Narrado por Bruno
03h14 da madrugada
Ela estava ali, deitada em um colção nua,enquanto Pablo abusava dela, sangue seco no rosto,ela devia ter o machuca ,mais não tento quanto ele a esta machucando,ele saiu correndo em direção a outro porta que tinha ali no cómodo,meus olhos voltam para Milena
Os olhos… vazios como o espaço entre balas, corri até ela, gritei seu nome, ela olhou, por três segundos, me encarou como se ainda lembrasse quem eu era, e depois… virou o rosto, Fábio chegou logo atrás, me puxou com força.
— “Não encosta nela.”
— “Você tá me tirando, Fábio?”
— “Ela não quer ver você agora.”
— “E você acha que ELA quer ver você?!”
Thiago apareceu na porta, gritou por reforço, mas os olhos estavam cravados na irmã, era tarde demais.
Dois dias depois
Milena foi internada numa unidade secreta do cv,Leco veio do Rio de janeiro pra ca para ajudar a achar ela e ta dando esse suporte em questão ao cv, Bene quase teve um irfarto quando soube que tinham levado a neta,desde que a resgatamos ela não fala cm ninguém, nem com Thiago, nem com Alessandra, muito menos comigo, na manhã do terceiro dia, ela sumiu, sem deixar rastro.
Sem abrir as câmaras, sem dizer adeus, Fábio surtou, Thiago mandou fechar fronteiras, e eu...
Eu fiquei parado diante da janela, lembrando da última vez que toquei nela.
Dias depois de volta ao Complexo do Alemão
Encontro Fábio no telhado, ele está armado, como sempre, mas agora... há ódio nos olhos dele. E luto.
— “Você devia ter ficado longe dela.”
— “Você devia ter sido homem suficiente pra entender que ela nunca foi tua.”
— “Eu protegi ela quando ninguém mais protegeu.”
— “E eu fui o pai do filho dela”
Silêncio, a tensão estala, Fábio aponta a arma.
— “Ela era tudo o que restava de humanidade nesse mundo pra mim.”
— “Ela não é de ninguém. E é por isso que ela sumiu.”
Dou um passo pra frente.
— “Você não percebeu? Ela não foi capturada.
Ela se libertou.”
— “Ela fugiu de você.”
— “Ela fugiu de todos nós. Porque o mundo dela... virou um campo de guerra onde amar é morrer.”
Fábio abaixa a arma. Mas os olhos ainda ardem.
— “Se eu descobrir que você ajudou ela a sumir...”
— “Eu queria ter tido essa chance.”
Ele vai embora.
Lugar desconhecido
Um convento abandonado, na fronteira entre Brasil e Bolívia, dentro, um altar escondido. Um mapa. Um novo nome.
Milena, cabelos cortados,cicatrizes novas, olhos que não piscam mais, ela segura um envelope lacrado com o símbolo da Yakuza.
Dentro, o nome de três alvos, ela sussurra:
“Vocês fizeram de mim uma arma”
Um ultimo ato nessa vida,apaga a luz, ela desaparece na estrada.
"No tempo que Milena esteve sumida, Thiago voltou a moral em Curitba , na sua antiga casa,enfim conseguiram se livrar da madrasta,maria clara foi embora com o rabinho entre as pernas,nesse tempo Fabio se tornou Braço direito de Thiago,ninguem nunca mais viu Pablo ou Gustavo, Tio Leco também se mudou para Curitiba,para a antiga casa de sua mãe,Bruno e Alessandra, viajaram mundo a fora,para tentar esquecer um pouco todas as merdas que aconteceram nos últimos anos,e Milena Bom Milena esta preste a voltar"
Quatro Anos Depois
Curitiba – Outono cinza, 6h13 da manhã
A cidade ainda dorme, mas uma sombra antiga acorda com o vento, a antiga casa dos Yamaguichi Souza, no Agua verde, agora é mais discreta, mas lá dentro, tudo pulsa sob controle de Thiago, ele voltou pra cá dois anos atrás, restaurou a ordem, silenciou a máfia local e fez da cidade um ponto estratégico entre Brasil e Japão, Fábio, ao lado dele, amadureceu, Agora não é só braço direito. É irmão de guerra, Leco, mais cansado, vive na antiga casa da sua mãe, aconselha com vinho e sabedoria amarga, e diz, vez ou outra:
— “Ela volta, menino. Quando o mundo menos esperar… Milena reaparece.”
