P.o.v. Stephany
Os filhotes nos olharam, um se curvou e foi embora, o outro olhou para mãe e para o irmão — confuso —, ele se curvou e foi embora atrás do irmão.
— eles realizaram a escolha deles_ falou o grifo se deitando no galho.
— bom, eu vou descer e caçar, mas pode ficar aqui que não corremos riscos nessa floresta._ digo e espero que não corramos perigo mesmo.
— ok mestra, aliás me chamo Liana._ se apresentou.
— o meu é Stephany, mas me chame de Ste, não me chame de mestra e nem nada do tipo._ digo me preparando para pular.
— ok me... ste_ olho feio para ela, quando ela ia me chamar de mestra e logo corrigiu e sorrio.
Pulo da árvore, abro minhas asas já que a árvore é muito alta e logo estava no chão, suspiro com as lembranças do passado que apareceram com tudo. Olho para o tronco da árvore, vejo um coração com as inicias S+N dentro, o S está com um X em cima e engulo em seco. Balanço a cabeça para espantar todos os pensamentos e lembranças, me transformo na minha loba e vou caçar.
P.o.v. Melody
Bufo quando a Stephany some com o grifo.
— eu ainda esgano essa menina!_ falei irritada e preocupada ao mesmo tempo_ olha vocês que se virem para ir embora que não tenho mais energia para gastar com vocês_ falei e sinto meus olhos mudarem de cor rapidamente.
Começo a caminhar para fora da caverna, os outros vem junto e observo em volta. Não tem nada de interessante só pedra e mais pedras. Logo chegamos na luz do dia e vejo que tá com uma nevasca muito forte.
— a que ótimo, uma nevasca para ficarmos presos juntos, que maravilha!_ falei sarcástica e sento no chão, vejo que o Arthur tá tremendo e isso me feriu, tiro minha blusa e dou para ele_ pega, você precisa_ falei calma e ele pega.
— mais e você?_ falou colocando a blusa que ficou muito justa nele.
— bom, sou uma bruxa poderosa, não sinto frio, mas não posso dizer o mesmo de vocês_ falei vendo que os três estão tremendo.
— seria ótimo saber controlar o fogo nessa situação, mas não controlo água e terra_ falou Agnes tentando se aquecer se agarrando ao Erick.
— seria uma boa hora de não termos poderes iguais, maninha._ diz sorrindo fraco para ela.
Fico com dó deles, olho para minhas mãos.
"Será que é uma boa ideia eu tentar fazer uma fogueira?_ pensei com receio por não saber me controlar."
Sento-me no chão, me concentro em fazer uma fogueira no meio da caverna. Demorou um pouco e consigo, sinto um pouco de fraqueza e me apoio na minha mão para não cair de cara no chão. Deixo a fogueira maior e me deito no chão com a respiração meio falha.
— está melhor?_ falei baixo e eles vêm até mim_ vocês estão melhor ou precisa de mais fogo?_ falei me sentando e me apoio no Arthur que está mais próximo quando sinto uma tontura.
— ta ótimo, agora não se esforce mais, você pode ser forte e poderosa, mas não é treinada para aguentar muito tempo, ainda mais com os feitiços poderosos que você realizou hoje_ escuto Agnes falar e sinto meus olhos pesarem e fecho meus olhos.
— deixa que cuido dela Arthur_ Erick falou e sinto ele me por no seu colo. Não tenho forças para me afastar no momento.
Escuto passos se afastando, sinto uma mão no meu cabelo me fazendo cafune e admito que está ótimo.
— você é tão perfeita, como pude ser tão i****a em te rejeitar?_ Erick sussurrou com uma voz pesada de sentimentos e sinto uma gota atingir meu rosto.
"Ele ta chorando?_ pensei confusa."
— você tá bem irmão?_ escuto Agnes falar_ porque está chorando? Esta com muito frio?_ ela pergunta preocupada.
— estou bem maninha, só estou refletindo sobre as burradas que fiz e como sou um i****a, mas me deixa quieto no meu canto, entendeu?_ diz ele para Agnes, me deixando um tanto pensativa.
