O som da chuva parecia mais alto a cada minuto, como se o céu tivesse decidido despejar o mundo inteiro em cima daquela loja. O vento assobiava pelas frestas das portas de vidro, e o trovão que estourou logo em seguida fez o Theo dar um pequeno pulo na cadeira. — Tá tudo bem, campeão? — perguntei, meio sorrindo pra disfarçar minha própria tensão. Ele assentiu, mas a caneca que segurava tremia um pouquinho. E foi nesse instante que as luzes piscam uma, duas vezes... e apagam de vez. Um estalo seco ecoou, e a escuridão engoliu a loja inteira. — Droga… — murmurei, tateando a mesa. — Acabou a luz. Theo se encolheu um pouco, olhando em volta, e o som da chuva pareceu dobrar de intensidade lá fora. Peguei o celular do bolso e liguei a lanterna, mas o ícone da bateria piscava vermelho: 3%

