Sonhos Roubados

2- Anthony

Sou um multimilionário de 38 anos e sou dono de uma rede de hotéis espalhados pelo mundo, sou muito conhecido na grande sociedade mas evito a imprensa o máximo que eu posso, não gosto de ver minha cara estampada em jornais, revistas e sites com matérias baseadas em cima de suposições, sou um cara muito reservado e pretendo continuar assim apesar da má fama de mulherengo. Desde que terminei o meu noivado com Vanessa a um ano e meio eu nunca mais entrei em um relacionamento sério com outra mulher, depois da minha decepção com Vanessa ficou difícil confiar novamente nas mulheres, então eu prefiro me divertir ao invés de me amarrar em alguém que provavelmente vai me fazer quebrar a cara mais uma vez, aquele cara carinhoso e educado de antes já não existe mais, eu jurei para mim mesmo que jamais amaria outra mulher na minha vida e estou cumprindo a minha promessa.

Essa semana está sendo bem puxada para mim, conheci vários investidores e empresários no ramo de hotelaria dispostos a se associarem as minhas empresas, conheci também Roger Werneck, um empresário falido que me colocou a par da situação financeira da sua empresa, ele me pediu um empréstimo alto para reerguer o seu patrimônio, mas eu não costumo fazer esse tipo de coisa para empresários que eu não tenho conhecimento, além do mas, a situação financeira dele é bem crítica e ele nem tem como me dar uma garantia de pagamento, como serei reembolsado caso ele não consiga melhorar o seu capital? ele ficou de pensar em uma saída para me garantir o pagamento e disse que voltaria hoje para definir essa questão. Já são quatro e meia da tarde e meu horário aqui no escritório está passando rápido, graças a Deus, estou morto de cansado e hoje eu só quero saber da minha cama, não estou afim de sair para as minhas noitadas hoje então tirarei um tempo para descansar. Estou me preparando para ir embora quando minha secretária liga na minha sala.

— Pois não Amanda!

— Sr. Schneider, o Sr. Werneck está aqui e disse que o senhor está esperando por ele, posso mandar entrar?

— Sim Amanda! Pode mandar entrar.

Pensei que esse cara nem viesse mais hoje, sinceramente eu já tinha até me esquecido dele. Segundos depois de falar com Amanda o Sr. Werneck entra em minha sala e parece inquieto.

— Como vão as coisas Roger? Tem alguma novidade para mim? — Pergunto me levantando para cumprimenta-lo.

— As coisas não estão muito bem como você mesmo sabe, mas talvez possamos conseguir um belo acordo hoje. — Diz apertando a minha mão e logo em seguida nos sentados.

— Prossiga! — Peço me acomodando melhor na minha cadeira.

Roger abre a sua pasta e tira alguns papéis e algumas fotografias, as colocando sobre mesa, logo de cara eu bato os olhos na loirinha mais nova com uma carinha de anjo e não consigo mais tirar os meus olhos dela, Roger pega as fotos e as próxima mais de mim para que eu as visse melhor.

— Essa é Helena minha esposa, e essa é Emanuelly, minha única filha e também o meu bem mais precioso, e é dela que vamos falar aqui hoje Sr. Schneider. — Diz todo orgulhoso ao falar de sua filha, e para falar a verdade eu ainda não havia visto uma mulher mais linda que ela em toda minha vida.

— Estou curioso Roger, porque está me mostrando essas fotos? O que pretende com isso? — Pergunto intrigado mas lá no fundo eu já imagino o que ele quer.

— Eu não preciso falar muito porque você já entendeu o que eu pretendo Sr. Schneider, se você aceitar eu vou fazer isso com o coração sangrando mas infelizmente eu não tenho escolha, eu não tenho outra saída além dessa. — Diz cabisbaixo e pensativo encarando aquela fotografia assim como eu.

Estou começando a gosta da ideia de ter essa mulher linda todinha para mim, ela me parece ser muito gostosa e sem sombra de dúvidas eu quero essa mulher na minha cama, vou ficar com ela até Roger pagar a dívida que vai ter comigo e até lá eu vou aproveitar ao máximo que eu puder daquele corpinho lindo, e depois que eu me cansar eu à devolvo "mas e se ele não conseguir me pagar? Eu vou ter que continuar com ela?" Mas em que merda eu estou me metendo meu Deus? Isso vai contra os meus princípios mas eu quero essa mulher e não vai existir uma oportunidade melhor que essa.

— Você tem certeza do que está fazendo Roger? Eu não quero arrependimentos depois que fecharmos um acordo. — O encaro sério para não demonstrar todo o meu interesse nesse anjo de saias.

— Arrependido eu já estou mas não posso voltar atrás, essa é a minha única saída e sei que minha filha vai me odiar por isso, mas eu não vejo outra solução além dessa e eu não posso perder o meu único patrimônio... não posso perder tudo que eu construí para a minha família. — Diz decidido enquanto pega os papéis que havia posto em cima da mesa. — Meu advogado preparou um contrato para o senhor ler, caso o senhor concorde podemos assinar agora mesmo. — Ele me entrega um envelope de papel amarelo.

