Depois da Maré

1111 Words

Voltar da praia com a vó foi como retornar de um festival — o tipo de viagem que a gente não esquece, não só pelas risadas, mas porque ela conseguiu transformar cada dia em história. O carro ainda tinha cheiro de protetor solar, areia e farofa, uma mistura que, por incrível que pareça, me deixava nostálgico. Quando estacionamos na frente de casa, ela olhou pra mim e disse, com o ar mais convencido do mundo: — Pronto. Agora que te dei férias de verdade, quero ver tua cara feliz por uns meses. — Vó, a senhora foi um tornado ambulante naquela praia. A pousada vai erguer uma estátua sua. — Meu filho, é o mínimo. Eu deixei o astral deles lá em cima. O dono até me chamou pra tocar sanfona no Réveillon. Ri alto, balançando a cabeça. Ela tinha razão: a vida com a Dona Cida nunca era entedian

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