Voltar pelas vielas foi mais leve do que eu esperava. Talvez porque, pela primeira vez em muito tempo, eu sentia que estava fazendo algo certo. Não ideal. Não perfeito. Mas certo. Um passo real pra longe da lama, mesmo que ainda pisando na beirada do esgoto.
Caique dormia pesado no meu colo, a cabecinha tombada pro meu peito, o queixo miudinho cheio de marquinhas que só eu sabia de onde vinham. Cada dobra dele era um milagre de carne e osso, e meu instinto gritava pra protegê-lo de tudo.
Assim que empurrei a porta da minha casa, a cena de sempre me esperava: o sofá rasgado, um resto de cigarro no cinzeiro improvisado, cheiro de mofo grudado nas paredes. Mas minha mãe não estava ali. Talvez tivesse saído cedo pra se perder por aí. Melhor assim.
Fechei a porta com o pé e fui direto pro qu
