Desci as escadas devagar, respirando fundo a cada degrau, tentando recompor o semblante depois da cena com as crianças. Eu precisava estar firme, convincente. O silêncio da casa só era quebrado pelo estalo suave da lareira acesa na sala de estar. Assim que cheguei ao último degrau, vi Giuseppe e Giuliana acomodados num sofá largo de couro, cada um com uma taça de vinho na mão. A cena parecia saída de um quadro: o fogo iluminava o rosto deles, projetando sombras dançantes pelas paredes, enquanto o aroma adocicado do vinho misturado ao cheiro da lenha queimando criava um ambiente aconchegante, quase íntimo.
— Ah, Beto! — Giuseppe exclamou assim que me notou, erguendo a taça como quem faz um brinde à minha presença. — Estávamos justamente falando de você.
Senti o peso do papel me recair sob
