Os dias seguintes foram de pura inquietação. Eu tentava me ocupar pra não pensar — vender carro, resolver documento, encher o Gil de piada — mas bastava um minuto de silêncio pra mente voltar pro mesmo ponto: o bilhete do Theo, a mensagem da Alice, e a voz da Clara dizendo “tá tudo bem, sim”.
Não, não tava tudo bem.
E eu sabia.
Na quinta-feira, resolvi limpar o porta-luvas do carro novo que a Clara tinha me dado. Era pra ser uma distração, mas, no meio das notas fiscais, encontrei o chaveirinho azul que o Theo tinha deixado cair no banco uma vez. O mesmo com o símbolo do super-herói preferido dele.
Segurei aquilo e me peguei sorrindo, bobo. O moleque era danado, mas tinha um coração enorme.
Naquele instante, senti vontade de pegar o carro e ir até a casa deles — só pra ver se estava t
