O tempo, quando a gente tá na expectativa de algo, parece andar de um jeito diferente. A semana virou como quem corre numa maratona, cada dia passando rápido, mas ao mesmo tempo me dando aquela sensação de que nunca chegava o bendito dia do pagamento das férias. Eu ia trabalhar, atender cliente, sorrir, vender, voltar pra casa, organizar as contas, e dormir. O mesmo ciclo, repetido como um mantra. Mas por dentro, era só ansiedade. Na segunda-feira, eu já comecei a riscar os dias no calendário da cozinha, como se fosse um garoto contando os minutos pra ganhar um presente. E cada risco feito me deixava mais perto do alívio. Quando chegou a sexta-feira, o coração já batia diferente. Eu acordei antes mesmo do despertador tocar. Sentei na cama, respirei fundo, e pensei: “É hoje.” Cheguei na

