O som da oficina pareceu sumir por um instante. Até o tic-tac do relógio do balcão ficou distante quando o mecânico, o senhor Orlando, limpou as mãos na flanela e soltou, com a calma de quem entrega um veredito:
— Olha, pessoal… o carro deu perda total.
Silêncio.
Clara ficou imóvel, o olhar fixo no homem. Daniel, por outro lado, explodiu antes mesmo de o ar se recompor.
— O quê?! Isso é absurdo! — ele gritou, dando um passo à frente. — Não tem como! Ontem o laudo mostrou que o carro estava em boas condições, e agora vem esse papo de perda total? Isso é um circo!
O mecânico, sereno, respondeu:
— Senhor, eu não sei do que o outro laudo dizia, mas eu avaliei com base técnica. O eixo tá comprometido, o chassi entortado, a suspensão traseira não segura mais o alinhamento. Esse carro não v
