Layla
Estava ouvindo música.
Aquela playlist que salvei no celular (que tive de volta, recentemente) — “vibes de quem não sabe se foge ou fica”. Sentada na varanda interna do palácio, com os pés descalços sobre uma almofada macia e um livro aberto no colo. Fingindo que lia. Fingindo bem, até.
Desde que Khaled sumiu, tudo ficou… mais calmo. E mais vazio.
Eu me acostumei ao silêncio, à ausência dele andando com aqueles passos firmes demais, às provocações cortantes, aos olhares que pareciam sempre saber mais do que diziam.
Mas o pior de tudo?
Me acostumei a esperar.
Algo nele ficou em mim como cheiro forte em roupa lavada. Mesmo longe, ele continuava por perto. Como se minha pele ainda lembrasse. Como se minha cabeça ainda reproduzisse os diálogos que não tivemos.
Tomo um gole do chá
