergunte isso agora. Só saiba que eu não sinto nada por Mia, eu sinto algo por você - ele diz - Eu queria uma chance.
-Eu nunca te daria uma chance você ainda estando com Mia.
-Só por um tempo.
-O que tá acontecendo que você não pode me falar? - pergunto.
-Quando der, eu irei falar - Luiz fala. - Mas agora não posso.
-Não, não Luiz... É melhor continuarmos apenas assim - digo
-Assim como?
-Vamos ser amigos, apenas isso e nada mais que isso. Eu quero assim - digo.
Ah, não quero mesmo. Quero ele pra mim, pra ser meu, mas ele já tem dona.
-Eu sei que você quer mais que isso - Luiz diz. - Mas eu te respeito, Elisa, e sei que você será minha.
-Do que você tá falando? para com isso - digo fingindo estar brava, mas amando o que ele falou. Sim Luiz, lute por mim!! - Eu já estou indo. Foi bom te ver - digo.
-Bom te ver também - ele diz e vem em minha direção me abraçando. Eu o abraço de volta, me aperto nele. Suas mãos acariciam minhas costas e cabelos, seus lábios beijam minha cabeça, e depois vai abaixando os beijos até chegar ao canto de meus lábios, onde ele deixa um selinho.
-Boa sorte no seu emprego, e... Mantenha distância de meu irmão, ele não é flor que se cheiro.
-Obrigada pela dica, mas será meio que impossível ficar longe já que serei sua secretária. Até qualquer dia Luiz.
-Até Elisa.
Quando tudo está ficando bem, ele aparece para mexer com meus sentimentos.
No outro dia, arrumei-me e vesti uma roupa de secretaria bem comportada. Joaquim sempre me deixa, já que ele passa pela empresa para ir ao seu trabalho. Entro na sala de Marcelo, onde já tem algumas papéis e a sua agente para que eu organize.
-Elisa, hoje temos um evento para ir - Marcelo diz.
-Já? - pergunto - Que tipo de evento?
-Uma festa onde premiarão o empresário Alberto.
-Ah sim, tudo bem - digo.
-Vamos, teremos agora uma reunião com meus irmãos - ele diz e me deu um frio na barriga. Luiz com certeza estará lá - Aliás, você está muito linda.
-Obrigada - digo levantando e pegando sua agenda e alguns papéis.
-Minha gravata está torta? - pergunta e vejo que está. Aproximo-me e arrumo para que ela fique certa. Sinto-o respirar pesado, e quando olho em seus olhos, ele estava me encarando.
-Adoro a cor de seus olhos - Ele diz. - São bonitos.
-Pronto Sr. - digo sem graça e me afastando - E, obrigada.
Eu e Marcelo seguimos para a grande sala de reunião, onde tinha três homens sentados a direita, e um deles é Luiz, que me da um sorriso pequeno, e eu lhe dou outro sorriso.
No canto, havia o pai deles, e ao lado, uma mulher, que com certeza era a irmã que Luiz me falou.
Sento-me na cadeira ao lado de Marcelo. Ele a puxa para mim.
-Bem, antes de começar papai e irmãos - Marcelo diz olhando para mim. - Essa é Elisa Geronazzo, minha nova secretário. Linda e competente.
-Seja bem vinda - A irmã dele diz sorrindo docemente para mim.
-Uau, irmão... - Um outro irmão, que era loiro diz olhando para Marcelo. - Muito bonita, seja bem vinda.
-Seja bem vinda, Elisa - O outro rapaz, que parecia com Marcelo e Luiz me salda, bem formal.
-Seja vem vinda, Elisa - Escuto a voz de Luiz, e lhe dou um sorriso fofo.
-Obrigada. - digo a todos.
-Ah, seja bem vinda também - O pai deles me salda com um sorriso.
-Essa é minha irmã Angélica - diz apontando para a moça, que também era loira. - Essa é Thiago, meu irmão caçula - diz apontando para o loiro que me elogiou. - Essa e Ricardo, nosso irmão mais velho e o Luiz o segunda mais velho - diz.
-Eu e Liza nos conhecemos já - Luiz diz sorrindo doce. - Ela trabalhava na casa dos Fernandes.
-Mesmo? - O pai deles que ainda não sei o nome me pergunta.
-Sim Sr.
-Que legal... Meu nome é Ronaldo - O pai deles diz e analisa uns papéis na mesa - Vamos começar.
-Você conhece meu irmão Luiz? Por que não me falou? - Marcelo pergunta em sussurro.
-Não sei, achei que não precisava. - digo pegando o caderno.
-Anote o que meu pai falar - ele diz pra mim, e vejo que ele e Luiz lançam olhar um para o outro. Foi estranho.
-Meus filhos, o motivo de reunir com todos vocês é que e quero que vocês tomem conta da empresa a partir de hoje. Estou velho, e quero descansar Agora, sem essa agitação toda - ele diz fazendo gestos com as mãos. - Quero passear com a mãe de vocês, viver o que me resta. - ele diz.
-Você tem razão, papai, tem que aproveitar com a Mamãe. O senhor já trabalhou demais e agora é por nossa conta - Angélica diz.
-Por mim tudo bem - Ricardo diz.
-Pai, você sabe que tenho minha vida e empresa no Rio. - Luiz diz ao pai.
-Mas venha pelos menos uma ou duas vezes por semana - O Sr. Ronaldo diz.
-Verei o que posso fazer - Luiz diz encarando o irmão Marcelo. - E Thiago também aceita não é mesmo Thiago?
-Ah, sim, pai. Conte comigo também - Thiago diz.
O que Luiz tem com seu irmão mais velho ? E o que Luiz tem com seu irmão caçula também?
Aí, que família Louca!
-Então? Todos em acordo? - O Sr. Ronaldo pergunta
Todos respondem com um: Sim pai, claro pai, pode contar comigo, pai.
Pelo menos são unidos.
-Anotou? - Marcelo sussurra pra mim.
-Bem, não teve muito o que anotar. Eu Anotei apenas o assunto tratado aqui - digo.
-Ótimo, isso que quero - ele diz. O pai deles encerra a reunião e Angélica vai conversar com o pai. Vejo que Ricardo, o irmão mais velho ( Apenas lembrando ) Sai com sua pasta na pão. Thiago e Luiz conversam no canto da sala, e Marcelo fica apenas observando os dois.
-Tá tudo bem? - Pergunto.
-Sim, tá tudo ótimo. Me espere aqui - ele diz e levanta, indo em direção a Luiz e Thiago.
Fico apenas observando ele se chegando aos irmãos. Luiz fala algumas coisas para ele e parece que estavam discutindo algo.
-Não se mete , Marcelo - Luiz diz bravo.
-Eu vou descobrir e papai ficará sabendo - Marcelo diz saindo com raiva de perto deles. - Vem, Elisa. - ele me chama quando passa por mim. Junto minhas coisas e dou uma olhada para atrás, onde Luiz e Thiago me encaravam.
-Ela vai sofrer horrores na mão dele - Escuto Thiago sussurrando para Luiz. Eu iria voltar e perguntar, mas Marcelo me chama novamente.
-Elisa!
-Já estou indo.