Layla Eu voltei para o quarto como quem volta de um campo de guerra. Sem feridas visíveis, mas com todos os nervos em carne viva. Fechei a porta com mais força do que devia. Não tirei o vestido. Não tirei o batom. Não tirei nem a postura. Mas por dentro… estava desmontada. As palavras de Khaled ainda estavam penduradas em algum lugar da minha caixa torácica, escorrendo devagar como veneno lento. “Quando ele... se for... nós conversamos.” Não sei o que doeu mais: a menção à morte do meu pai... ou o quase tremor na voz dele. E agora, aqui estou, sentada na ponta da cama. Vestido branco ainda colado ao corpo. Esmalte intacto. Emoções... um caos elegante. Olho para o relógio. Passa da meia-noite. Eu me levanto e vou até a varanda. Abro uma fresta da cortina. Lá fora a noite. O céu

