Narrado por Samara Nova York podia ser mágica — para os outros. Para mim, naquele dia, ela era só uma mistura de buzinas, cansaço e olheiras. O expediente tinha sido c***l. Meu corpo inteiro doía, meus ombros estavam duros como pedra e meu humor? Um fiapo. Quando o relógio marcou seis e quarenta e cinco, saí do escritório quase arrastando os pés. Tinha chovido no fim da tarde, então o chão ainda refletia os letreiros e faróis, como se a cidade tivesse decidido virar um espelho. Um espelho onde eu me via exausta, despenteada, derrotada. Resolvi parar numa cafeteria antes de pegar o metrô. Não era um plano. Era sobrevivência. Eu precisava de café. Precisa de um lugar quente. Precisa de silêncio. Empurrei a porta de vidro e fui recebida pelo som acolhedor da máquina de espresso e pelo che

