Narrado por Matteo
A manhã estava fria e cinzenta em Nova York, como se o próprio céu pressentisse o que estava para acontecer. Eu estava sentado no meu escritório, girando uma caneta entre os dedos, com os olhos fixos na tela do computador sem realmente enxergar nada. O processo de guarda ainda estava em andamento, mas a irritação me consumia todos os dias.
Sofia. Marco. Aqueles dois desgraçados.
E a minha filha... minha filha vivendo na mesma casa que aquele bastardo.
Bati com força na mesa, o estalo ecoando pelas paredes do escritório silencioso. Eu não podia permitir que aquilo continuasse. Eu era o pai dela. De sangue. Não aquele usurpador.
Foi quando a secretária bateu na porta.
— Senhor Bianchi... chegou isso pra você.
Ela entrou, meio hesitante, segurando um envelope branco.
