Eu juro que nunca senti tanta vontade de pedir demissão quanto naquele dia. Trinta dias trabalhando lado a lado com a Leila. Trinta. Dias. Era tipo cumprir pena em regime fechado — só que com ar-condicionado e café r**m. Desde o momento em que o velho anunciou o tal “projeto de integração”, eu já sabia que aquilo ia dar problema. Mas não tinha escolha. Era ou encarar a Leila… ou arrumar outro emprego. E, pra piorar, o velho ainda fez questão de avisar na frente de todo mundo: — Quero os dois na mesma sala. Assim a comunicação flui melhor. “Flui melhor.” É, claro. Só se fosse pra fluir sangue. Na segunda-feira seguinte, o escritório tava pronto: uma sala envidraçada no fundo da loja, com duas mesas lado a lado. Lado. A. Lado. Eu quase pedi uma divisória de concreto. A Leila ch

