O escorpião.

1040 Words

Senti o vento morno levantar meu vestido leve até a barriga. Caminhei por uns cinco minutos em linha reta — ou o que minha alma urbana achava que era linha reta. O palácio foi sumindo atrás de mim. Aos poucos, os muros, as torres e os arcos viraram só memória arquitetônica. Foi poético. Breve. Libertador. Até eu ver. Ele! O escorpião. No meio da areia. Preto. Grosso. Com uma b***a erguida como se dissesse: “vem não, querida”. Eu congelei. Respirei fundo. E dei meia-volta com a velocidade de quem acabou de lembrar que gosta de viver. Pois se tem um, tem outros infiltrado, escondidos nessa areia. Corri. Corri com o vestido voando, os pés afundando, o orgulho me xingando e o desespero gritando “EU NÃO ASSINEI PRA ISSO!”. Voltei para o palácio arfando, suando, com os cabelos parece

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