4- Emanuelly

2564 Words
Mas o que esse homem está fazendo aqui? Como ele me achou? Não pode ser, será que foi ele quem me comprou? Será que ele seria capaz disso? E as minhas perguntas são respondidas agora. — Sr. Anthony, essa é a minha filha Emanuelly... Filha este é o Sr. Anthony Schneider, ele veio te buscar. — Diz Roger sem nem me olhar na cara e o meu ódio por todos ali naquela sala só aumenta cada vez mais. — Não... Me chame... De filha. — Digo pausadamente com a voz carregada de ódio e desprezo. — Eu morri para vocês no instante em que me venderam a um desconhecido, como se eu fosse apenas um objeto velho que não serve mais, eu jamais vou perdoar vocês por isso... Jamais ouviram bem? Esqueçam que eu existo porque vocês estão mortos para mim... A partir de hoje eu não passo de uma garota órfã, sem mãe! Sem pai e sem ninguém. — Deixo algumas lágrimas escaparem então corro em direção a escada, mas sou impedida por uma mão que segura o meu braço. — Por favor não dificulte as coisas, você agora pertence a mim e querendo ou não, você vem comigo. — Diz o homem que eu já esqueci o nome, ele me encara com um olhar severo mas me solta devagar. O encaro por alguns segundos e tudo que consigo sentir é ódio e nojo de tudo isso, dois homens entram na sala e param ao seu lado. — Onde estão as coisas que teremos que levar senhor? — Pergunta um dos homens que creio ser os seguranças. — Na última porta no final do corredor senhores. — Roger me encara com os olhos marejados mas para mim não passa de fingimento. Olho duramente para as pessoas que eu mais amei em toda a minha vida, e ainda não consigo acreditar no que estão fazendo comigo. — Eu espero que vocês nunca se arrependam pelo que fizeram comigo, porque quando isso acontecer vai ser tarde demais... Vocês destruíram a minha vida, vocês acabaram com os meus sonhos e isso eu não vou perdoar nunca... Não me procurem mais porque eu não quero ter o desprazer de vê-los novamente. — Digo sem conseguir controlar as minhas lágrimas então eu vou em direção a porta. — FILHA POR FAVOR! — Ouço a voz desesperada da Helena mas continuo andando sem olhar para trás. Saio pela porta e desço alguns degraus de escadas, passo pelo portão e saio correndo na tentativa de fugir dali, mas não fui muito longe, alguns metros a minha frente eu fui parada por uma parede de músculos. — Me desculpe senhorita, mas eu não posso deixa-la ir, são ordens do meu patrão. — Avisa o homem a minha frente, ele é muito bonito por sinal, mas mesmo assim eu queria mata-lo por me impedir de passar. — Eu quero vá para o inferno você e o seu patrão. — Esbravejo me soltando dele. Tentei socar o seu rosto mas ele segura a minha mão, então faço o que achei mais fácil e está ao meu alcance, dou uma joelhada nele e o mesmo cai se contorcendo de dor, aproveito que ele está caído e corro no sentido contrário, olho para trás me certificando de que ele não está vindo atrás de mim, mas, mais uma vez eu me choco contra alguém e vou parar no chão, levanto os meus olhos para ver quem é e lá está ele, me encarando daquela forma intensa. — Não tente resistir Emanuelly, vai ser mais difícil se continuar fazendo isso . — O infeliz me estende a mão mas eu não pego-a. — Eu odeio você! Eu tenho nojo de você e eu vou te desprezar até o fim da minha vida seu cretino desgraçado! — Esbravejo com ódio nos olhos mas ele parece não se importar. Me levanto sozinha sem a sua ajuda e encaro pela última vez, a casa onde passei os melhores momentos da minha vida, mas também o pior deles. Entro no carro sem olhar para trás e me encosto do outro lado da janela, aquele homem também entrou mas não diz mais nada, o homem que eu acertei e presumo ser um dos seguranças também entra ao lado do motorista que dá a partida, nos tirando daquele lugar. Meus olhos estão na estrada para não ter que olhar para o ser desprezível ao meu lado, não sei quanto tempo passamos naquele carro mas depois de tanto tempo dentro dele, percebi que estamos em uma das áreas mais ricas da cidade, uma área onde só existem mansões muito luxuosas. O carro para em frente a uma das mansões mais lindas e grandes que eu já vi até agora, o motorista entra com o carro pelos grandes portões da mansão e para na frente da entrada principal, o ET ao meu lado sai do carro e o segurança sai em seguida, ele abre a porta do carro para mim mas eu reluto em sair, não queria ficar naquele lugar, não queria está aqui mas também não queria ficar com aquelas pessoas, mas agora eu sou uma propriedade