– QUEM SOBE DANÇANDO, DESCE NA VOZ
Narrado por Rebeca
O sol pesava no couro.
Eu já tava suada antes de começar.
A mochila nas costas.
A caixa de som no braço.
A coragem… essa vinha latejando no peito.
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Subi o morro devagar.
Mas não porque cansava.
Porque cada passo era anúncio.
Cada passo era aviso.
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Os olhares me seguiam.
Uns curiosos.
Outros desconfiados.
Alguns… já me medindo.
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Passei por três moleques sentados na escada.
Olhar debochado.
Sorriso torto.
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— “Olha a gorda aí… subindo pra morrer.”
Riram.
Riram alto.
Riram pro morro todo ouvir.
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Eu parei.
Olhei bem no olho do que falou.
Sem tremer.
— “Vou morrer dançando, então. E tu… vai morrer sentado nesse degrau.”
Eles calaram.
Mas riram por dentro.
Porque ainda não sabiam.
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Continuei.
O s
