Capítulo 2 - Uma boa companhia

1248 Words
Soley — Achei que você fosse recusar outro convite meu! — Leonardo dispara enquanto sentamos em uma mesa, ao lado do balcão de bebidas. A boate estava cheia e eu queria esquecer o que Joeli disse. Amanhã irei conversar com ela, quando estiver sóbria e então saber disso com mais clareza. A única coisa que eu quero agora é esquecer os meus problemas e ponto. — Desta vez estava precisando de uma companhia para… você sabe, por que é tão difícil? Por que ele não acorda? Eu amo aquele cara, você me entende? Eu não consigo viver sem ele, é como se minhas forças estivessem sendo drenadas a cada dia mais e mais… — Por isso desconta na bebida? Ele pode ser tudo que você quiser, mas não vale a pena você se matar! Todo mundo sabe que aquilo não foi sua culpa, eu estou aqui por você e sempre estarei. — Suas mãos tocaram as minhas e eu não fiz nada, apenas fixei meu olhar ao seu e vi um brilho, que f**a, nunca reparei nessas coisas. — Se você tivesse o emprego que eu tenho, beberia toda hora. Mas, não quero falar sobre os meus problemas. O que você anda fazendo atualmente? Não foi mais me visitar, não me liga mais. Será que estamos nos afastando, Leonardo? — Eu não gosto de te ver quando você está assim. — Disse colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e passando o polegar em minha boca. — Você sabe que eu só quero te ajudar e esse sentimento que… ah, por que é tão difícil falar sobre isso? — Porque somos adultos e sabemos que mesmo você tendo sentimentos por mim e, possivelmente eu também tenha por ti, não vai dar em nada porque… Porque seu melhor amigo está em coma e… — E que uma coisa não justifica a outra. Fala sério! Vocês nem estavam mais noivos, você o pegou te traindo e tudo aconteceu durante uma briga de término! A verdade é essa! Descobri a traição de Marcelus, ou melhor, peguei ele no flagra com uma mulher dentro do nosso carro e enfim… depois tudo aconteceu. Tudo não passou de uma briga de término, onde eu estava ciente do que queria, mas após o acidente eu não consegui ficar longe dele, é como se parte da culpa fosse minha também. O f**a é que, eu não consigo ficar com mais ninguém, porque eu simplesmente não consigo. — Aproveita a noite, ela é toda sua! — Léo sussurrou em meu ouvido, pegando o copo de drink que estava em minha mão. — Mas sem beber demais. — Achei que as festas fossem para fazer justamente essas coisas! — Mas não quero te ver daquele jeito… — Disse dando estalando os dedos e me olhando firme. — Vamos dançar. Aceitei seu convite e fomos para o meio da multidão. Minha visão estava ficando turva e eu estava sentindo meu corpo adormecer. Não sei por quanto tempo bebi hoje, mas eu não sinto os efeitos colaterais, pois estou sóbria e ainda sim com o coração em pedaços. Marcelus Eu podia ouvir cada palavra que Soley me falava sempre, uma delas era o "eu te amo". Mas, não consigo reagir com o meu corpo, eu não conseguia nem mesmo abrir os olhos ou mexer os dedos, isso era frustrante. Há algum tempo percebi que ela não está bem, mesmo que eu não possa sentir cheiro ou algo do tipo, vejo suas expressões e os choros, enquanto ela cuidadosamente segura minhas mãos, suas lágrimas rolam e ela tem uma dor profunda nos olhos. É doloroso e eu só queria poder reagir a tudo isso para poder ajudar e explicar toda a situação para quem eu amo, Soley. Leonardo A situação estava ficando cada vez mais difícil. Soley estava se descuidando de si mesma, eu estou sempre ao seu lado, mas ela vem me evitando ultimamente. Seus lábios estavam ficando pálidos e seu corpo mole, Soley estava muito bêbada e isso estava me deixando m*l. Soley sempre foi o amor da minha vida, somos amigos muito antes da gente conhecer Marcelus, mas ele é um grande vacilão com ela. E ela não merece isso. — Me beija! Por favor, me beija, Léo. — Sua voz sussurrava em meu ouvido e com as mãos ela alisava minhas costas. — Vamos para casa, você precisa de cuidados e eu vou cuidar de você. — Eu não quero cuidados, Léo. Eu quero t*****r muito a noite toda, com você. Sabe, eu estava tentando esconder isso de mim mesma, mas eu não consigo mais. Eu não quero nada sério, só quero poder sentar em você a noite inteira como se não houvesse amanhã. Bando suprir nossas necessidades juntos? — Soley… não faz assim comigo, você sabe, eu não quero atrapalhar nossa amizade. Eu te amo muito, mas não vai rolar nada aqui, vamos para casa. Por favor, meu amor. — Agora não. Está muito cedo ainda. Já que não quer nada comigo eu vou sair um pouco, aqui está muito parado. Preciso dar uns sentidos a minha vida ou vou acabar enlouquecendo. A mãe de Soley era alcoólatra e ninguém sabe por onde ela anda, o pai dela foi assassinado com um tiro no peito por que foi roubar um banco e não deu certo. Seu refúgio era Marcelus, mas ele vacilou demais com ela, traiu ela demais e ela de tudo sabia, mas não queria acreditar até que, pegou ele no flagra. — Vem cá! — A puxei para perto de mim e ela encostou a cabeça em meu peito, em seguida olhando para cima e mirando em meus olhos. — Eu te amo tanto, Soley. Você não imagina o quanto. — Ela preferiu não responder e se manteve em silêncio. — Eu também te amo, Leonardo. Te amo desde sempre. Só que você sempre foi bom demais para mim. Tudo em você é bom demais e eu não sou merecedora de tudo isso. — E do que você seria merecedora, Soley? De traições; mentiras e afins? Eu jamais te julgaria por suas escolhas, mas você não merece isso. — E o que você quer que eu faça? Deixe ele lá até morrer? Porque você ouviu a Joeli dizendo que queria desligar as máquinas. Não posso deixar isso acontecer. Enquanto isso vamos ver no que isso vai dar… — Enquanto isso vamos aproveitar a noite então, mas (...) Soley Mais um dia acordei com o despertador alarmando, mas lembro perfeitamente de cada detalhe da noite de ontem. Passei a mão na cama e não senti ninguém ali, me senti abandonada por alguns segundos até que Leonardo entrou no quarto… — Você vai trabalhar hoje? — Ele pergunta sentando na beirada da cama e passando a mão em minha perna. — Não… hoje eu não estou afim. Minha cabeça está doendo muito. — Minha cabeça não estava doendo, eu só não queria ter que encarar aquele pessoal hoje. Minha vibe não era uma das melhores no momento. — Então, fica comigo? Vamos sair um pouco. Eu juro que você não vai se arrepender. Leonardo era um cara bacana que sabia f***r bem, mas isso não era o suficiente. Eu não me sentiria bem traindo o Marcelus, bom… eu também tenho minhas necessidades e apesar de tudo amo o Leonardo. Ele foi meu primeiro amor, já me ajudou a superar muitas coisas, acho que o destino sempre nos quis juntos, eu é que fui i****a.
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