O ar parecia pesado, como se tivesse parado de repente no saguão do aeroporto. O senhor, elegante, de postura firme e barba grisalha bem aparada, mantinha os olhos fixos em mim, carregados de curiosidade, misturados com aquele toque de expectativa que só os pais podem ter quando finalmente conhecem alguém importante na vida de sua filha. Ao lado dele, a senhora, igualmente elegante, segurava a mão de Clara, mas seus olhos penetravam na minha direção, tentando decifrar cada gesto, cada expressão. Clara, ainda abraçando Theo e Alice, virou-se para mim, respirou fundo, e com um tom de voz calmo, mas firme, disse: — Sim, pai, esse é o Humberto, meu marido, pai das crianças. Meu coração praticamente parou. Os olhos arregalaram, o ar parecia faltar, e por alguns segundos eu só consegui encará

