O aeroporto sempre teve um cheiro peculiar. Era uma mistura de café recém-passado, perfumes importados que vinham das lojas do free shop, e o ar condicionado frio que, de certa forma, carregava consigo a sensação de partidas e chegadas. Eu cheguei cedo, com a mala em mãos e um frio na barriga que não tinha a ver com o voo em si, mas com toda a expectativa da viagem. Fazia tempo que eu não via minha avó, e só de pensar em revê-la, já sentia o coração mais leve. Eu havia acabado de passar pelo guichê da companhia aérea, a moça me entregou aquele papel com as informações do portão de embarque e do horário, e eu caminhava distraído pelos corredores. O papel era pequeno, mas carregava tanta responsabilidade que eu o observava como se fosse um mapa do tesouro. “Portão 16B”, li em voz baixa, te

