Narrado por Marco Cheguei ao endereço que o Rafael havia me passado. Era um bairro simples, muito distante do tipo de lugar que eu esperava encontrar a Sofia. As ruas eram estreitas, as calçadas desgastadas e as construções humildes. Estacionei o carro em frente ao prédio e desci com a atenção redobrada. Meu olhar subia lentamente pelas janelas do edifício envelhecido, como se tentasse encontrar alguma pista ali mesmo, naquela fachada marcada pelo tempo. Na portaria, um homem mais velho, vestindo um uniforme desbotado, me observava com curiosidade. Era evidente que a minha presença ali não era comum. Me aproximei e perguntei direto: — Boa tarde. Eu estou procurando por uma moradora, Sofia Almeida. Ela morava aqui? O porteiro assentiu com a cabeça. — Morava sim, senhor. Mas se mudou… —

