Eu ainda estava sentado naquele banco frio, com os olhos marejados e o coração em pedaços, tentando recuperar o ar, tentando entender por que o destino tinha me dado uma rasteira tão grande, tão c***l, justo naquele momento. As pessoas seguiam apressadas pela calçada, entrando e saindo do restaurante atrás de mim, com sacolas, risadas, conversas animadas — vidas normais, sem a dor que me atravessava por dentro. Meus cotovelos apoiados nos joelhos, a mão segurando o rosto como se eu pudesse esconder a vergonha das lágrimas. Um homem chorando em público… não era algo que eu permitia acontecer. Mas naquele instante, eu não tinha forças pra segurar. A sensação de perda, de impotência, de injustiça, tudo se misturava e pesava sobre meus ombros. Foi então que eu ouvi. — Beto? A voz soou suav

