O ponteiro do relógio m*l tinha alcançado o oito quando as luzes fortes iluminaram a viela. O ronco grave de um motor potente ecoou pelo morro, abafando até as vozes dos vizinhos que espiavam das janelas. Abaixei a cortina do quarto e vi o carro estacionar em frente à minha porta. Não era qualquer carro, era preto, grande, vidros escuros, daqueles que chamavam atenção sem precisar de placa de luxo. O coração disparou tanto que achei que fosse desmaiar. Minhas mãos suavam, minhas pernas tremiam. Quando as batidas firmes soaram na porta, minha respiração falhou. Abri devagar, e lá estava ele: o Caveira, ocupando o espaço inteiro da porta com a presença imensa, o olhar duro, a postura de quem não pedia, só tomava. — Bora. — Foi tudo o que disse. Engoli em seco, peguei a minha coragem qua

