Não demorou nem duas semanas pra eu perceber que a Leila era o tipo de pessoa que vinha com o furacão no bolso e o manual da perfeição na outra mão.
Ela acordava cedo, chegava antes de todo mundo e fazia questão de lembrar disso.
“Pontualidade é o primeiro sinal de profissionalismo”, dizia, olhando pra mim como se estivesse falando com um estagiário preguiçoso.
Eu só respirava fundo.
E contava mentalmente até dez.
Mas a verdade?
Eu já tava ficando de saco cheio.
Todo mundo na loja já tinha percebido que a relação entre a nova chefona e eu era tipo óleo e água.
A gente não se suportava.
E o pior é que ninguém sabia explicar direito o porquê.
Nem eu.
Era uma implicância mútua.
Ela me olhava e já parecia irritada.
Eu via ela e sentia vontade de largar tudo e abrir uma borracharia