que foi comprada e infelizmente tenho um dono, ou seja, eu não tenho nenhuma escolha. Saio do carro e fico de boca aberta com o tamanho daquele lugar, eu pensei que lugares como esses não existisse de verdade mas aqui está a prova de que eu estava enganada, essa família deve ser muito grande para morar num lugar enorme como esses. — Essa agora será a sua nova casa. — Diz o ET me estendendo a mão e mais uma vez eu recuso. — Eu ficaria mais feliz morando debaixo de uma ponte do que ser comprada por você. — Passo por ele andando pelo jardim até chegar na porta da mansão. — Você não tem que ficar com raiva de mim, não fui eu quem negociou a própria filha. — Diz novamente o ET parando ao meu lado. — Mas você me comprou, e isso te faz um monstro igual ou pior que o meu pai. — Cuspo as palavras em cima dele e me viro novamente para entrada da casa. — Eu só fiz isso porque ele me pareceu muito desesperado, eu só quis ajudar uma pessoas que precisava da minha ajuda. — Diz ainda me encarando daquele jeito intenso, mas eu evito olhar para ele. — De boas intenções o inferno está cheio. — Digo ainda sem encara-lo e o infeliz gargalha. Mas que crédito! Finalmente ele abre a porta da mansão e eu me deparo com algo surreal, esse lugar é simplesmente lindo, o ambiente é todo branco com detalhes em preto, qualquer um iria amar morar nesse lugar, mas não nas condições em que eu estou vindo parar aqui. Uma senhora que me parece bem simpática vem até nós e o cumprimenta. — Bom dia Sr. Anthony, que bom que veio para o almoço... Mas eu não sabia que teríamos visita. — A senhora me encara com um sorriso gentil e eu retribuo. — Bom dia Rosa, essa é Emanuelly e ela veio para ficar um tempo conosco. — Diz como se algum dia eu sairei desse pesadelo, não acredito que o meu consiga pagar o valor que pegou como empréstimo. — Seja bem vinda minha querida, vai ser um prazer tê-la aqui conosco. — Me estende a mão e eu pego de bom grado. — É um prazer conhece-la Sra. Rosa. — Digo tímida e ela sorri. — Por favor querida, me chame apenas de Rosa, qualquer coisa que você precisar pode falar comigo está bem? — Diz ainda segurando a minha mão. — Tudo bem Rosa, muito obrigada, você também pode me chamar apenas de Man. — Lhe dou um pequeno sorriso e ela solta a minha mão. — Vamos Manu, eu vou te mostrar o seu quarto. —Diz o ser ao meu lado sorrindo de um jeito que desconcerta qualquer um, só agora eu prestei atenção no seu nome. "Anthony" Me despeço da Rosa e subimos as escadas que dá acesso ao segundo andar, chegamos em um corredor amplo e espaçoso, nas laterais tinham várias portas e no final do corredor tinha uma enorme sacada com vista para um jardim espetacular, é impressionante como esse lugar é lindo, tem um piscina enorme. — Gostou da vista daqui de cima? — Pergunta atrás de mim e eu me assusto com a sua voz, depois de literalmente ter esquecido da sua existência. — Onde fica o meu quarto? — Pergunto passando por ele entrando novamente no corredor. — Segunda porta a direita. — Diz ainda parado onde estava, o encaro brevemente e percebo aquele mesmo olhar intenso sobre mim. Porque ele me olhar desse jeito? Abro a porta e entro rapidamente fechando-a atrás de mim, olho a minha volta e fico embasbacada com o tamanho do quarto, ele é simplesmente lindo e enorme, e também tem uma sacada. Alguns minutos depois batem na porta e eu vou abrir, graças a Deus era apenas alguns dos empregados que vieram trazer as minhas malas, no final eu agradeci e tranquei a porta, fiquei ali parada no meio do quarto olhando a minha volta e pensando em tudo que me aconteceu de ontem para hoje, e sei que ficar aqui chorando atoa não vai mudar tudo isso, então pego as minhas coisas e levo para o closet deixando tudo em um canto para arrumar depois, peguei um shortinho e uma blusa confortável e fui para o banheiro, fico boquiaberta com o tamanho da banheira que tem aqui, nem na minha antiga casa eu tinha uma banheira no meu banheiro, mas vou deixar para usa-la em outro momento porque por hora um banho simples já está ótimo. Depois do banho eu me joguei na cama e fitei o teto por um tempo, passei tanto tempo pensando em tudo que fizeram comigo que acabei me lembrado da Kate, ela ficou de ir lá em casa hoje mas não foi, ou foi e a Helena não quis me chamar porque teríamos a tal conversar, procurei a minha bolsa e achei o meu celular no fundo dela, desbloqueei o aparelho e vi que tinham mais de trinta ligações perdidas e quinze mensagens, a maioria são da Kate, disquei o número