— Vamos por partes Roger, eu vou levar esses documentos pra casa, vou ler e pedir para os meus advogado analisar, se eu concordar com os seus termos eu assino, do contrário eu vou mandar preparar outro contrato e você assina ok? — Digo também decidido e ele concorda. — Só mais uma coisa Roger... Sua filha está sabendo de tudo isso que está acontecendo? Ela sabe que está sendo usada como moeda de troca? Que praticamente está sendo penhorada pelo próprio pai? — Pergunto curioso e ele apenas balança a cabeça negando enquanto esfrega as mãos no rosto. Foi o que imaginei!

— Não ela ainda não sabe, mas vou contar a ela assim que o contrato for assinado... E você pretende levá-la com você quando? — Pergunta me encarando preocupado.

— No dia que o contrato for assinado eu lhe entregarei um cheque com a quantia que você me pediu, nesse mesmo dia você me entregará a sua filha, e só à terá de volta quando me pagar cada centavo do que eu lhe emprestar. — Digo o mais objetivo possível.

— Tudo bem, como você quiser. — Ele se levanta recolhendo as fotos e alguns outros documentos seus.

— Esteja aqui amanhã pela manhã e nós resolveremos de uma vez o seu problema... Passar bem Roger. — Também me levanto e o levo até a porta já me despedindo.

Assim que ele saí eu fico ali parado, me lembrando daquela coisinha linda que em breve será minha, e pensando melhor, se ela for tão gostosa o quanto parece talvez eu não à devolva, eu nunca vi tamanha beleza como a dessa mulher, e ela aparenta ser tão nova, quantos anos será que ela tem? Com a curiosidade falando mais alto eu abro o contrato deixado por Roger e começo a ler página por página, seu nome é Emanuelly e tem apenas 19 anos, vai começar a cursar a faculdade de medicina e não tem namorado, interessante! Uma das cláusulas do contrato é não proibi-la de fazer faculdade, mas isso nem sonhando! Ela vai ser minha e quero ela em casa me esperando toda vez que eu chegar, não vou correr o risco dela sair e se envolver com outra pessoa enquanto estiver comigo, porque se isso acontecer eu mato os dois, ela e seu amante, já estou cansado de ser tão bonzinho e com esses pensamentos eu começo a me irritar.

Depois de alguns longos minutos pensando e lendo aquele contrato, eu finalmente me dou conta de que já está ficando tarde, já tinha passado do meu horário de ir embora mas eu precisava falar com um dos meus advogados agora mesmo. Ligo para o Cláudio e por sorte ele também ainda está na empresa, desço até a sua sala e lhe explico a situação, como é o próprio pai quem está fazendo isso ele não vê problema algum. Entrego o contrato para o Cláudio que lê e relê algumas cláusulas e me explica exatamente tudo, eu fiz questão que ele mudasse a cláusula onde eu tenho que permitir que ela faça faculdade, ela só vai fazer se eu achar que deve e não se ela quiser, de acordo com o contrato Emanuelly será somente minha e eu terei todos os direitos sobre ela, e com isso não vai ter como ela escapar de mim.

Nunca saí do escritório tão tarde, é a primeira vez que um assunto consome tanto o meu tempo, mas é por uma bom causa. Já passa das dez da noite e eu estou exausto, vou direto para casa e nem quero saber de jantar, peço apenas que levem uma vitamina no meu quarto então subo. Moro sozinho e meu irmão mais novo já é casado, por isso ele fica me zoando dizendo que vou ficar solteirão para sempre, eu não me importo de ficar solteiro, tenho a mulher que eu quiser sem precisar me comprometer com ninguém, tenho medo é de me comprometer demais com uma pessoa só. Meus pais moram em Nova York e quase não nos vemos, raramente eu vou até lá e raramente eles vem até aqui, eles também me enchem a paciência para que eu me case mas isso está fora de cogitação, não quero me casar e muito menos ter filhos, prefiro deixar do jeito que está, mas agora eu vou ter um ponto fixo para me divertir, e o melhor, sem precisar sair de casa e ser pego pelos paparazzi. Depois de um bom banho eu tomo a minha vitamina que trouxeram e me jogo na cama, em questão de segundos já estou dormindo.

Na manhã seguinte eu acordei no meu horário de sempre e saí para correr como sempre faço antes de ir para empresa, não é porque já estou chegando nos quarenta anos que não devo me cuidar, tenho uma academia em casa mas prefiro correr ao ar livre. Corri por duas horas e voltei pra casa, chego e tomo um banho antes de me arrumar para ir trabalhar, desço e tomo o meu café calmamente, em seguida vou até a garagem pegando as chaves do meu Audi r8 e sigo para minha empresa.

