Elisa Volto para casa mais leve do que saí. Não porque as coisas estejam resolvidas — estão longe disso — mas porque há algo profundamente reconfortante em saber onde pisar quando o terreno à frente começa a ceder. A conversa com meu pai não trouxe respostas novas, mas trouxe contexto. E contexto muda tudo. Entro no apartamento e fecho a porta com cuidado. O silêncio me recebe como um velho conhecido. Deixo a bolsa sobre a mesa e caminho até a janela, abrindo-a para deixar o ar da tarde entrar. A cidade segue seu ritmo indiferente, alheia às histórias que se desenrolam nos bastidores. Apoio os cotovelos no parapeito e fico ali por alguns minutos, apenas observando. Um padre esteve presente no fim da vida dela. As palavras do meu pai ecoam com insistência agora. Antes, eram apenas um

