Narrado por Lara As luzes da viatura refletiam nos vidros enquanto eu tentava entender como tudo tinha desmoronado tão rápido. As algemas cortavam meus pulsos, mas a dor física era mínima perto do que eu sentia por dentro. Medo, humilhação, desespero. Eles me pegaram. Minha mente rodava. Matteo. A voz dele ainda ecoava na minha cabeça. “É só um pouquinho, só o suficiente pra deixar a bebê doente. Não vai matar.” E eu, estúpida, com medo e ganância, aceitei. Entrei no jogo dele. E agora, era só eu e o fundo do poço. Fui arrastada até a delegacia. As portas se fecharam atrás de mim com um estrondo metálico, como se selassem meu destino. — Senta aí — ordenou o policial. Eu obedeci sem dizer uma palavra. A sala era fria. Pequena. Um ventilador velho girava no teto, empurrando ar morno. U

