Lily:
- Pai, a Sam não está legal! - Falei com os olhos arregalados.
- Isso é só uma fase r**m, filha! Ela vai ficar bem.. - Beijou a minha cabeça. - Confia em mim! - Me abraçou. - Confia? - Perguntou.
Assenti com a cabeça.
- O que ela tem, pai? - Perguntei.
- O médico falou que ela ainda está abalada por conta do acidente e da situação do nosso pequeno Rick,mas disse também, que é só questão de tempo até tudo voltar ao normal. - Explicou.
- Rick? - Comprimi os lábios.
- É o nome do seu irmãozinho! - Exclamou. - Na verdade será Alaric, mas o chamaremos carinhosamente de Rick! - Sorriu.
- Bom saber que escolheram o nome do meu irmão, e não me disseram nada! - Bufei.
- No dia do acorrido com a Sam, a gente ia te contar, mas você falou da vinda da sua mãe para o Brasil, e aconteceu.. - Papai falou.
- É, eu fui a culpada de tudo isso! Até do nascimento prematuro do Alaric! - Suspirei.
- Não se sinta assim, minha filha! Como falei, vai ficar tudo bem. - Tentou me acalmar.
- E o meu irmãozinho? Posso vê-lo? - Forcei um sorriso.
- Ele é muito pequenininho, está na encubadora, fragilizado.. - Respondeu.
- Ok. Você não quer que eu o veja! - Virei a cara.
- Não me entenda m*l, Lily.. - Disse.
- Me deixa, papai! - Saí apressadamente.
- Para onde você vai, filha? - Ele me seguia.
- Vou para casa! Agora me deixa! - Gritei, e saí correndo pelos corredores do hospital.
Corri o mais rápido que pude para que o meu pai não conseguisse me alcançar até..
- Hey! Cuidado por onde anda! - Resmunguei após esbarrar em alguém.
- Eu estava te procurando. Está tudo bem com você? - Perguntou.
- Está me perseguindo,ELIÉSER? - Revirei os olhos.
- Não. Estou apenas cuidando! - Respondeu pesadamente.
- Aposto que a sua mãe mandou você me vigiar, não foi mesmo? Fala para ela que eu não preciso de babá! - O empurrei,e saí andando normalmente.
- Não foi a mamãe! Eu apenas fiquei preocupado com o meu sobrinho, e com a minha cunhada. Que m*l tem nisso? - Perguntou. - Esse bebê que você está esperando, é o único laço que restou do meu irmão, Lily! Você nem imagina o quanto eu e minha família queremos o bem dessa criança. - Fez uma pausa. - É ele, ou ela que irá suprir toda a dor que Ettore deixou ao partir. Me deixa cuidar de você ao menos hoje? Me deixa te levar em casa? - Pediu. - Ou se preferir, pode ir para a minha casa. A Cat vai adorar ter uma colega de quarto esta noite. - Sorriu levemente.
- Tudo bem. Para a minha casa,então. - Respondi.
Ele sorriu.
Chegando em casa, eu fiquei sem saber como agir.
As palavras que Sam havia me dito, não paravam de martelar em minha cabeça.
•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
Uma semana depois...
Olhei pelo vidro da janela, e vi o carro do meu pai parando em frente a nossa casa.
Ele abriu a porta da frente, e depois voltou para o carro trazendo Sam em seguida, que ainda caminhava lentamente.
- Sam! - Sorri ao vê-la.
- O que você está fazendo aqui? - Me olhou com um olhar de reprovação.
- Ué, eu moro aqui! Esqueceu? - Sorri.
- Olavo! Tira essa garota daqui! Manda ela ir embora! - Gritou.
- Mas meu amor, a Lily mora conosco! - Papai disse.
- Se ela não for embora, eu irei Olavo! - Berrou.
- O que está havendo, Samantha? - Papai perguntou sério.
- Ela quer o fim do nosso relacionamento,e você não ver isso, Olavo! Ela quer pôr a mãe dela dentro desta casa para me enfrentar,e acabar com tudo o que nós construímos! - Ela respondeu aos prantos.
- Meu amor, é melhor você controlar esse seu ciúmes. Eu estou com você! Eu sou casado com você! Nós temos um filho lindo, e a Olívia vem para o Brasil ver a LILY! A visita dela não tem relação nenhuma comigo. - Papai tentou explicar.
- Já está decidido! A Lily, ou eu! - Berrou novamente.
E o silêncio pairou por a sala..
Lily:
Fiquei desolada olhando através do vidro da janela, enquanto Sam ameaçava o meu pai, e eles brigavam.
Um táxi parou em frente a nossa casa,e alguém desceu carregando algumas malas.
Arregalei os olhos.
- Mãe! - Abri a porta, e saí correndo ao seu encontro.
- Mãe, que saudade! - A abracei com intensidade.
- Filha! - Ela me apertou. - Como você está linda! - Acariciava o meu rosto, e me beijava sem parar.
- Senti muito a sua falta, mãe! - Falei sentindo aquele cheiro maravilhoso que só ela tinha.
- Vamos entrar meu anjo? Está um pouco frio aqui fora. - Mamãe disse.
- Claro, vamos! - Falei a ajudando com as malas.
Nossa! Minha mãe parecia outra pessoa! Estava vestida de forma elegante, sua pele e cabelos estavam maravilhosamente deslumbrantes, sem contar naquela luz, e leveza que estava transmitindo.
Parecia uma mulher segura, de atitude, e com uma visão de mundo completamente distinta da Olívia de tempos atrás.
Entramos em minha casa,e a porta estava entreaberta.
Meu pai e Sam que ainda estavam discutindo pararam de imediato, extasiados.
- Olívia? - Papai disse paralisado.
