Prólogo

406 Words
Um, dois, três, quatro, cinco, seis… meu celular toca, me tirando das flexões. Reviro os olhos ao ver o nome que aparece na tela. — Pronto — atendo. — Até que enfim resolveu atender essa merda de celular! — dispara a voz da mulher que, hoje em dia, só me causa repulsa. — Estava ocupado. O que você quer? — pergunto, seco e direto. — Tenho um trabalho pra você. Me encontre no lugar de sempre. — E ela desliga. Olho para o aparelho e penso: essa mulher é uma víbora. Suspiro, me levanto e vou para o banho. Desculpe, eu nem me apresentei. Sou Alec, tenho 27 anos, 1,90 de altura e um corpo… digamos, desejável. As mulheres me amam. Sou um garoto de programa. Um prostituto. Pode me julgar se quiser, mas é a forma mais rápida de conseguir dinheiro — e em tempo recorde. Minha vida nunca foi fácil. Cresci com pais drogados, abusivos, que vendiam os próprios filhos por alguns trocados, álcool ou pedras de crack. Nojento? É. Mas é a minha verdade. Nem todo mundo nasce em uma família unida e feliz. Quando completei 15 anos, cansado daquela vida miserável, decidi vender meu corpo por conta própria. Fiz isso pra tirar a mim e minha irmã gêmea das mãos daqueles vermes. Minha primeira cliente foi Ângela. Nunca esqueci. Mãe de um dos meus colegas de escola, foi quem me ensinou muitas coisas. Mas foi só aos 18 que conheci a mulher que mudou meu jogo. Ela me apresentou às mulheres ricas da cidade, as da alta sociedade. E minha vida nunca mais foi a mesma. Continuei fodendo — e muito. A diferença é que o preço triplicou. Minha irmã precisava de tratamento. O coração dela estava falhando, e só um transplante poderia salvá-la. Eu precisava de dinheiro. E rápido. Não pense que eu sou o cara doce que vai te levar pra jantar, contar piadas ou massagear suas costas até você dormir. Eu não sou esse cara. Eu sou o bad boy que vai te f***r no banco de trás do carro, ou em um beco escuro, sem se importar se alguém está olhando. Não sou o príncipe encantado que traz flores ou liga no dia seguinte. Eu sou o cara que vai te f***r até você gemer, pedir clemência e implorar por mais. Eu sou o lobo mau dessa história. E no final, a Chapeuzinho sempre acaba na minha cama.
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