5. Mariana

1017 Words

O barulho me tirou do torpor. Três batidas fortes ecoaram pela casa, secas, como se a madeira da porta fosse frágil demais pra aguentar. Meu coração disparou de imediato. Não era visita, não era vizinho. Quem batia daquele jeito vinha cobrar alguma coisa e, no nosso caso, sempre era dívida. Engoli em seco, tentando não fazer barulho. A respiração ficou curta, como se o ar tivesse sumido do quarto. Lá fora, a voz de um homem ecoou: — Abre essa p***a, dona! A gente não vai ficar batendo aqui a manhã toda, não. Fechei os olhos com força, como se pudesse desaparecer dentro da cama. Mas não desapareci. O som da madeira sendo socada de novo me fez estremecer. Levantei devagar, as pernas tremendo, e fiquei parada no meio do quarto, indecisa. Minha mãe não respondeu. Nem sei se estava conscient

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