Enquanto isso – Grécia, uma praia qualquer
Bruno corre na areia com Alessandra ao longe, ambos mudaram, ela abriu uma ONG para ajudar mulheres traficadas.
Ele tenta deixar o titulo " filho do dono do Alemão" para trás, mas nem o mar, nem os oceanos lavam tudo, as vezes ele sonha com ela, Milena, o gosto metálico do beijo, sangue quente no pescoço, a frieza do olhar dela no último dia. mas acorda sozinho, sempre sozinho.
Curitiba — Quarta-feira à tarde
Thiago revisa documentos no escritório, Fábio entra com uma expressão estranha.
— “Tem algo que você precisa ver.”
Ele mostra a câmera de segurança, a entrada da cidade, um carro preto, vidros escuros, placa adulterada, mas o símbolo no retrovisor... é o dragão da Yakuza, Thiago para de respirar por um segundo.
— “Pode ser qualquer um.”
— “Não, o símbolo…só ela usava de cabeça pra baixo.”
Silêncio.
Thiago fecha a pasta.
— “Prepara o arsenal. E liga pro Leco.”
Mesmo dia — Bar velho, centro de Curitiba
Leco está sentado com sua cachaça quando a TV do bar corta a novela.
“Intervenção diplomática no Japão: suspeita de organização criminosa se movendo para o Brasil. Nenhum nome revelado. Imagem borrada... mas claramente feminina.”
Leco só sorri, bate o copo no balcão.
— “Ah, desgraçada… você voltou mesmo.”
Aeroporto Internacional de Curitiba
Salto preto, sobretudo vermelho, olhar morto, passa pelo controle com passaporte falso, mas no bolso do casaco… três fotografias envelhecidas,Thiago sorrindo na infância,Fábio em missão com ela,Bruno dormindo em uma varanda no Alemão, ela sussurra:
—“Me esqueceram, agora eu volto pra apagar o nome de todos vocês… ou salvá-los, não sei ainda.”
Curitiba – Centro, 19h17
As pessoas sentem antes mesmo de ver, a brisa carrega um cheiro agridoce, quase selvagem, ameixa e ferro, o semáforo fecha, os carros param, um motorista tira os óculos escuros, ele a viu, Milena atravessa a rua, casaco longo, preto, cabelos presos com perfeição,salto alto que não ecoa, do outro lado da rua, um camelô larga o isqueiro aceso, a chama apaga sozinha.
— “Ela voltou.” — sussurra.
Casa dos gemeos
Thiago vê o alerta, Fábio engole seco ao ler o relatório.
— “Ela desceu primeiro em São Paulo com nome falso, identidade nipo-brasileira, passagem por Berlim e Cingapura.”
— “E agora?” — pergunta Thiago, de pé.
— “Agora... a cidade é dela. Se ela quiser.” — responde Leco, que ouve da cozinha.
Fábio sai da sala, silêncio estranho no peito.
Bar "Recanto Azul" — mesmo dia, 22h07
O bar está cheio, roda de samba baixa,clientes bêbados,até que... a porta se abre, o ar muda, o som continua… mas ninguém ouve.
Os copos ficam suspensos a meio caminho da boca, Milena entrou, vestido vinho, decote sutil, olhar afiado como lâmina cerimonial, perfume de ameixa domina o ambiente, ela caminha até o balcão, o barman é novo.
— “Posso ajudar, senhora?”
— “Rum. Japonês. Puro.”
Atrás dela, dois homens levantam, reconheceram, ela vira apenas o rosto.
— “Sentem-se, Não hoje.”
Eles obedecem. Sentam. Suam frio.