Helena Narrando
Me chamo Helena, tenho cinquenta anos e conquistei cada um deles com unhas, dentes e muita inteligência. Sou uma multimilionária não por herança, mas porque transformei uma pequena loja de tecidos em um império da moda praia. Sou n***a, tenho um metro e setenta, e meu corpo é meu cartão de visita — não por vaidade fútil, mas por respeito próprio. Malho seis dias por semana: musculação, pilates, natação no mar. Minha pele não tem a firmeza dos vinte, mas tem a história e a beleza dos cinquenta. Não me troco por nenhuma menininha de dezoito anos. Elas têm a juventude; eu tenho a experiência, o poder e a confiança que só o tempo dá.
Sou separada há cinco anos do Carlos. Um amor que começou intenso e acabou em fogo brando. A gente ainda se encontra, vez ou outra, quando ele vem “resenhar” com os nossos filhos, os gêmeos Caio e Bruno, que têm vinte e dois anos e já moram fora. São recaídas de comodidade, não de paixão. Ele me conhece, eu o conheço, é fácil. Mas vazio.
Meus filhos são amigos do Vitor, o vizinho. Desde que ele era um garoto magricela, jogando bola na rua. Eu o via crescer. E, nos últimos dois anos, cresceu mesmo. Aquele corpo de adolescente se transformou em algo… impressionante. É ético? Provavelmente não. É real? Completamente. Sempre fui uma mulher que aprecia a beleza, em qualquer forma. E a dele, agora, é impossível ignorar.
Por isso, quando precisei de ajuda com as malditas caixas de louça no sótão — que eu poderia muito bem ter chamado um funcionário para resolver, mas o orgulho e a teimosia falam mais alto —, o único nome que veio à mente foi o dele. “Vitor é forte”, pensei. A desculpa era perfeita.
Quando ele apareceu na porta da lavanderia, só de bermuda e sandália, com o torso nu ainda úmido do banho, quase perdi o fôlego. A luz do luar acentuava cada músculo definido do abdômen, a linha do “V” que levava à bermuda cinza, perigosamente baixa. Ele parecia um jovem deus desajeitado, tentando parecer casual. Era adorável. E excitante.
Ajudei-o a subir as caixas, observando cada movimento seus, a tensão dos braços, o suor que começava a escorrer pelas costas largas. Havia uma energia no ar, um calor que não vinha apenas do sótão abafado.
E então, o acidente.
O estalo da madeira, o pulo desesperado dele, a massa sólida de músculo e juventude vindo em minha direção. O impacto me derrubou, mas não doeu. Foi como ser envolta por um cobertor quente e vivo. Quando abri os olhos, ele estava sobre mim. Seu peso era considerável, mas não opressivo. Era… dominante. Seus olhos verdes, tão próximos, estavam cheios de pânico adolescente.
“c*****o, Helena… Desculpa!”
Eu quase ri. A formalidade do “dona” tinha ido para o espaço junto com a madeira quebrada. Agora era “Helena”. Gostei.
Enquanto ele falava, atrapelhado, pedindo desculpas, meus sentidos estavam ocupados catalogando outras coisas. O calor do peito dele, colado ao meu. A textura da pele, lisa e firme. O cheiro dele — sabonete simples, água, e algo limpo e masculino que era puramente Vitor.
E então, meus olhos, por vontade própria, desceram.
Ah, meu Deus.
A bermuda de algodão fino não deixava absolutamente nada à imaginação. O volume era… considerável. Impressionante. E estava crescendo, pulsando visivelmente contra o tecido, a poucos centímetros da minha coxa. Uma reação involuntária, poderosa, primitiva. Era a resposta mais honesta que um homem poderia dar.
Um sorriso lento e involuntário tocou meus lábios. Não de deboche, mas de puro e simples fascínio. Há anos não via uma reação tão crua, tão visceral. Era a beleza da juventude em sua forma mais básica e irresistível.
Ele viu meu olhar. O pânico nos olhos dele se intensificou, misturado com uma vergonha avassaladora. Era como ver um filhote de leão assustado com sua própria força.
“Tá tudo bem, Vitor”, disse, mantendo a voz calma, quase maternal, mas com um fio de algo mais quente por baixo. “Acho que ninguém se machucou. Só… me dá uma ajudinha pra levantar?”
