Oi?

1289 Words
Ao seu lado algo parou. Tristan levantou seus olhos para cima e o viu. Alto devido ao ângulo em que se encontrava. Olhos azuis como o mar e sem qualquer sorriso. Aquele deveria ser o tal Epires, era o mesmo que vira no mercado de escravos. Tristan tentou se afastar, mas seus pulsos estavam presos então apenas alguns centímetros mais longe do desconhecido que tocou as algemas. -Me prenderam – Contou Tristan forçando as algemas com raiva renovada quando Heleno entrou no recinto e arregalou os olhos antes de se ajoelhar. -Senhor – Disse Heleno respeitoso. Epires voltou a olhar para o jovem que levava um prato de comida. Tristan esperava que fosse para si. Epires pegou o prato e olhou para Tristan que salivava. -As algemas, por que foram colocadas? – Perguntou Epires comendo uma uva na frente de Tristan. -Porque ele não quis ficar aqui e tentou fugir – Respondeu Heleno sério sem levantar a cabeça. -Vocês me sequestraram e querem que eu coopere – Resmungou Tristan ouvindo seu estomago roncar. -Já pode ir – Falou Epires. Heleno saiu do local sem olhar para trás. Tristan não podia acreditar no que estava acontecendo. Colocou sua cabeça na barra de metal para pensar. O metal gélido em meio aquele calor foi refrescante, mas não o suficiente. Seu saiote marrom que ia até o seu joelho por ser grande demais estava agora na altura das suas coxas devido ao movimento. Surpreso Tristan tentou colocá-lo no lugar e deu em parte certo fazendo a cair na altura do joelho. Uma camisa bege de um tecido diferente, mas de caimento agradável estava suada e suja. Ela estava solta em cima do saiote. Tristan estava suado e imundo. Tudo o que desejava era um banho para tirar tudo aquilo e uma cama macia além de comida. Perdido em seus pensamentos Tristan não percebeu quando Epires se aproximou dele e ofereceu uma uva. -Não gosto de uvas, obrigada – Falou Tristan virando o rosto, mas Epires segurou seu queixo e se aproximou – mas posso passar a gostar. Comeu a uva com desagrado, mas parecia ser a única coisa que comeria. Enquanto mastigava era observado e analisado. Depois de cinco uvas Epires se afastou com os queijos. Voltou depois com uma chave que usou para abrir a algema. Tristan ficou parado ainda sentado no chão esperando o que deveria fazer. Se tentasse fugir com certeza seria pego por ele, se caso tenta-se se levantar poderia ser que ele o jogasse no chão. Tristan olhou para o outro com clara desconfiança. -Você sabe do por que está aqui? – Perguntou Epires lentamente. -Porque vocês acham legal comprar pessoas como escravas? -Respondeu Tristan com deboche. -Tem uma língua muito afiada para alguém que está em um acampamento de soldados conhecidos pela agressividade – Comentou Epires indo até uma cadeira onde se sentou. Ele usava uma túnica bege que contrastava com sua pele dourada e os olhos azuis. Tristan olhou para sua saia ou saiote e o abaixou mais até que cobrisse completamente suas coxas. Estava descalço. Pela primeira vez percebera esse fato. Se sua mãe estivesse ali ela estaria enlouquecida com isso, sempre dizendo para usar um chinelo ou sapato. -Você se perde demais em seus pensamentos – Disse Epires tomando alguma coisa – mas isso pode ser muito r**m de agora em diante. -Olha eu não sei que você é nem do porque eu estou aqui, com todo respeito eu só quero ir para minha casa e fingir que essa loucura nunca aconteceu -Falou Tristan fechando os olhos e ao abri-los deparando se com Epires visivelmente irritado. Com uma rapidez impressionante Epires segurou Tristan pela camisa de tecido horrível e o trouxe para perto. Engolindo em seco Tristan se pergunta como era possível alguém ter tamanha força. -Vamos esclarecer algumas regras, primeira, não fale se eu