“[…] Cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.”
(Tg 1:14-15)
Elisa Bianchi
Lágrimas começam a encher meus olhos, dez anos sem vê-lo sei que e pecado nutri esse tipo de sentimento ainda mais por um homem que só me ver com ovelha do seu rebanho e uma filha, para mim ele foi mais que um amigo. Olho para ele e vejo surpresa em seus olhos, quero sentir o calor do seu abraço, quero que ele me abrace como quando eu era somente uma menina indefesa. Como seu tivesse lido meus pensamentos mais profundos sinto ele me vira e cola seu ao meu, seus braços serpenteiam pela minha cintura e trás mais para perto de si, seu cheiro invadiu minhas narinas, sinto o cheiro de colônia masculina, subo meu rosto um pouco mais para que a ponta do meu nariz toque em seu pescoço. Seu cheiro é inconfundível, me de barbear, e sabonete, parece que ele saiu do banho a pouco tempo. Ele afaga meu cabelo com as bochechas.
— Quanto tempo, pequena Elisa— Diz com sua voz potente, sua garganta vibrar conforme as palavras vão saindo de seus lábios pecaminosos. Fecho meus olhos em desespero e afasto esse pensamento. — Você cresceu tanto. — continua. No momento em que abri minha boca para falar, as portas do elevador se abrem e saio do seu abraço como um jato.
— Me desculpe padre! — Me desculpo envergonhada e de cabeça baixa.
— Está tudo bem, pequenina! — Sinto que seu indicador toca em meu queixo sutilmente e levanta o rosto— Nunca abaixe sua cabeça para ninguém, Elisa, nem mesmo para mim, mesmo que eu seja um padre, entendeu bem? — Pergunta com uma voz meio ríspida.
— Entendi, padre! — afirmo.
— Boa garota.
Saio do elevador e entrou no apartamento, ao pisar o pé, meus olhos percorrem por todos os cantos, meus olhos volta a se encherem de lágrimas, vou em direção ao escritório do meu pai, e o vejo dormindo sobre sua mesa, um pequeno sorriso surge em meus lábios, sempre foi assim, ele sempre dorme de cansaço por trabalhar demais. Ando até chegar perto dele, pego o terno que estava jogado em cima de várias papeladas e coloco sobre seu corpo. me agacho um pouco e deposito um beijo sobre sua cabeça que está com vários cabelos brancos amostra, ele não é mais tão novo quanto era antes.
Me viro e vejo o padre Getúlio, encostado na porta do escritório, seus braços estão dobrados sobre seu peito, mesmo com aquele terno preto, seus músculos são notados com facilidade. Ando até está em sua frente. — Vamos até a sala de estar, pequena, deixaremos seu pai dormir, ele está cansado. — diz me dando passagem para que eu passe. A porta é grande mas ela só estava aberta um lado, a passagem que ele deixa e estreita, ando e começo a passar, meu corpo toca o seu quando passo pela porta olho para seus olhos antes de sair totalmente, seus olhos se tornam escuro e suas pupilas estão dilatadas. Minha respiração se torna acelerada, meus s***s sobem e descem, por instinto ficam com os b***s duros. Ele me olha por alguns minutos, até que um sorriso nascer em seus lábios, ele se aproxima do meu ouvido, fecho meus olhos para apreciar o contato. — Respire pequena Elisa, só respire. — Fala, me fazendo perceber que tinha parado de respirar no mesmo momento solto o ar, ele se afasta descolando nossos corpos, logo me dá as costas e vai para sala, parecendo que nada tivesse acontecido, será que foi imaginação da minha cabeça? Acho que estou ficando louca.
Seguindo o caminho que ele fez até a sala, ao chegar lá ele está acomodado sobre o sofá, suas pernas estão dobradas e sua costa está encostada sobre o estofado do sofá. Me acomodo sobre uma poltrona em frente ao sofá— O'Que o senhor deseja conversar comigo padre? — Começo com uma voz neutra. Tento não mostrar o quanto ele mexe comigo.
— Quando você chegou? — Pergunta.
— Hoje em volta das sete horas por ai! — Respondo.
— Porque não me ligou para buscá-la no aeroporto.
— Porque eu não queria incomodá-lo padre, e também meu destino era vim para casa do meu pai. — afirmo friamente. Seus olhos esverdeados me observam com cautela.
— Não seria incômodo Elisa, e porque não foi direto para minha casa, pretende morar com seu pai? — franze o cenho.
— Eu seria um incômodo sim padre, já não sou mais aquela menina que saiu de sua casa para estudar no exterior, aquela menina cresceu, virou mulher! — Digo com certa rispidez na voz. — Eu posso e vou morar aqui como meu pai! — Não posso deixar que meus sentimentos por ele me dominem.
Ele me olha, e em seus olhos vejo um pingo de ira, mas logo, se dissipa da mesma forma que surgiu. — Elisa! — Diz meu nome se pondo de pé e vindo até mim. — Eu sinto muito por tê-la deixado irada. — fala suavemente. — Eu te entendo minha pequena. — ele por sua mão em meu rosto e acaricia minha bochecha esquerda com o polegar, esse toque faz meu corpo entra em combustão, por instinto o empurro para longe de mim, seu toque faz minha pele pegar fogo, ele me olha abismado.
— Me...Me desculpe, padre Getúlio, foi por instinto. — gaguejo.
— Está tudo bem, Elisa! — Diz com a voz gélida. — Vim tratar de assuntos com seu pai mais já que ele não está, voltarei outro dia, foi bom, revela, Srta. Bianchi. — Fala e vira as costas para mim, minha consciência diz que tenho que me confessar e essa é uma bela oportunidade, corro até ele e seguro em seu braço, ele me olha e em seu olhos vejo um misto de curiosidade com a desconfiança.
— Padre, eu preciso me confessar! — digo antes que bata o arrependimento.
— Claro, filha! Amanhã depois da missa siga por um corredor que leva a escada a dessa e lá estará um confessionário me espere em frente a ele, fui claro? — Sua voz rouca ecoou por todo meus ouvidos trazendo consigo pensamentos profanos. Balanço minha cabeça para afastar tais pensamentos.
— Sim, padre! — Sussurro.
— Boa menina. — diz e se retira indo embora.
Não posso desejar alguém que já pertence a alguém, ainda mais a Deus.
Meu Deus me ajude, virgenzinha tire esses desejos carnais de dentro de mim.