— entendi_ escuto a voz dela um pouco distante num tom pensativo.
"Ele está arrependimento de me rejeitar?_ sinto meu coração errar uma batida com esse pensamento."
" — eu não sei não_ minha loba falou em dúvida.
— acredito que ele ta arrependido_ falou Katy, minha bruxa, animada.
— me poupem disso_ falou uma voz indiferente. Essa voz nunca ouvi.
— se ele ta arrependido ou não, eu não sei, mas ele foi sincero._ falou uma voz sincera e doce. Outra que nunca ouvi.
— quem são vocês?_ pergunto, afinal isso é minha cabeça.
— sou a Estrela, sou sua parte anjo e essa rabugenta é a m*l, sua parte anjo da morte._ diz aparecendo duas versões minhas, uma com as asas brancas e olhos brancos, e outra com asas pretas e olhos pretos.
— não sou rabugenta, apenas não gosto desses papinhos de meninos._ diz m*l irritada.
— se você diz_ estrela diz nem ligando_ a Mel se você abrir tuas asas é melhor, seu cansaço passa mais rápido e é bom que você esquenta o Erick._ Estrela me avisa e me dá essa dica.
— me dá o controle rapidinho? Prometo que não vou fazer nada errado, apenas um lugar confortável para nós ficarmos._ minha bruxa pede e, porque não né?
— ok_ falei passando o controle para ela."
Sento-me devagar, abro minhas asas, uma preta e outra branca, estico a mão, surge um colchão de casal e dois de solteiro.
— o que você tá fazendo Mel? Você tá fraca, não pode fazer isso._ diz Erick tentando "me" impedir.
— eu não sou a Mel, prazer me chamo Katy e sou a bruxa da Melody, a e como sou boazinha fiz esses colchões, porque ninguém merece dormir no chão de pedra, cada um de vocês dorme num de solteiro_ falou apontando para Arthur e Agnes_ e eu e o Erick dorme junto_ eles me olham estranho_ qual foi? A Melody só vai querer me matar amanhã nada de mais. Quando eu sair do controle a Mel vai apagar por esta muito cansada, parem de me olhar e vão deitar que essa nevasca, vai demorar passar_ falou deitando de um jeito que não machuque a asas.
O Erick deita do meu lado, a Katy o abraça e eu apago.
P.o.v. Erick
Fico imóvel quando ela me abraça, não sabia o que fazer, mas sei que ela está dormindo, porque a respiração dela tá calma e cogito sair dali, mas ela deita em cima do meu peito tirando qualquer hipótese de eu sair dali.
— aproveita que quando ela acordar, ela não vai gostar nada de tá abraçada com você e vai querer te tacar lá do outro lado do universo_ apenas olhei para minha irmã e concordo.
Começo a ficar com frio, uma das asas da mel vem para cima de mim, meio que me cobrindo, deixando apenas minha cara e meu braço direito fora, começo a mexer no cabelo dela com minha mãe direita e sorrio.
— ela realmente é minha irmã, as asas são nossa marca, nós três temos_ diz Arthur observandp nos dois, se referindo aos irmãos.
— realmente, acho que é uma das únicas semelhança de vocês, tirando os olhos que também são iguais._ minha irmã fala observando eles dois.
— fui muito i****a de ter rejeitado ela, dizem que só damos valor quando perdemos e acho que é verdade._ digo querendo pular do penhasco a minha frente.
— talvez ela te dê uma segunda chance_ diz Arthur me dando esperanças.
— prove para ela que está arrependido, mas quero saber como que vamos contar para ela que ela é a sua irmã, Arthur?_ diz Agnes e com certeza vou seguir o conselho dela. Vai ser difícil contar para ela sobre os irmãos.
— eu não sei, acho que não é só chegar e falar, afinal não sabemos o que ela pensa que aconteceu e se quer sabe que é adotada._ respondeu e realmente, não sabemos quase nada sobre ela.
