Eu ainda tava com os olhos meio marejados quando ela respirou fundo e, de repente, mudou o tom da conversa: — Sabe de uma coisa, Beto? — Clara ajeitou uma mecha do cabelo que o vento insistia em bagunçar. — Eu tô com fome. E pra ser sincera, acabei nem jantando direito com aquele sujeito. Olhei pra ela meio sem acreditar. — Você… tá com fome? — Ué, não parece? — ela riu de leve, mas não era aquela risada debochada, era uma coisa leve, fofa, que desarmava. — Não vou morrer de fome, claro, mas estou com vontade de comer alguma coisa. Foi mais forte que eu, soltei um comentário atravessado: — Mas olha, não é todo lugar que combina com… bom, com o seu estilo. Ela arqueou a sobrancelha, cruzou os braços e fingiu um ar ofendido. — Ah é? Então qual é exatamente o “meu estilo”? Dei de ombro