- Olavo! Quanto tempo! - Mamãe sorriu, e o abraçou simpática.
Sam os observou com certo ódio no olhar. Engoli em seco.
A minha vontade naquele momento, era pedir para que a dona Olívia, parasse de abraçar o papai.
Mas, eu não poderia impedi-la! Aliás, eles foram casados por tantos anos, e tinham todo o direito de serem amigos.
[[Sam os aplaudiu]]
- Que lindo! A família agora está completa! Pai, mãe, e filhinha! - Disse sarcástica.
- Sam, meu amor! Não é nada disso que você está pensando. A Olívia só veio.. - Papai tentava se explicar,nervoso.
- Ah, me desculpe! É um prazer conhecê-la, Samantha! A Lily fala muito bem de você. - Mamãe sorriu. - Te trouxe uns mimos,espero que goste. Para você, e para o bebê de vocês. - Completou entregando um pacote para Sam.
- Eu não quero nada de você! Não se faz de santa, por quê eu não acredito! Você veio destruir a minha família! Roubar o MEU marido, a MINHA filha, e a minha vida! - Samantha berrou,descontrolada.
- Sua, o quê? Você quis dizer a minha filha, não foi isso? - Mamãe juntou as sobrancelhas.
- A Lily é MINHA filha! Pois quando ela mais precisou, quem fez o papel de mãe dela, foi EU! Eu cuidei dela enquanto você estava internada em uma clínica, por ser uma fraca, que não controla os seus próprios impulsos! Foi EU quem apoiou ela quando o namorado dela morreu, foi EU que fiquei emocionada quando soube que ela estava grávida! E você? Você só apareceu para destruir a minha família! A família perfeita! - Gritou aos prantos.
- Quê? Lily.. Você.. - Minha mãe ficou em choque.
Ela ainda não sabia da minha história com o Ettore, ou muito menos da minha gravidez.
- Precisamos conversar. - Comprimi os lábios.
- Vou para um hotel. E a MINHA filha vai comigo! - Olívia me puxou pela mão.
Pegamos um táxi, e fomos para o hotel mais próximo dali.
Tínhamos muitos assuntos a serem tratados...
Lily:
(No hotel)
- Eu vou até este indivíduo que te engravidou, e vou fazer ele ter responsabilidades! Onde já se viu? Você só tem dezessete anos, Lily! Tem uma vida toda pela frente! Filho é coisa séria! Filho não é um brinquedinho que você usa, e joga no canto quando cansa! - Mamãe bufou.
- Mãe.. - Arfei.
- Não diga nada, Lilith! Eu irei hoje mesmo conversar com esse rapaz,ou até com os pais dele se precisar! - Virou a cara.
- Ele morreu! - Falei de uma vez.
- Quê? - Ela arregalou os olhos.
- Eu pensei que tivesse lhe dito algo a respeito dele, ou até da minha gravidez durante as nossas conversas pela Webcam, mas certamente você não lembra de nada, estou certa?! - Baixei a cabeça.
- É,não me recordo de nada. - Afirmou com timidez. - Mas se quiser falar agora,estarei disposta a ouvir tudo que estiver disposta a me dizer. - Sorriu docemente.
Nos abraçamos.
- Então, logo que cheguei ao Brasil conheci Ettore... - Falei.
E assim, lhe contei toda a minha história de amor com Etto.
•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••
- Filha,que lindo meu amor! - Mamãe enxugou algumas lágrimas. - Esse bebê que você está esperando, chegará para tomar o espaço da dor, renovando em você, uma nova esperança. - Ela disse,e beijou a minha barriga em seguida.
- Obrigado por me apoiar. - Comprimi os lábios.
- Eu sempre vou te apoiar, minha filha! - Acariciou o meu rosto. - Você é o meu bem mais precioso. - Me acolheu com um abraço. - Dorme aqui comigo essa noite? - Pediu.
- Claro! - Sorri. - Aliás, o clima lá em casa não está nada bom! - Arfei.
- O que houve com a Samantha? Não a conheço, mas não é difícil identificar que ela está completamente fora de controle. - Comentou.
- Ciúmes.. A sua vinda para o Brasil mexeu muito com a estrutura psicológica dela. - Fiz careta.
- A culpa é minha? - Franziu o cenho.
- Sim! Quem mandou ser tão linda? Deixou o papai babando! Até eu ficaria com ciúmes! - Brinquei.
Ela riu.
- Agora falando sério, filha.. Eu não queria ter causado tal transtorno. Só quero que o Olavo seja feliz! Só isso! Eu jamais tentaria prejudicá-lo. Até por quê, agora eles também tem um filho juntos, e o Olavo deve gostar muito dessa moça.. - Mamãe falou sem graça.
- Ok, e tá na cara que você ainda ama o meu pai,e que ficou balançada por tê-lo visto depois de tanto tempo! - Revirei os olhos.
- Quem, eu? Você está criando fantasias em sua cabecinha,minha filha! Se fosse para dar certo, teria dado antes! Não agora! - Resmungou.
Eu ri.
- Você mente tão m*l, mamãe.. - Gargalhei.
- Vamos dormir? Estou cansada da viagem, e tenho uma proposta para lhe fazer amanhã. - Disse deitando na cama.
- Proposta? Que proposta? - Pulei na cama curiosa.
- Só amanhã! - Falou com a voz abafada pelo travesseiro.
- Ai não! Quero saber o que é! - Choraminguei.
- Aprenda a esperar! - Desligou o abajur, jogou um pouco do edredom para mim,e dormiu em seguida.
Enquanto eu, fiquei virando de um lado para o outro sem conseguir dormir, pensando no que seria essa tal proposta que mamãe queria me fazer.