O Eclipse da Lua

Um Obsessor como Aliado

Ao chegaram no pátio da fortaleza, Jihoon, Jorge e Juliette já encontraram o local cheio de bruxas, no meio do pátio havia duas urnas no chão, em cima de pratos cheios de moedas, em volta havia toxas iluminando bem o local, então Vitória se aproximou e perguntou:

_Estão todos aqui?

Emir acompanhava tudo no meio das bruxas e todos afirmaram que sim, então Vitória falou:

_Hoje nos despedimos de irmã Justine e de sua filha Ayla, a quem criamos como uma de nós e foi amada por todas, peço a todos que pensem positivamente nelas, Justine foi a mãe que Ayla não teve e Ayla era a pessoa que Justine mais amava, ambas deram a vida uma pela outra, rezemos hoje para que ambas tenham paz.

Todas as bruxas começaram a cantar a canção dos mortos para a Deusa Hecate, Jorge e Jihoon ficaram de cabeça baixa, Juliette começou a chorar convulsivamente e Jorge a abraçou, Vitória então jogou água sobre as urnas, símbolo da pureza e pegou a urna que seria de Ayla, a deu pra Juliette e falou:

_Ela iria querer que fosse você.

Juliette chorou ainda mais e afirmou com a cabeça, pegando a urna e indo pro jardim, depois Vitória pegou a urna que era de Justine e entregou a Analice que chorava e também foi pro jardim, Vitória pegou o pratos de moedas e ficou atrás delas, atrás de Vitória ficou três bruxas segurando incensos de benjoim e conforme elas andavam pelo jardim jogando as cinzas, Vitória jogava as moedas por cima, símbolo do valor delas no mundo material, a fumaça do incenso levaria até elas no além vida os pensamentos de amor e conformidade, todos os outros acompanhavam de fora e quando todas as cinzas foram derramadas, todas as bruxas bateram palmas e davam vivas pelas sobrenaturais incríveis que elas foram, Jihoon e Jorge ficaram emocionados, era uma cerimônia bonita, depois de tudo terminado todos se recolheram, Vitória e Emir ficaram na entrada principal olhando pro jardim, então Emir olhou pras árvores em frente ao muro e falou:

_Está na hora de conversar com o demônio que escravizou a alma daquela loba.

_Você pretende salvar a loba?

Emir suspirou, olhou pra ela e disse:

_Não, ela precisa pagar pelo que fez, quero saber como foi esse pacto e tirar alguma vantagem pra alpha, você está com tudo que pedi?

Vitória confirmou, mostrando tudo que estava em seus grandes bolsos e eles foram em direção ao local do incêndio, chegaram diante do local, iluminado por tochas em volta do círculo e Emir falou:

_Entrarei dentro do círculo que as bruxas fizeram com as pedras de turmalina n***a, mas você ficará do lado de fora, porém próximo, dentro desse círculo ele não poderá sair e eu o comandarei.

Vitória confirmou e Emir ficou diante do círculo, pegou algo como um graveto do seu bolso, levantou pro alto, em direção ao céu e falou uma conjuração em voz alta antes de entrar no círculo, entrou e ficou diante do caldeirão que continha as cinzas de Ursula, pediu o enxofre a Vitória, jogou um pouco dentro, bateu a ponta do graveto três vezes no bocal do caldeirão falando palavras mágicas e logo começou a sair uma fumaça n***a de dentro, que foi aumentando, Emir continuava e falar palavras mágicas cada vez mais alto, então surgiu o fogo e um espectro, como uma fumaça, um cheiro forte de enxofre se espalhou no ar, Emir cumprimentou o espectro em hebraico, idioma que Vitória conhecia e era usado pra conversar com obsessores, e levantando o graveto em direção a ele, Emir falou:

_Você sabe por que foi chamado, qual foi o pacto que fez com a loba?

O espectro falava em hebraico e Emir escutava atento, fazia mais perguntas e dava ordens, Vitória a tudo escutava e admirou-se do poder de Emir, então depois o bruxo falou uma última conjuração que fez Vitória se arrepiar, o espectro sumiu no ar e o fogo apagou, pediu o sal grosso, despejando dentro do caldeirão e falou:

_Amanhã, precisa pedir as irmãs pra pegarem o caldeirão e jogar seu conteúdo na fogueira que vocês fazem a Deusa Hecate todo mês.

_Sim, pedirei, mas me diga, o demônio cumprirá mesmo o acordo? Teve alguns pontos que não compreendi- perguntou Vitória ansiosa.

_Sim e com vantagens pra nós, agora nenhum bruxo ou oráculo poderá enxergar que a alpha está viva, além de que nenhum obsessor poderá se aproximar dela, esse senhor das trevas fará eles a protegerem, pois devem isso a ela, no pacto a loba sabia que não podia tentar matar a alpha ou morreria, induziram a loba a matar a alpha e a mãe dela, então estão em débito.

_No final tudo se encaixou perfeitamente, a guerra virá de qualquer maneira, mas a alpha terá a chance de acabar com ela, com menos chances de perder- expressou Vitória animada.

_As chances são quase nulas de perdermos a guerra, mas não de não perdermos nada pelo caminho, principalmente pra alpha, ela certamente terá que fazer escolhas difíceis pra salvar os sobrenaturais- disse Emir respirando fundo.

Ambos então foram descansar, pois antes do dia raiar continuariam o ritual pra trazer Ayla de volta.

Por três dias seguidos sempre ao nascer e pôr do sol, Vitória, Emir e Analice iam até onde estava Ayla e repetiam o ritual, o horário foi escolhido por Emir por simbolizar a morte e a vida, com o pôr e nascer do sol, no final do terceiro dia quando já haviam terminado o ritual, o espírito que sempre acompanhava Emir e só era visto por ele, avisou o bruxo que Ayla começaria a dar sinal de vida, este chamou Vitória e ambos foram fazer vigília ao corpo até então inerte de Ayla, quando já era madrugada ambos rezavam os manuscritos sagrados em voz alta quando escutaram um sopro e viram que o peito de Ayla subia e descia, estava respirando, ambos ficaram orgulhosos do feito e quando Analice chegou de manhã pra mais um ritual e viu que Ayla respirava, chorou, no final do ritual Emir, falou:

_Esse foi o último ritual que precisávamos do seu sangue Analice, você não precisará mais vir aqui, use a pomada que lhe dei nos cortes e volte a sua rotina quando estiver curada, assim que a alpha estiver totalmente restaurada e consciente, nós chamaremos você.

Analice concordou e perguntou se poderia dar um beijo na testa dela, Emir autorizou e quando Analice a beijou, viu que uma lágrima desceu no canto do olho de Ayla, ela sentiu o amor de Analice, mas também estava sentindo que Henry passava pela primeira noite da maldição.