não disser para falar, segunda, nãos e dirija a mim sem o devido título, e terceira, nunca seja desrespeitoso comigo novamente senão não serei tão paciente – Avisou Epires soltando Tristan que caiu no chão agora com a boca bem fechada. Tristan apenas ficou ali sentado como uma criança de castigo vendo o outro andar de um lado para o outro. Seus pulsos estavam vermelhos e possivelmente poderiam inchar. Precisava sair dali, mas como? -Eu posso falar? – Perguntou Tristan para Epires que o olhou com desgosto, mas concordou – então eu não sei do porquê, mas não sou daqui, digo não sou desta época. -Não é dessa época? – Questionou Epires se sentando na cadeira e cruzando os braços. -É eu sei que parece estranho, mas eu não sou, vim parar aqui de alguma maneira e bem eu sou de 2020 – Contou Tristan massageando seus pulsos doloridos – você não acredita em mim, claro que não acredita quem acreditaria? Não deveria ter ido ver as estatuas daqueles deuses. -Estatuas de Deuses? – Perguntou Epires comendo um pedaço de queijo. -Sim, então eu... – Começou Tristan antes de sentir seu estomago se contrair de fome, apenas seis uvas não eram o suficiente – minha mãe vai me matar se eu não voltar. -Tem mais medo da sua mãe do que de um exército? – Perguntou Epires surpreso. -Você não conhece minha mãe, ela é capaz de convencer qualquer pessoa a fazer o que ela quiser – Contou Tristan agora de joelhos na areia sem saber se poderia se aproximar – mas eu nem sei onde eu estou. -No acampamento temporário do exército dourado do imperador Mario Augusto – Respondeu Epires lentamente. - Acampamento temporário do exército dourado do imperador Mario Augusto – Repetiu Tristan tentando se lembrar de onde ouvira esse nome – há do imperador que vai ser assassinado pela esposa? -O que disse? – Perguntou Epires agora de pé. Tristan colocou a mão na boca em choque, havia revelado o futuro e não podia mudar a história do anda. Tinha que sair daquele problema porque Epires estava se aproximando. Colocou se de pé e foi para trás da mesa onde estava uma cadeira que Epires usava. -Calma eu quis dizer que... bem de onde eu vim eu ouvi falar coisas deviam ser boatos maldosos só isso – Disse Tristan preocupado com a expressão do outro. -Nunca diga algo que não tem certeza senão vai perder a língua – Avisou Epires. -Você muda de humor bem rápido, por acaso é bipolar? – Perguntou Tristan batendo na própria boca por ficar perguntando coisas que poderiam matá-lo. Epires nem se dignou a responder ao invés disso apenas apontou para uma coberta no chão onde parecia ser uma cama e onde Tristan dormiria. Indo até sua cama Tristan percebe se tratar de uma coberta bem m*l feita de tecido semelhante ao que usava como roupa, seu desagrado era evidente para Epires, mas não se importava estava muito preocupado com suas costas no dia seguinte. -Nossa uma coberta como cama que maravilha – Ironizou Tristan se ajoelhando no chão coberto pela coberta fina – terei uma noite magnífica, meu cachorro dorme em uma cama melhor que isso. -Não tente me matar – Falou Epires mostrando sua espada ao lado da cama – tenho sono leve. -Por que eu tentaria te matar? Eu nem conseguia matar um inseto, que horror você deve viver com pessoas meio estranhas – Discordou Tristan deitando se no chão – boa noite, significa que quero que tenha uma noite calma e sem grandes problemas, mas que seja porque estou desejando isso a pessoa que me comprou? humpf. Tristan fechou seus olhos apenas por cansaço e não por comodidade. Não sonhou com nada apenas tentou relaxar, mas não conseguia de fato, senão fosse pela exaustão que sentia nem teria pregado o olho. Conseguira dormir profundamente naquela cama. 
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