Para onde devo ir?

1939 Words
Olívia Com um sentimento de perda irreparável me corroendo por dentro, e apenas com uma única e solitária mala, chego a casa da minha melhor amiga e seu marido. Scarlett me agurda na sala da mansao, e me recebe de braços abertos, me oferecendo aquilo que eu não tenho há anos, que é o sentimento de ser acolhida e amada. Eu iria morar com o casal de amigos por algum tempo, até encontrar um apartamento adequado para mim e estar com eles me faria muito bem, pois eu os amava e sempre fui muita bem recebida naquela casa. E ao entrar na majestosa sala da mansão imponente dos meus amigos, Scarlett já me aguarda de braços abertos, pronta a me acolher e a me ajudar em um momento tão doloroso da minha vida e eu aceito prontamente o seu carinho. — Tudo isso vai passar, Olivia. — ela diz, tentando me consolar. — Dói tanto, Scarlett. — confesso, e deixo as lágrimas seguirem o seu fluxo contínuo. — Como poderei viver sem o Richard? — Como tem vivido até hoje, amiga. — Scarlett fala, apertando ainda mais o seu abraço em torno de mim. — Richard nunca esteve realmente presente na sua vida. É sempre tão relapso e distante. Apesar de aquelas serem palavras que me machucam muito, são totalmente verdadeiras e eu só tinha a agradecer pelo apoio que estava recebendo da minha querida amiga. — Mas eu vou te ajudar, e você vai conseguir superar esse momento tão difícil na sua vida, Olívia. Você verá! A Scarlet, assim como eu, é uma pessoa bastante otimista e eu precisava desse estímulo agora, eu precisava acreditar que tudo daria certo. — E como o Richard reagiu, quando você pediu o divórcio? — Scarlett quer saber, e me olha com expectativa. — Ele não se importa, realmente. — conto, e sinto a tristeza se instalar em mim. — Mas prefiro não falar mais sobre o meu marido, Scarlett. Preciso esquecer que um dia o amei. E com essa decisão em mente, eu consigo me fortalecer o suficiente para enfrentar os dias seguintes, que eu tenho consciência de que não seria nada fáceis, mas em momento algum eu acreditei que seriam. A minha amiga me leva ao quarto que ela disponibilizou para mim, onde irei ficar até encontrar o meu próprio lugar para morar, e mostra onde devo colocar todas as minhas coisas. — Trouxe comigo apenas o mesmo que levei, Scarlett. — digo para ela, explicando assim porque só trouxe uma mala. — Não há problema, eu entendo você. — ela me conforta. — Mas tem algumas roupas, que providenciei para você. Eu já imaginava aquilo, afinal, a Scarlett sempre considerou a forma como me visto muito discreta e sem cor e vive tentando me convencer a ser um bom mais ousada. — Obrigada por me receber e me ajudar. — agradeço, a abraçando mais uma vez. Depois de guardar os poucos pertences, eu vejo as poucas fotos que tenho comigo, todas tiradas no dia do nosso casamento e lembro o quanto aqueles três anos foram dolorosos e angustiantes, vivendo ao lado de um homem que não me amava, sem ao menos ter qualquer ocupação que pudesse me distrair da realidade do meu relacionamento. Mesmo sabendo que nunca fui amada pelo meu marido, toco com carinho a face do Richard na foto, mas logo as empurro para o fundo de uma gaveta qualquer, pois aquelas lembranças não me faziam bem, contudo, eu não tinha coragem de jogar todas elas no lixo. Quem sabe um dia, em um futuro próximo, eu conseguisse superar aquele amor não correspondido e pudesse finalmente me desfazer daquelas fotos, penso. Mas eu também não poderia me entregar a melancolia, afinal, eu precisava procurar alguma forma de seguir em frente e recomeçar a minha vida. Para isso, eu tinha entrado em contato com o meu ex chefe do jornal para o qual trabalhava, quando meu pai decidiu que eu deveria casar com o filho do seu melhor amigo. Mas a empresa do meu pai estava a beira da falência, ele precisava de ajuda, por estar debilitado devido a sua doença, e como me sinto culpada por não ter feito conforme a sua vontade e estudado administração, para poder gerir os negócios da minha família, como ele tanto insistiu que eu o fizesse, aceito a sua vontade de casar me com Richard. O senhor Joel Smith é um homem muito bom e gentil, dono de um jornal de alcance em toda a Grã Bretanha e eu fiquei muito triste em ter que deixar o meu emprego, pois eu havia conquistado um lugar de bastante destaque, tudo através de mérito próprio. Quando comuniquei ao senhor Smith que estava pedindo demissão, pois iria me casar com um amigo de infância, ele tinha deixado claro que, caso eu quisesse um dia voltar a trabalhar na publicação do jornal, era só falar com ele, que eu teria um lugar para mim. E foi exatamente isso que eu fiz, ao procurar o meu antigo chefe e, apesar de não ter conseguido a mesma colocação de antes, eu tinha um emprego e aquilo por si só, já me deixou bastante feliz e satisfeita. Pensando nisso, tomei um banho revigorante no banheiro da suite na mansão dos meus amigos e deitei na cama que seria minha por algum tempo, tentando não pensar no que tinha feito hoje, deixando tudo para trás e começando uma nova vida. O fato é que decidir algo é muito fácil, difícil foi colocar a cabeça no travesseiro e não pensar no grande amor da minha vida e nos anos que vivemos juntos. *******❤️******* No dia seguinte, comecei o trabalho no Diário de notícias, e agora eu trabalhava na coluna de fofocas do jornal, na sessão de entretenimento, algo que precisaria me adaptar bastante. Apesar de não gostar exatamente dos assuntos