Capítulo 1

1022 Words
Amor… o que significa amor para você? Qual o sentido de amar alguém? Para mim o amor é algo sério, mas acho que sempre levei isso a sério demais. Sempre amei demais, sempre me entreguei demais, sempre senti demais e também me machuquei demais… e quando me dei conta, me peguei no fundo do poço, sentindo coisas que não faziam sentido para mim a algum tempo a trás, me peguei tendo pensamentos obscuros que jamais imaginei que eu poderia ser capaz de ter. Desejei matar* Thomás umas centenas de vezes, e quando ele assumiu para todos a sua “felicidade” com a “nova” namorada, que na verdade não era tão nova assim, eu também desejei me matar*. Mas não por ciúmes, até por que me sentia aliviada por ele ter encontrado outra pessoa para satisfazer a sua doentia* mania de persuasão, mas queria me matar por ser tão burra ao ponto de não perceber seu caráter verdadeiro, mas acima de tudo, queria me matar* por ter perdido o amor da minha vida por consideração a uma mentira. Nunca mais ouvi falar do Marcelo, ele parece ter desaparecido, da internet, das revistas e dos jornais. Seu casamento foi comentado durante dias, mas depois foi como se nem tivesse existido. Se não fosse pelo print que tirei da foto dos dois, meu coração me enganaria, fingindo que tudo não passou de um pesadelo. Já se passaram 2 anos e meio, foi difícil colocar minha vida nos trilhos novamente, mas voltar pra faculdade foi o primeiro passo para me curar da enorme ferida que se abriu dentro do meu peito*. Mas o que realmente fez essa ferida parar de sangra, foi uma pessoa, uma pessoa que jamais pensei que conheceria, que foi tão inesperado e assustador, porém, muito necessária para esse meu processo de cura. - Mamãe?- a voz que faz meu sorriso se abrir inevitavelmente assim que chego em casa. - Oi meu amor.- me abaixo para segura-ló em meus braços. Dei a ele o nome Ravi que significa “O sol” porque ele foi o meu sol. Quando descobri que estava grávida, foi um choque, a muito tempo eu pensava que não poderia gerar uma criança, não de forma natural. Pensei que precisaria passar por várias intervenções médicas para gerar um filho um dia e que o processo seria longo e doloroso, mas quando aconteceu, eu não sabia o que pensar. Eu tinha certeza absoluta que era do Marcelo e aquilo fazia a alegria transbordar dentro de mim. Foram 9 meses tentando engravidar com Thomas antes de saber dos meus problema, e com Marcelo foi quando Deus decidiu. Ao mesmo tempo, eu sabia que seria impossível de que meu filho convivesse com o pai, e ainda mais com a irmã linda que ele tinha. A família do meu filho estaria pela metade para sempre e aquilo me deixava extremamente triste. Contar para os meus pais foi desesperador, eu ficava pensando sobre os julgamentos e os olhares de desaprovação dos dois. Claro que não ficaram muito contentes com a notícia, eles acreditavam que eu tinha um caminho longo para percorrer antes de tudo isso, e quando chegasse a hora, eu estaria casada e o pai participaria da educação e do crescimento da criança. Porém, eles sabiam o quanto estava difícil para mim, e o quanto aquela notícia tinha trago esperanças para o meu pranto, e para eles isso era mais importante do que qualquer outra coisa. “Você jamais estará sozinha” foi o que meu pai disse para mim antes de eu me derreter em lágrimas. O apoio deles foi mais que importante dessa fase da minha vida. - Como foi o seu dia meu amor?.- pergunto ainda com Ravi nos meus braços. - Vovó fez bolo mamãe, tão totoso.- disse do jeitinho dele e eu começo a rir. - Estava totoso filho?- deixo minhas bolsas no chão e o pego em meu colo. Após a prova de Ordem quando terminei minha faculdade, eu já tinha Ravi nos meus braços e me vi completamente perdida. Não sabia o que fazer a partir dali, foi tudo muito delicado para mim. Eu não fazia ideia do que fazer, mas ainda tinha meus pais junto a mim. Continuei no meu apartamento até o final da gestação. Tranquei a faculdade no período do pós parto e fui para a casa dos meus pais. Foi difícil, mas eles não soltaram a minha mão em nenhum momento, e quando o período mais delicado passou, eu voltei para a faculdade. Consegui um emprego de garçonete e com ele veio um puxadinho em cima da loja. Os donos eram conhecidos dos pais da minha amiga Stefani, que cederam o espaço por um preso totalmente simbólico, o que pra mim foi uma benção. Me mudei quando Ravi completou 1 ano de idade. Consegui uma creche para ele perto da minha faculdade, que meus pais fizeram questão de pagar, e eu pagava uma babar para ficar com ele nos períodos que trabalhava na lanchonete. Foram muitos dias de luta, mas quando finalmente estava formada, prometi pra mim mesmo que dali para frente, nossas vidas iam mudar. - Mamãe veio buscar você pra pode irmos para casa.- vou caminhando com ele até o sofá, onde meus pais estão sentados vendo televisão.- bença pai, bença mãe. - Deus te abençoe minha filha.- os dois dizem em uníssono. Ravi passou o final de semana com os avós babões dele. Eles adoram quando ele vem fazer bagunça. - Neto de vô já vai?- meu pai pergunta puxando Ravi pros seus braços. - Mamãe veio buscar eu.- diz ele todo fofo, e nos três acabamos rindo. O sonho deles é que Ravi passe todos os fins de semanas aqui, mas eu não consigo ficar longo do meu Solzinho. Ele não para, se bobear escala até as paredes, mas minha casa fica tão vazia sem os seus “mamãeeeeeeeee” pela casa. Depois de comermos um bolo e brincarmos pela casa, meus pais finalmente nos deixa ir embora, depois de me entregar uma bolsa de coisas que compraram para o Ravi.
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