dela mas antes de colocar para chamar novamente batem na porta, vou até lá para abrir e é Rosa em pé na porta. — Oi Rosa, entre por favor. — Peço dando passagem a ela que entra em seguida. — Olá minha queria, o almoço está pronto e o patrão pediu que eu viesse chama-la. — Ela me observa atenta. — Me desculpe Rosa mas eu não estou com fome, estou cansada e com dor de cabeça, eu vou descansar um pouco e antes de dormir eu como alguma coisa, mas obrigada mesmo assim. — Digo enquanto vou pra cama me acomodando na mesma. — Tudo bem então Manu, se precisar de mim é só chamar está bem? Eu vou deixá-la descansar, com licença. — Ela se afasta da cama e logo sai do quarto. Pego novamente o meu celular e ligo para Kate que atende no terceiro toque. — É bom você ter uma boa explicação para não ter me atendido antes Manu. — Kate diz meio afoita naquele seu tom interrogativo. — Eu tenho uma história surreal para te contar mas por telefone não dá, eu estou precisando tanto de você agora amiga. — Começo a chorar ao me lembrar de tudo que aconteceu hoje. — Você está me assustando Manu, me conta logo o que aconteceu por favor? Porque você está chorando amiga? Eu estou muito preocupada com você eu fui até a sua casa de manhã, mas a sua mãe disse que você não poderia me ver hoje, me conta o que está acontecendo por favor? Ou então vem me encontrar e nós conversamos. — Pede angustiada ao me ouvir chorando. — Eu não posso falar por telefone Kate, mas eu prometo que vamos nós ver logo está bem? Agora eu preciso desligar, eu só liguei mesmo para dar notícias, depois nos falamos. — Me despeço dela e a mesma desliga inconformada por eu não querer conversar por telefone. Me acomodei melhor naquela cama enorme e aconchegante e abracei um dos travesseiros, deixei meus pensamentos pesarem até o sono me vencer. Acabei tendo um pesadelo horrível e acordei assustada, me sento na cama abruptamente e dou de cara com Anthony em pé na beira da cama, me encarando como se quisesse me devora viva. — O que você está fazendo aqui? Porque entrou sem bater? Isso é falta de respeito não sabia? — Pergunto irritada enquanto me levanto da cama ainda surpresa e confusa com a presença dele ali. — Eu bati na porta algumas vezes mas você não respondia, pensei que tivesse acontecido alguma coisa. — Ele me encara de cima abaixo me deixando desconcertada com isso. — Tudo bem, diz logo o que você quer e saia do meu quarto. — Sou curta e grassa mas o infeliz sorrir. Desgraçado! — Você não desceu para almoçar, então eu quis saber se está tudo bem. — Ele vem na minha direção enquanto eu dou alguns passos para trás me afastando dele. — Da próxima vez que quiser saber de mim, é só perguntar pra Rosa... Você já disse o que veio fazer aqui, agora você já pode ir eu quero ficar sozinha. — Dou as costas para ele mas sinto quando ele me puxa pelo braço me fazendo voltar contra o seu corpo. — Eu vou sair criança, mas no jantar eu quero você lá em baixo me esperando na mesa, ou eu venho aqui em cima te buscar está me ouvindo? — Diz segurando firme a minha cintura me puxando mais para si e eu percebo o quanto ele estava e******o, ofego sentindo as pernas bambas com o seu toque, mas consigo empurra-lo para longe de mim. Ele sai do quarto com aquele seu olhar sério batendo a porta, fiquei ali no meio do quarto parada igual a uma estátua tentando recuperar o meu fôlego. "O que aconteceu aqui meu Deus? Eu não entendi nada, porque eu fiquei desse jeito quando esse monstro me tocou? E porque ele estava tão e******o quando encostou em mim?" No fundo eu fiquei foi com medo desse seu jeito mandão e autoritário de agir comigo, eu o odeio e quero ele bem longe de mim, pessoas assim não merecem ser perdoadas. Com quantas pessoas mais ele fez isso? Será que ele já matou alguém? Será que ele seria capaz de me matar coso ele se irrite comigo? Meu Deus me tira desse inferno, por favor! Eu não mereço passar por isso, faz com que esse homem me deixe ir embora por favor! Corro até a porta e a tranco, volto pra cama e me deito novamente, eu não vou sair desse quarto hoje para nada nesse mundo, quero que esse Anthony vá para o inferno porque eu não vou comer na presença dele. As horas estão passando e eu ainda estou trancada no quarto, a Rosa já veio falar comigo duas vezes e insistiu para eu comer alguma coisa então eu aceito que ela me traga uma salada de frutas ou qualquer coisa leve, todo essa covardia que fizeram comigo me tirou o apetite.
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