— ela nos disse que se nos falarmos algo que não tinha a ver com a Stephany ela nos matava, por algum motivo eu sabia que ela tá vá falando a verdade, agora não sei se isso ainda vale ou não._ digo um pouco pensativo. Ela mataria mesmo?
— seja que ela realmente mataria vocês? Afinal você é companheiro dela._ disse Arthur como se fosse algo impossível.
— não sei, eu a rejeitei e não sei se ela sente algo por mim._ falei duvidando do que ela possa sentir por mim, além de ódio.
— talvez não devesse contar, mas é muito difícil ela ficar do teu lado, ela sofre a dor da rejeição todo o momento e com você perto parece que doí mais, eu vi no caminho daqui o esforço dela para não chorar e demostrar ser difícil, tentando mostrar ser forte e que não liga para isso._ disse Agnes com um pouco triste por falar algo tão forte.
Cada palavra que minha irmã disse me doeu e cortou meu coração.
"Faço minha ruivinha sofrer!_ penso bravo comigo mesmo."
A ruivinha se mexe, fico imóvel para ela se ajeitar e logo ela se ajeita.
— não me deixa! Por favor, Erick!_ ela começou a debater nos meus braços.
— acorda ruivinha, eu tô aqui, acorda_ falei meio assustado por ela não parar de se mexer.
— por favor não me deixa... _ murmurou algo que não consegui ouvir, mas ela parou de se mexer.
— ruivinha acorda!_ falei desesperado já.
Ela se senta rapidamente, me olha com algumas lágrimas nos olhos, ela me abraça e retribui surpreso.
— calma ruivinha, eu estou aqui com você._ tento a acalmar.
— e-eu vi vo-você mo-morrer nos me-meus braços_ falou com a voz falha e começou a chorar baixinho.
— calma ruivinha, estou aqui com você, não precisa se preocupar, eu sempre estarei com você princesa._ digo sendo o mais sincero que posso e um pouco sem reação.
— promete?_ falou me olhando nos olhos, seus olhos estão avermelhados por causa do choro.
— prometo ruivinha_ falei tentando não olhar para a boca dela e a beijar.
De repente ela se afasta de mim, vira de costa para mim e levanta, ela vai para fora e fica na nevasca.
P.o.v. Melody
Acordo de um pesadelo muito r**m. Quando percebo o que tô fazendo, me afasto do Erick e vou para fora, sento ali mesmo na nevasca e fico pensando um pouco, me volta às lembranças do pesadelo e do momento que o Erick me rejeitou, sinto umas lágrimas escorrer e suspiro. Após ter me acalmado entro de novo, sinto meu corpo pegar fogo e meu cabelo também, vejo que tô sem um resquício de neve, sorrio com isso e percebo que os três tão me observando.
— é... precisam de algo?_ pergunto meio sem jeito. Não gosto de ser observada.
— não não, o fogo tá ótimo_ Agnes sorriu gentil e retribuo.
— tá mesmo_ falou fazendo um joinha com mão_ só tô sem sono e preocupado com minha princesa._ diz Arthur olhando para fora e preocupado.
— ela sabe se virar, nunca consegui ganhar dela, nas lutas e olha que luto muito bem_ falei me sentando na beira do colchão que o Erick tá.
— desde quando você e ela se conhecem? _perguntou Agnes, com seus olhos castanhos me encarando, curiosa de certo.
— desde meus 10 anos, agora parando para pensar, eu nunca achei estranho o fato dela não envelhecer_ franzo a sobrancelha e meio chocada que não percebi isso antes_ ela é meio doida, mas é gente boa e algo que percebi agora é que ela esconde todas as dores dela dos outros._ digo suspirando um pouco pesado.
— porque diz isso?_ Arthur me encara, um tanto sério.
— porque eu vi nos olhos dela a dor que ela carrega quando ela fala do passado, com certeza ela já passou muita coisa nessa vida que eu não faço a mínima ideia._ digo olhando para fora esperando que um dia eu possa ajudar minha amiga
Continua