Estendi a mão. Ele a pegou, sua mão grande, quente e um pouco trêmula envolveu a minha. Ao puxá-lo (ou puxar-me para cima com ele), senti a força dele. Era fácil. Ele me levantou como se eu pesasse nada.
Ficamos de pé, frente a frente, no meio da sala de depósito bagunçada. A poeira ainda dançava no ar, iluminada pela única lâmpada fraca. A atmosfera estava carregada, elétrica. O silêncio era pesado, cheio de tudo que não estava sendo dito.
Ele olhava para o chão, corado, tentando se ajustar discretamente, o que era impossível dada a evidência clara e presente.
— A escada… — ele começou, a voz embargada.
— Esquece a escada — interrompi suavemente, dando um passo à frente. A distância entre nós, já pequena, diminuiu ainda mais. — O importante é que você não se machucou. Um garoto como você, com toda uma vida pela frente…
Deixei a frase pairar. Meus olhos percorreram o rosto dele, os lábios cheios, a mandíbula forte que ainda tinha um toque de infantil. Ele estava paralisado, preso entre o instinto de fugir e algo mais profundo que o mantinha ali, sob meu olhar.
— Você vai fazer dezoito amanhã, não é? — perguntei, sabendo perfeitamente bem a resposta. Meus filhos não paravam de falar sobre a festa.
Ele acenou com a cabeça, engolindo em seco.
— É. À meia-noite.
— Então tecnicamente… — murmurei, dando mais um passo infinitesimal. Agora, se eu estendesse a mão, poderia tocar seu peito. — …você ainda tem dezessete.
Ele prendeu a respiração. Seus olhos verdes, cheios de conflito, encontraram os meus. Havia medo, sim. Mas também havia curiosidade. Um fogo que eu acendi, talvez sem querer, e que agora ardia entre nós.
Minha mão se moveu, quase por vontade própria. Não fui para o rosto dele. Nem para o peito. Desci, suavemente, pelo ar, até parar a poucos centímetros da sua cintura. Ele estremeceu todo.
— Helena… — o nome saiu como um gemido de advertência, um último suspiro de racionalidade.
— Shhh — fiz, um som suave. — Só estou verificando o estrago.
E então, com uma lentidão deliberada que fazia cada segundo valer uma eternidade, baixei a mão e a apoiei, de leve, no relevo inconfundível que moldava a bermuda cinza.
O contato foi elétrico. Ele deu um salto, como se tivesse levado um choque. Um gemido rouco e abafado saiu de seus lábios. Através do tecido fino, senti a rigidez, o calor, a pulsação violenta da vida dele.
Ele estava totalmente à minha mercê. Um homem feito, preso no corpo de um quase-menino, tremendo sob o toque de uma mulher que poderia ser sua mãe.
Levantei os olhos e encontrei os dele. Estavam escuros, a pupila dilatada, tomada por um desejo que devia aterrorizá-lo e excitá-lo na mesma medida.
— Bom saber que o susto não afetou… tudo — comentei, minha voz sussurrando, enquanto meu polegar fazia um círculo lento e deliberado sobre a cabeça do seu p*u, delineada pelo algodão.
Ele fechou os olhos, lutando por controle.
E eu soube, nesse momento, que essa véspera de Natal não seria sobre ceia familiar. Seria sobre desafiar o tempo, sobre provar que alguns presentes vêm em embalagens proibidas. E que o melhor presente de aniversário para um garoto prestes a virar homem… talvez fosse uma aula dada por uma mulher que já conhecia todos os caminhos do prazer.
— E-eu... eu preciso de um banho... — falou quase sem voz.
Tirei a mão, lentamente, sentindo a ausência do calor como uma perda. Ele abriu os olhos, ofegante, perdido.
— Vai lá — disse, com um sorriso que era ao mesmo tempo doce e perverso. — Toma seu banho. E pense… se você é corajoso o suficiente para vir buscar seu presente de aniversário à meia-noite, ele estará aqui. Esperando.
Virei-me e saí da sala, deixando-o sozinho no meio da bagunça, com a promessa mais perigosa e tentadora da vida dele pairando no ar, junto com o cheiro do desejo e da madeira quebrada.
Continua...