apaixonada por traficante

Maylla tem 18 anos e cresceu sob os cuidados amorosos de sua tia Maria Liandra desde os cinco anos de idade. Seus pais haviam morrido em um acidente terrível que marcou sua vida para sempre. Naquela fatídica tarde, o céu estava carregado, uma tempestade violenta desabava sobre a serra enquanto o carro em que viajavam derrapava em meio ao asfalto molhado. A chuva caía em gotas grossas, quase cortando a vista, e o vento uivava, fazendo as árvores se curvarem como se estivessem se protegendo do furacão. De repente, um raio rasgou o céu, atingindo com força uma árvore próxima à estrada. O impacto fez com que a árvore caísse sobre a pista, e o motorista tentou desviar, mas o carro perdeu o controle. Em meio à chuva, ao relâmpago e à ventania enlouquecida, o veículo deslizou desgovernado e caiu barranco abaixo, desaparecendo entre as pedras e a lama. Quando os socorristas chegaram, tudo o que restava era o esqueleto retorcido do carro e o silêncio pesado daquele lugar. Foi um golpe c***l para Maylla, que perdeu os dois pais num instante. Por sorte ou destino, sua tia Maria Liandra, uma mulher humilde, honesta e batalhadora, que não pôde ter filhos, tomou para si o papel de mãe e guardiã. Desde então, cuidou de Maylla como se fosse sua própria filha, oferecendo-lhe um lar cheio de amor, mesmo que simples e modesto. Maria Liandra trabalhava como governanta em uma casa de família rica, onde seus patrões a tratavam com respeito e carinho, sempre ajudando na criação de Maylla. Eles viam naquela menina uma promessa de futuro, uma luz que merecia ser protegida. Mas o destino parecia não querer descanso para Maylla. Em um dia comum, quando Maria Liandra estava no trabalho, sentiu uma dor forte no peito e foi levada às pressas ao hospital. O diagnóstico foi c***l e rápido: um câncer raríssimo, já em estágio avançado, impossível de tratar. Os dias que se seguiram foram um misto de esperança e medo, mas, finalmente, o câncer venceu a batalha, e Maria Liandra se foi, deixando Maylla sozinha no mundo. Maylla, recém-saída do ensino médio, cheia de sonhos e planos, viu sua base desmoronar. Aquela que era sua família, seu porto seguro, tinha desaparecido para sempre. Os antigos patrões da tia tentaram ajudar o máximo que puderam, dando suporte financeiro e emocional, mas precisavam partir para outro estado, e depois disso, Maylla estaria por conta própria. A herança deixada por Maria Liandra era tudo o que Maylla tinha. Uma lembrança material, mas também a única ligação que restou com a tia que sempre a amou. Maylla é uma jovem de olhos verdes intensos, pele morena clara que brilha ao sol, cabelos lisos e pretos que caem sobre seus ombros com naturalidade. Seu corpo, bem definido e forte, revela uma vida de trabalho duro e determinação. Ela nunca foi de muitas aventuras amorosas — teve apenas um namorico na infância — e sempre foi exemplo de disciplina e bom comportamento na escola. Uma moça educada, tranquila, que batalha por seus objetivos. Fez cursos, estudou idiomas conversando com os filhos da família onde sua tia trabalhava, e dedicou-se sempre a aprender. Mas a solidão era um fantasma presente. Maylla sabia que tinha um irmão, mas nunca o conheceu. Quando era pequena, numa noite que a memória quase não registra, ele desapareceu. Disseram que houve uma tentativa de roubo na casa, e mesmo sem conseguirem levar nada, os criminosos acabaram levando o menino. Sozinha e com o coração apertado, Maylla tomou uma decisão difícil. Aceitou o convite da amiga de infância, Paula, para ir morar no Rio de Janeiro. Paula era sua única ligação com um mundo que parecia maior e cheio de possibilidades. Os antigos patrões da tia ajudaram com as passagens de avião e deram um dinheiro extra, além da herança, para que Maylla pudesse recomeçar. Sobre Paula, amiga de Maylla Paula cresceu cercada pelo amor e esforço da mãe, que criou a filha sozinha após o pai ter abandonado a família quando soube da gravidez. Embora hoje Paula conheça o pai, Carlos, e ele mantenha contato financeiro, não existe entre eles uma relação próxima. Carlos é um homem de negócios bem-sucedido, com outra família, que insiste para que Paula vá morar com ele e trabalhe em suas empresas. Mas Paula, forte e independente, rejeita qualquer tentativa de aproximação além do necessário. Sua mãe faleceu de forma trágica — após um dia exaustivo de trabalho, sofreu um infarto e foi deixada no hospital sem socorro, esquecida por aqueles que deveriam ajudá-la. Desde então, Paula vive sozinha na favela do Rio de Janeiro, enfrentando as dificuldades com coragem e determinação.