A minha manhã fui muito produtiva, assinei alguns contratos excelentes que vai nos favorecer bastante e logo em seguida recebi novamente a visita do Roger, expliquei as mudanças feitas no contrato e ele não reclamou, fiz também uma promissória para ele assinar e ele o fez de bom grado, em menos de meia hora essa questão foi resolvida, entreguei a ele um cheque com o valor pedido por ele e não foi pouca coisa, sinceramente eu duvido que ele consiga me pagar algum dia, mas enfim, fechamos o acordo. Depois de tudo resolvido ele me diz que ainda não contou nada a garota, eu dei a ele um dia a mais para resolver isso e então eu irei buscá-la, ou seja, ele tem até amanhã para conversar com a filha e me entrega-la, caso contrário ele terá que me devolver cada centavo que foi dado a ele. Depois da minha última reunião eu encerrei o meu expediente na empresa e vou visitar o meu irmão Max, ele mora no centro bem próximo ao parque, que é um ótimo lugar para se distrair um pouco, jantamos juntos e passei boa parte da noite com ele e sua esposa que também é uma excelente pessoa, nos damos muito bem por sinal, foi na pior fase da minha vida que eu e Andrea nos aproximamos mais, ela me ajudou muito me dando o seu apoio e seus concelhos de amiga, Max também foi outra peça muito importante para que eu superasse todo aquele pesadelo.

Já passava das onze quando decidi ir embora, me despedi deles e combinamos que o próximo jantar será lá em casa, entrei no meu Audi r8 e saí da sua garagem em um luxuoso condomínio do centro, saí do condomínio e segui pela praça olhando as pessoas caminhando pelas calçadas, casais se divertindo e sorrindo de um jeito tão descontraído, então me dei conta de que a muito tempo eu não sei o que é estar de verdade com alguém, curtir momentos de descontração sem interesse em sexo ou dinheiro, mas hoje isso não me importa mais, não sou mais aquele homem romântico e apaixonado que já fui um dia, sou exatamente o tipo de homem que a maioria das mulheres gostam, o tipo sedutor e cafajeste com uma boa pegada e o bolso recheado. Não dirigi nem por cinco minutos e quase atropelei uma doida distraída que atravessou a pista sem prestar atenção, a sorte foi que eu não estava correndo e consegui frear antes de bater nela, mas com o susto ela caiu e rapidamente eu saio do carro para lhe ajudar, me aproximei dela e me abaixei ao seu lado preocupado em tê-la machucado.

— Você está bem? Se machucou ? — Pergunto preocupado e ela levanta o seu rosto para me encarar, eu conheço essa mulher, ela é linda como um anjo.

Sim é ela mesma, Emanuelly! A minha Emanuelly, ela é ainda mais linda pessoalmente, e com certeza é muito gostosa.

— Eu estou bem, só torci o pé. — Diz envergonhada e percebo que seu rosto tem em tom mais rosado.

— Não se preocupe eu te ajudo, vou te levar a um hospital. — Pego-a no colo e me levanto, senti-la em meus braços me fez deseja-la mais do que eu queria, eu pareço enfeitiçado pelos olhos verdes e os lábios rosados dessa garota.

— Não é necessário ir a um hospital eu estou bem... Eu só preciso de um táxi para ir pra casa... E você já pode me por no chão. — Me encara sem graça e eu não consigo ouvir mais nada, apenas admiro e sinto essa mulher espetacular em meus braços.

— Me diz onde você mora e eu te levo em casa, é o mínimo que eu posso fazer depois de quase ter te atropelado. — Encaro a sua boca e me seguro para não beijá-la, meu p*u já está dando sinal de vida aqui em baixo e eu não sei o que fazer para me controlar.

— É muita gentileza sua mas eu prefiro ir de táxi, e por favor me põe no chão. — Desvia o seu olhar do meu e contra a minha vontade eu a ponho no chão.

Um maldito táxi para bem próximo a nós e mesmo mancando ela praticamente sai correndo de perto de mim e entra no táxi indo embora, eu ainda não acredito que era ela aqui em meus braços, eu nunca senti um desejo tão infernal por alguém como eu estou sentindo por essa mulher, eu não sei o que está acontecendo comigo mas desde ontem depois que vi aquela bendita foto, não consigo pensar em outra coisa a não ser nessa garota, senti-la em meus braços me deixou extremamente confuso, o seu cheiro doce não sai das minhas narinas, eu ainda posso sentir o seu corpo colado ao meu e isso é tão estranho para mim. Saio dali meio atordoado com que acabou de acontecer, e por pouco eu não segui aquele táxi só para ter o prazer de vê-la de novo, mas para que eu vou fazer isso se amanhã eu vou tê-la todinha para mim?

Segui para casa e assim que chego entro no meu quarto e corro para o banheiro, eu preciso urgentemente de um banho gelado para esfriar a "cabeça" estou com o sangue fervendo de desejo por aquela menina com jeito de mulher.