“Tanto o profeta como o sacerdote são profanos; até no Templo erguido em minha homenagem encontro espalhadas como suas iniquidades! ”
Jeremias 23:11
Elisa Bianchi
Acordo com a voz da comissária de bordo. - Dentro de instantes estaremos pousando no Aeroporto da Itália e manteremos os encostos da poltrona na posição vertical e suas mesas fechadas e travadas. Observem os avisos luminosos de apertar cintos. - Diz fazendo gestos com as mãos.
Olho para o homem ao meu lado que está focado em seu livro, noto que já está na última página, interessante conheci alguém que gosta de um bom romance, escrito por uma das autoras mais renomadas do mundo— Vai continuar a observar o'que eu estou lendo? - Pergunta com ironia, tiro meus olhos do livro que ele estava lendo e voltou-os para seu rosto, seus olhos azuis me estudam como se eu fosse algum tipo de animal fascinante. - Pelo que eu pude notar a Senhorita?
- Elisa Bianchi! - Falo no modo automático.
- A Srta. Bianchi, é muito observadora. - diz levantando a sobrancelha esquerda - Conhece essa autora? - continua.
- Sim, conheço muito bem! - afirmo.
- Não me surpreendo pois o livro que seguras e suas delícias mãos uma obra da mesma autora que escreveu este livro em minhas mãos. - seu lábio se forma em uma linha fina. - Me desculpe por hoje, não foi minha intenção derramar café na senhorita. - Se desculpa educadamente. - Meu nome é Hernanes Fontenelle.
- Muito prazer, Sr. Fontenelle. - Comprimento, Fontenelle, acho que já ouvi esse sobrenome em algum lugar. - Pelo visto vamos descartar no mesmo aeroporto. - Jogo no ar o sarcasmo em minha voz.
- E o que parece. - Responder a altura, tiro meus olhos dele e olho para frente onde a comissária aparece novamente.
- Bem vindos a Itália São 17:58 HH / mm, horário local. Por medidas de segurança queiram permanecerão sentados com cintos afivelados até que os sinais luminosos tenham sido apagados. Esperamos revê-los em breve, agradecemos a preferência em voar VTFY. - finaliza.
Alguns minutos depois e finalmente estamos em solo, como senti saudades desta cidade. Vou para fora do Aeroporto de Punta Raisi e pego um táxi para Palermo. A viagem do aeroporto até a Estação Central de Palermo dura cerca de 50 minutos.
50 minutos depois
Finalmente quando chego ao centro sento em um banco, olho para o relógio e já são exatamente 19:00, respiro fundo, me levanto e começo a andar para cidade, meia hora depois e estou finalmente em frente Grand Hotel Wagner, e aqui que moro , depois da morte da minha mãe papai decidiu se mudar para esse hotel, um lugar luxuoso desde então não saímos mais deste lugar, ele comprou este hotel depois de três anos de convivência, lágrimas enchem meus olhos, fecho os mesmo e respiro fundo. - Que saudade eu estou de você papai. - Sussurro. Já me imaginei abraçado depois de 12 anos sem vê-lo.
Entro no hotel de cabeça erguida por onde piso olhares estão sobre mim, mas meu objetivo não é atrair olhares destes que nem conheço e sim o olhar do meu pai e de um certo padre. Entro no elevador e aperto no botão que vai para cobertura abaixo de minha cabeça quando as portas começam a mover para se fecha, antes que o elevador se fecha uma mão impede que se ele finalize sua ação, novamente o elevador se abre, eu continuo de cabeça baixa, a pessoa entra e finalmente o elevador e fechado, o perfume deste indivíduo, pois pelos sapatos sei que e um homem, seu perfume se espalha por todo o elevador e bate em minhas narinas, um cheiro amadeirado que me deixa de pernas bambas a única vez que senti esse cheiro foi a dez anos atrás…. Com esse pensamento todo meu corpo trava, minha boca fica entreaberta, lentamente levanto minha cabeça quando chego ao rosto do homem, vejo um sorriso estampado em sua face, não pode ser ele! Depois de dez anos, o primeiro que vejo é simplesmente ele.
Meu coração batia feito louco dentro do meu peito, minhas mãos estão suadas, meus dedos estão vermelhos de tamanha força que estou fazendo em minha mão, depois de dez anos sem vê lo, finalmente estamos frente a frente, ele não mudou quase nada a única coisa que mudou nele foi seu corpo, se tornou mais musculoso, mesmo ele coberto com este terno totalmente preto, não deu para deixar de notar que ficou mais forte do que já era a dez anos atrás. Depois de dar uma bela avaliação em seu corpo voltou a encarar seus olhos esverdeados que tanto me atormentam, esses olhos me deixam perturbadas, vejo algo sombrio neles foram do meu raciocínio lógico e algo insano que não sei explicar ou expressar.
O sorriso que estava em seu lábio agora pouco se torna em uma linha fina, seus olhos não mostram aquela ternura de anos atrás, mais sim algo sombrio todo meu corpo entra em alerta, de repente para meu azar o elevador pára e as luzes são apagadas , nos deixando na escuridão total, uma única coisa que consigo ouvir e o som de nossas respirações a minha é a única coisa que está acelerada. Ele não pode me fazer nada, ele é um padre, não pode me tocar ou pode? Essas perguntas fazem meu corpo tremer e minha respiração ficar mais de regulada mostrando meu estado, sinto uma mão quente em meu ombro e no mesmo momento meu corpo fica rígido. Meu Deus!
Ele não move mais nenhum centímetro de sua mão, uma coisa única que ouço agora e ele se aproxima. - Está tudo bem? - Pergunta com sua voz rouca que faz todo meu corpo tremer. Fecho meus olhos e peço por um milagre, para que eu não salte em seus braços. - Está tudo bem? - Repete.
- Sim, está tudo bem, só foi um susto! - murmurou tentando acalmar o som da minha respiração e aquieta meu pobre coração. Ao abrir meus olhos a luz volta no mesmo instante e novamente aqueles olhos que tanto me deixa inquieta me sonda.