Prefácio

1483 Words
Doze anos antes. Eros Lena entrou pela janela vestindo jeans justos e uma enorme caixa de alcaçuz de todas as cores nas mãos. — Vou ser totalmente honesta. Ela anunciou, deixando a caixa sobre a mesa para terminar de passar pela janela. — Eu já comi todos os caramelos. Ela encolheu os ombros. — Não foi esse o acordo. Para te suportar, querida, preciso de uma homenagem adequada. Eu disse para você vir, só se trouxesse o m*aldito doce de caramelo. Estou de ressaca da minha mãe e preciso do meu nível de açúcar no sangue. Ela sentou-se no parapeito da janela. O seu cabelo cor de cobre fluía com a brisa e ela sorriu. Senti o meu coração batendo no peito de uma forma que nunca havia sentido antes. Então levantei da cama. — Eu só não sabia disso. Para começar, todo mundo disse que você iria fo*der a garota do terceiro ano. Balancei a cabeça, fingindo que não sabia de quem ela estava falando. — Não finja que não sabe, aquela que tem sei*os enormes e pernas longas. Ela suspira. — De qualquer forma, eu já tinha certeza de que não veria você. Então pensei em dormir direto, depois de comer todos os seus doces favoritos sozinha. Eu simplesmente não conseguia parar de comer. Então eu disse: Por que não violar o toque de recolher e entrar furtivamente no dormitório onde mora o meu pior amigo? Ela jogou a caixa em mim para pegá-la, enquanto ela entrava no quarto. Ela então se virou para mim com uma sobrancelha levantada. — Você trouxe a garota aqui? — Para começar, o nome dela é Diana e não. Não podemos trazer meninas para os quartos, você deveria saber. Por que você acha isso? — Há! Eu sabia, você fo*deu com ela! Ela franziu os lábios. — Mentiroso. Como se isso pudesse realmente impedir você de trazer alguém aqui para fo*der. Acho que ninguém segue essa regra por aqui. Ela colocou os olhos brancos. — Não me lembro de ter visto o seu quarto tão limpo. Ela checou cada canto com um olhar curioso, na esperança de encontrar camisinha ou algo para me deletar. Embora não encontrasse nada que indicasse que eu tinha acabado de fazer se*xo, vi uma centelha de descrença cruzar o seu olhar. — A sua mãe vem visitar você ou o seu irmão? — Não... É que... eu só queria limpar. Também não tive vontade de dizer que ela não conseguia dormir, pensando no que diziam dela. — Ujum... Ela se sentou na beira da cama, fingindo acreditar em mim. Ela abriu a caixa distraidamente e me entregou o meu caramelo favorito. — Eu menti para você, guardei um para você. Peguei e dei uma grande mordida. — Eu menti para você também. Fui com a Diana tomar umas cervejas no mirante… Ela me interrompe. — Eu sabia! Ela mastigou um doce. — Você é um hipócrita. Escondendo a verdade. — Eu não tentei esconder. Congelei o meu rosto. — Só que foi um desastre. — Por quê? Ela me ofereceu a caixa para pegar outra bala. — Tudo estava bem. Tudo estava bem, até que a garota ficou pelada na minha frente... — Espere um momento. Ela joga as mãos para o ar. — Você acha que preciso saber detalhes? — Não, só para você ter isso em mente para o futuro. Se você decidir sair com um cara. Não diga que o namorado da melhor amiga dele, alugou um quarto com jacuzzi para finalmente fazê-la perder a virgindade. Arruina o momento. Lena sentou-se com a doce que estava prestes a engolir e revirou os olhos, antes de se levantar e ir até uma jarra de água. — Engasguei porque queria rir... Ela pegou o copo e tomou um longo gole, depois riu. — Eu nem entendo a graça... Você pode parar de rir agora? Não achei nem um pouco engraçado. O que ela me contou foi horrível e de m*au gosto. — Engraçado ela ter te contado uma coisa dessas. Ela riu. — É realmente divertido. Se analisarmos isso juntos nas nossas cabeças, acho que concordaremos que é bastante irônico. Todo mundo me pergunta sobre você literalmente o tempo todo. Mulheres, na grande maioria. Mulheres que te amam. Ela esclareceu. Acho que isso é de se esperar de Eros, o deus do se*xo. E a garota simplesmente escolhe puxar um assunto de outra garota, bem na hora de estar finalmente com você. — Você não está entendendo. Recostei-me nos travesseiros, enquanto fazia o caramelo dançar na minha mão. — Você realmente acha engraçado eu ter descoberto os seus planos por outra pessoa? — O engraçado é que uma coisa dessas tenha interrompido você. Posso imaginar a frustração se*xual que você deve estar carregando agora. Ela riu. — Sim, com certeza deve ser... Ela fechou os olhos, ainda rindo, e deitou-se ao meu lado, como sempre fazia, só que dessa vez, não parecia como sempre. — Horrível. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Ou eu sabia? A verdade, é que eu estava com ciúmes. Com muitos cíumes. Tudo começou numa festa. Estávamos nos dois muito chateados. Embora ela só estivesse deprimida porque Alex era um id*iota, e ponto final. Ela me contou que o encontrou beijando uma garota do primeiro ano, então peguei a mão dela e a levei para um canto para poder confortá-la. Eu realmente não entendia por que, porém, os meus nervos não estavam normais e eu podia ouvir a minha frequência cardíaca pressionando a minha barriga. Sinceramente eu queria ajudá-la, mas, o que aconteceu é que Lena chegou tão perto de mim que os nossos lábios quase encostaram, e eu não consegui pensar em mais nada. No dia seguinte, me convenci de que o meu batimento cardíaco acelerado não tinha nada a ver com o fato de ela ter me tocado daquela maneira. Só que descobri que ela era a causa. E agora estava estava acontecendo de novo. Talvez não devesse, embora, incapaz de resistir, aninhei ela contra mim e depois tracei a curva das suas costas com o polegar. Nós dois ficamos paralisados. Provavelmente se perguntando se aquele choque elétrico sempre existiu. Eu queria tanto que ela me beijasse que comecei a me perguntar se ela também queria. Tive o impulso de colocar as minhas mãos na sua cintura e puxá-la suavemente para mim. O calor das minhas mãos perfurou o tecido fino da blusa e a surpreendeu. Eu pude ver a sua respiração falhar e ela olhou para mim com os olhos arregalados enquanto lentamente colocava as mãos no meu peito. A sua respiração atingiu os meus lábios e o nó no meu estômago apertou. Eu sempre vi ela como uma amiga. Desde que ela se matriculou na faculdade de direito. Achei que ela era inteligente e divertida o suficiente para ser minha amiga, embora ela fosse caloura e eu estivesse no último ano. Durante todo esse tempo, nunca pensei em Lena dessa maneira, até alguns meses antes, quando ela começou a namorar aquele cara idi*ota da terceira série. Enterrei o meu nariz no seu cabelo acobreado bagunçado e olhei nos seus olhos. Foi quando vi uma confirmação silenciosa de que ela também queria ir mais longe. Muito mais além, era isso, ela também queria? Senti que começava a respirar com dificuldade e cheguei à conclusão de que talvez não fosse apenas a minha imaginação. Ela continuou com os seus enormes olhos azuis olhando nos meus e sem nem pensar, deslizei lentamente os meus dedos pelos lábios dela para retirar alguns grãos de açúcar. Os nossos narizes tocaram-se e senti a névoa quente da sua respiração atingindo os meus lábios. Inclinei-me instintivamente. Eu estava morrendo de vontade de beijá-la, de tocar os seus lábios. Ele os molhou lentamente e eu desejei poder prová-los. Eles pareciam suaves, rosados ​​e doces. Teria gosto de caramelo? Ela era minha melhor amiga, isso não estava certo, mas parecia certo. Ele nunca me deu sinais ou talvez eu não os tenha visto. Os nossos rostos estavam perigosamente próximos e eu a ouvi respirar. — O que Diana disse é verdade. A sua voz era áspera e quebrada no silêncio. — Quê? Ela pegou minha mão com ternura, porém, eu a soltei agitado. — Por que você teria a sua primeira vez com o id*iota que te traiu há menos de duas semanas? — Eu já sabia que você ia agir assim, foi exatamente por isso que não te contei. Eu sabia que você diria que eu não precisava perdoá-lo. — Você não deveria tê-lo perdoado. Eu disse com raiva. Eu não tinha certeza do que estava me deixando tão irritado. Saber que Alex era um baba*ca traidor ou eu não ser o escolhido?‌​​​‌‌​​‌‌​‌​‌​​​‌​‌‌‍
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