O teste

1011 Words
Maju narrando: Acordei , tomei banho e vesti o uniforme escolar. Mais um dia de tortura naquela escola. Calcei um vans branco com listras pretas , fiz um r**o de cavalo nos cabelos e passei um gloss e um corretivo pra tentar disfarçar minha cara de choro, coloquei os livros das respectivas matérias de hoje e desci. Meus pais já tinham ido pro trabalho, dei bom dia a Dulce e já ia saindo de casa , quando ela me chamou. - Manu? Você tem que comer algo. - Dulce.. Não quero comer. Não sinto vontade de fazer nada. - Mas você têm que se alimentar. Ela têm razão, e se eu tivesse grávida? E passasse m*l na escola, todos iriam saber do meu desprazer! O pior é que eu nem conheço aquele i****a, a única coisa que é sei é o primeiro nome dele. Entrei no carro , e fui o caminho em silêncio... Não tinha mais prazer em nada na vida, por que? Por que tudo isso estava acontecendo comigo? Entrei no colégio, e fiquei sentada mexendo no celular, até que Paula chegou perto de mim. - O que você quer? - disse seca. - Eu vim te pedir desculpas! - Pelo quê mesmo? - Minha mãe.. Me proibiu de andar com você Manuela. Disse que você é uma má influência. - Hmm, que bom pra você. - sorri e sai do lugar indo em direção a sala. Mentira , eu dei uma de durona mas não sou nada disso. Eu queria chorar mas não posso dar esse gostinho para ninguém . A aula até passou rápida, se é que eu consegui prestar atenção em algo. Sai esbaforada do colégio, e fui em direção à tal sorveteria que marquei com Léo, ficava perto do meu colégio. Mandei uma mensagem pra ele, que logo respondeu dizendo que já estava chegando. Me sentei em uma das mesas que havia na sorveteria, e fiquei esperando Léo com o coração na mão. - Pequena? - ele chegou por trás de mim me dando um pequeno susto. - Ai que susto Léo. - Foi m*l, não era minha intenção. Mas e aí, como cê tá? - Bem m*l. - suspirei. Eu quero morrer Léo. - Ih, fala isso não. Não vou deixar isso acontecer. - Mas eu quero... - Abre a mochila que vou te entregar o negócio. - ele tirou o teste da sacola e me entregou por debaixo da mesa discretamente. - Obrigado. Eu faço o quê? - perguntei sem entender. - Eu também não sei, mas têm as instruções aí. - Léo.. E se ... - Se for Manu, tu vai ter que enfrentar e falar com o Felipe.. Mas você precisa saber de algo. - De quê? - Olha, só faz o teste e me conta imediatamente o resultado tá? Eu tô de folga hoje, tô disponível a qualquer hora. - Valeu, eu vou indo. Eu tô nervosa, eu sinto como se meu coração fosse pular pela boca. - Vai dar tudo certo, e se não der... Conta comigo. - beijou meu rosto e eu peguei um táxi pra ir pra casa. Cheguei em casa, e minha mãe estava almoçando. Meu pai não estava em casa, deveria ter tido uma reunião de negócio urgente. Passei pela grande sala de jantar sem falar com ela, mas foi inútil. - Oi pra você também. - disse grossa. - Oi mãe. - Eu vou sair. Tenho um desfile super importante pra ir hoje. - Hm. Legal. - dei de ombros e subi. Era incrível, ela só se importava com trabalho, reunião, desfile... d***a a vida não era só isso, a vida era amor, era cuidar dos filhos era ter uma família. Coisa que eu nunca soube o que era. - Vamos lá Manuela, vai dar negativo... - pensei . Fiz como indicava ali mais trêmula do que qualquer coisa, fiz o xixi na d***a do copo e fiquei mais nervosa ainda quando li na bula que o resultado era de 3 à 5 minutos... Esperei os "dolorosos" minutos que mais pareciam uma eternidade até que saiu e ... Dois tracinhos? Não, não podia ser esse teste tá com problema. Meu Deus, não podia ser. Uma noite havia estragado toda minha vida, o que seria de mim agora? Eu estava literalmente "fodida". Minha única reação foi ligar pra Léo. - Léo? - falei com a voz falhada. - Fez o teste? - ele parecia nervoso. - Vêm aqui por favor. - disse isso e desliguei o telefone. Não tinha reação de nada, me abaixei e fiquei ali no chão do banheiro calada. Nem chorar eu conseguia, as lágrimas não saiam, só conseguia sentir uma dor na alma, uma pontada no coração. - Manu? - Léo me chamou mas eu não conseguia responder, só conseguia chorar. - Manuela me responde? - Tô aqui. - falei baixinho. - Manu... Deu o quê ? - Olha . - mostrei o teste pra ele ainda chorando. - Positivo. - ele suspirou e eu assenti ainda chorando. - c*****o, fica calma. - ele me abraçou. - Como você quer que eu fique calma? - me levantei e me debrucei sobre a pia. - Você tem que se forte Manu. Olha pra mim . - ele virou meu rosto. - O que eu vou te contar é uma barra. Me desculpa, eu devia estar te vigiando naquela festa, se fosse por mim isso não teria acontecido. -ele esmurrou a parede. - A culpa não foi sua, minha mãe têm razão eu sou uma qualquer. - chorei mais ainda . - Ei , você não é uma qualquer! Olha pra mim. - o olhei ainda com os olhos vermelhos. Eu vou te contar uma coisa , não tô conseguindo contar... - O quê Léo? Fala por favor. - disse entre soluços. - Felipe, ele... - respirou fundo. - Ele é casado? - Pior que isso! Ele é o.. Dono do morro da Vidigal. - ele falou rapidamente como se tivesse se livrado de um peso. -diz que isso não é verdade Leonardo
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