relacionados às pessoas famosas, eu precisava daquele trabalho para conseguir sair da melancólia em que estava, e não me importava o fato de que eu não estivesse no mesmo cargo de antes. O retorno ao trabalho foi um pouco complicado, pois eu estava há três anos longe das atividades e eu diria que um pouco "enferrujada" no que diz respeito a agilidade para digitar os meus artigos, mas aquilo fazia parte do processo do meu recomeço. É difícil pegar o ritmo, ainda mais quando os meus pensamentos insistem em sempre voltar para o Richard, os seus olhos azuis cristalinos me deixando ansiosa para o ver novamente, por mais errado que isso fosse. — Esquece isso, garota! — eu me repreendo em voz alta. Volto a minha tarefa, digitando vagarosamente um artigo para a edição que seria lançada no dia seguinte, e ouço alguém bater a porta do meu escritório. — Pode entrar. — autorizo, curiosa para saber de quem se tratava. Um belíssimo homem entra em minha nova sala e me encara com um sorriso bastante simpático, assim como ele também parecia ser. — Olá, sou Anthony Cooper. — ele se apresenta de maneira cordial. — Você deve ser a nova contratada aqui do jornal, estou certo? — Sim, isso mesmo. — confirmo, também sorrindo. — Sou Olívia Philips. Nós trocamos um aperto breve de mãos, mas ainda assim, posso afirmar que gostei bastante do meu novo colega de trabalho. — Seja bem vinda! — ele saúda, de modo educado — Fico muito feliz em tê-la conosco, Olivia. — Obrigada, Anthony. — agradeço, desviando os olhos, um pouco tímida pela situação. — Pediram-me para te entregar isso. — explica, me entregando uma pasta de arquivos. Anthony Cooper é um belo homem de cabelos castanhos e sorriso contagiante, bem mais alto que eu, e assim como com Richard, eu também preciso olhar para cima, para conseguir encarar o seu rosto. Mas, por estar me sentindo um pouco envergonhada, eu não o faço e apenas me contento em olhar para qualquer outro lugar, menos para os bonitos olhos verdes claros do Anthony. — Se precisar de qualquer coisa, é só chamar, que estamos aqui para ajudar uns aos outros. — ele oferece. — Eu agradeço bastante por sua oferta e vou me lembrar dela, quando me sentir em dúvida sobre qualquer coisa. — eu respondo, em tom divertido. — Nunca escrevi para a coluna de fofocas e estou me sentindo um pouco perdida. Eu realmente estava me sentindo bastante desatualizada, após três anos fora do mercado de trabalho e nessas circunstâncias, toda e qualquer ajuda será bem-vinda. — Então você pode contar comigo. — reforça a sua oferta. — Estou aqui na sala ao lado, então, só precisa avisar que tem alguma dúvida. Depois que Anthony saiu da sala, eu voltei a me concentrar nas minhas tarefas e a tentar concluir ao menos um artigo para aquele dia, mas os meus pensamentos teimavam em voltar para o meu ex-marido e o nosso casamento fracassado, onde eu amei por dois, e sofri muito com a rejeição do Richard. Mas logo tratei de dissipar aqueles pensamentos e lembrei das palavras da minha amiga, que me fez ver que eu precisava pensar no futuro e tentar recomeçar a minha vida, longe do Richard e tentar construir a minha felicidade, a partir de agora. Quando terminou o expediente, voltei para a minha casa temporária, onde fui recebida para o jantar pela Scarlett e o seu marido, Charles, o que me deixou muito feliz, pois aquele carinho era tudo o que eu precisava. — Como foi o seu primeiro dia de trabalho? — Charles pergunta, parecendo verdadeiramente interessado na minha resposta. — Eu me senti muito insegura sobre algumas coisas, mas foi tudo muito bem. — conto para eles. — Estou feliz em ter conseguido o emprego no jornal novamente. Sempre gostei bastante de trabalhar lá. — Eu também fico muito feliz que esteja gostando, Olivia. — Scarlett comemora. — É bom ocupar a cabeça com coisas úteis. — Eu preciso me ocupar, afinal, a vida continua, não é mesmo? Richard Após a saída de Olívia da mansão, eu caminho até o bar disposto quase no centro da minha sala de estar e despejo uma dose do meu whisky mais caro em um copo, tomando todo o conteúdo de um único e ardente gole. Consegui manter uma expressão de neutralidade, mas por dentro, o único sentimento que prevalece em mim é o mais puro e genuíno alívio. Uma coisa é certa, eu não fiquei nem um pouco triste com a decisão da Olivia de partir, pois eu realmente nunca a amei, e o nosso casamento foi apenas um contrato de negócios, algo que fiz exclusivamente em consideração ao antigo amigo de meu pai. Eu só tinha amado uma única mulher na vida, Louise, uma francesa linda e interessante, e aquilo, assim como a minha esposa, estavam agora no passado. O mais importante agora é que estou livre, para viver a minha vida da forma como desejar, mas preciso abafar as notícias sobre a situação e impedir que qualquer jornal no país falasse sobre aquele assunto. Eu não queria que o meu nome estivesse ligado a qualquer escândalo, afinal, eu tinha uma reputação nós negócios a zelar e a minha vida pessoal só diz respeito a mim mesmo. Consegui que a notícia do meu divórcio não fosse divulgada, e a partir daquele dia, eu passei a ter a melhor vida de solteiro que um homem poderia sonhar, e as mulheres mais lindas do país passavam por minha cama, algo que não pude aproveitar enquanto estava casado, em respeito a minha esposa. Agora, tudo é diferente e estou realmente aoieveitando a minha vida da melhor forma possível.
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