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1048 Words
Juju: Acordo, tendo um pesadelo sempre o mesmo eu caindo num poço. Eu estou suando frio, acomodo meu aparelho auditivo e saio do meu quarto. Vou para o quarto do Tutui, ele está dormindo serenamente, com os cachos bagunçados, ele não gosta muito, mas eu o obrigo a deixar meus cachinhos entre para baixo dos lençóis, tentando não acordá-lo pego e me deito devagarinho. Seis minutos depois, ele se dá a volta, ainda dormindo, e passa o braço pela minha cintura, enfia a cara no meu pescoço e eu fico quentinha. É uma sensação boa, gosto de sentir a respiração pesada dele no meu pescoço. Me causa um certo arrepio. Peguei no sono e acordei horas depois com o Arthur me chamando. - Arthur: Vida, acorda... - Oi, falo ainda com os olhos fechados. -Arthur: Vamos acordar, temos que ir à luta... - Tô com preguiça, falo me aninhando nos braços dele, cheirando o peito. Ele fica com a respiração pesada, tenso, rígido, levanto minha cabeça e olho para ele. - Que foi, tutui? - Nada, é que eu acordei agora e tô em outra hora. Te falo, vamos? Segundo a minha professora, os meninos, quando acordam, se levantam com o pênis ereto. - É algo simples, mas o tutúi começa a gaguejar e fica vermelho, que nem um pimentão. -Arthur: A minha vida é isso mesmo, mas não fala não, deixa quieto. -Mas, minha professora... Juju,Eu sei, só estou processando a informação. Tu tá crescendo e tem que fazer perguntas e descobertas. É normal da idade, eu não fico bravo. Posso ver? -Arthur:Oi, Julia? Posso ou não posso? O vida não pode... -Tá bom, mas de outro jeito sim pode? -Arthur:Ô, Julia, que papo torto é esse, menina... -Juju: É que eu nunca vi um, quero ver... Vamos fazer assim se tu comer bem por uma semana, eu te deixo ver ele. Eu bufo, mas aceito. Me levanto indo pro meu quarto me arrumar pra escola. Faço minha higiene, me olho no espelho, meu corpo está mudando. Sou magrela, mas meus s***s cresceram desde que me fiz mocinha. Eu tenho problema na visão de um olho, mas do outro eu enxergo. Não gosto quando as pessoas ficam olhando para minha pupila branca do olho que tenho problema, mas eu aprendo a viver com isso. Minha vó é tutui sempre tenta que eu não passe por coisas constrangedoras. Embora já tenha passado, tento não ficar lembrando. Vou a um colégio privado aqui do morro. O Arthur insiste que eu tenho que estudar e ser focada. Eu não tenho muitos amigos aqui; as meninas não vão com a minha cara e os meninos não querem amizade. O Breno é meu colega, o meu preferido; ele me defende de todos sempre. Eu acho que o Arthur é quem manda, mas não tenho certeza. Escuto batidas na porta. Enquanto falo, tentando colocar meu perfume, o Tutui fica me olhando sério. - Arthur: Vamos, está na hora. Já vou dezer, falo pegando minha mochila e indo atrás dele. Chegando lá, uma papinha de maçã me esperava. Eu suspirei, tentando com todas as minhas forças não reclamar. - Arthur: Lembra que tu tem que comer tudo. Já sei, falei brava, com a cara fechada, movendo a colher, tentando achar a força. Desde pequenina, meu medo das comidas é meu maior obstáculo. - Dora: Quinze minutos e a gente tem que sair, senão vamos nos atrasar. E tu, Arthur, vai indo, vai chegar tarde. Ele acena com a cabeça, dá um beijo na testa dela e outro na minha, e sai sem falar nada. Eu fico olhando para meu pratinho roxo. Dora: "Come, filha, tu tem que comer, tu gosta dessa papinha." Eu sei, vó, mas eu só não sei... desculpa, falo com os olhos úmidos. Dora:Calma, respira, olha pra mim, pensa que tu estás longe e coloca a colher na boca, pensa no colar de pedras coloridas. Ela foi me fazendo esquecer que eu estou comendo e eu comi quase tudo, fiquei satisfeita, suspiro feliz. Dora: Vamos que tá tarde. Ela fala, já indo para a porta. Eu vou com ela e saio lá fora. O burburinho começa: crianças gritando, chorando, mulheres falando, homens passando, tudo vibrante. Vamos descendo, eu passo meu braço pelo dela, vou vendo tudo. Minha avó sempre de cara fechada, já eu sorrio às vezes, cumprimento. Passamos por uns cinco caras do movimento armados, um deles ficou me olhando, fingi não notar, só segui caminhando. Entrei no colégio, dando tchau pra minha avó com a mão, fui direto pra minha sala. Tinha já algumas colegas sentadas nos seus lugares. Eu fico sempre bem quieta na minha cadeira, esperando a professora. O Breno chegou sorrindo, me cumprimentando e sentando do meu lado. Breno: Oi, flor. Eu: Oi! – falo sorrindo. Breno: Tá pronta pra prova? Eu olhei séria pra ele. Não, não estudei, nem vou – falo, perdendo o riso. Ele n**a com a cabeça e entra a professora. As horas são eternas, eu estou entediada. A geografia do país não é exatamente um dos meus temas favoritos... Ao terminar as aulas, eu vou saindo rumo ao portão. Não enxergo minha avó, fico apreensiva. Do outro lado da rua está aquele cara que olhou para mim, mas cedo comecei a ficar um pouco asustada.Tentei não transparecer, e de longe escutei a voz do tutui e fiquei calma. Olhei para o lado e ele estava atrasado, mas chegou. Olhei para onde estava o cara e ele sumiu. Não sei por que, mas não gostei nada. Arthur: Cheguei! (fala afobado) Tarde, né? Arthur: Mas cheguei. Ele fala por um fio de voz, tentando regular a respiração. -Eu não falei mais nada, só olhei com cara de irritada.- Arthur: Cadê minha juju fofa, cara? Fiquei com medo, não gosto de estar sozinha, só isso. Arthur: Desculpa, meu amor. Vamos, o almoço tá bom esperando e não bota cara f**a, não. Ah, tutui e que... Arthur: Lembra do prêmio?... Fadinhas da leitura, por favor, se puderem me ajudar com estas três coisas para a plataforma me ajudar a crescer: 1. Se puder, me sigam. 2. É extremamente importante adicionar o livro na biblioteca. 3. 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