Ela tinha ido às compras com Elizabeth, mas antes de sair notou uma tensão entre a madrasta de Júlio César e Rosário, mas nenhuma delas quis contar o motivo.
Com ajuda de Elizabeth ela escolheu um vestido bonito, com uma fend@ nas pernas e que ressaltava os s£ios médios dela.
Passaram em um salão. Cleópatra fez um corte pela primeira vez nos cabelos, quem tirava apenas as pontas era Rosário. Agora ela tinha um corte moderno, mas os fios continuavam na cintura.
Voltou para casa se sentindo confiante e bonita, nunca tinha se sentido tão bem como naquele momento. Depois de um banho ela caprichou na maquiagem.
Júlio César só apareceu em cima da hora, tinha respingos de sangue na blusa
_ O que aconteceu?
Ele balançou a cabeça em negativa
_ Só alguém que quis me passar a perna.
Ele ficou pronto em quinze minutos, o marido parecia um camaleão, chegou em casa de jeans e camiseta surrada, com um brinco na orelha, mas agora parecia um magnata, de terno e somente com um relógio caríssimo no pulso. Cleópatra soube que demoraria para entender quem era o marido.
Ele podia se camuflar em qualquer lugar, ele era temido na ala sombria de Nova Iorque, mas era aclamado como um CEO que veio do nada, ele era o diretor chefe de uma empresa que levava o nome dele.
Era considerado um bom partido, mesmo que o nome dele não viesse de uma família tradicional.
O lugar da recepção era extremamente sofisticado. Cleópatra sabia se comportar, porque Rosário tinha ensinado regras de etiqueta que havia aprendido com a antiga patroa.
Ela estava deslumbrante, posaram para algumas fotos.
Os holofotes estavam neles, porque era a primeira vez que Júlio César aparecia com alguém, e quando notaram as alianças os burburinhos começaram.
Não era bem uma reunião, era a premiação das melhores empresas no ramo automobilístico daquele semestre. O prêmio de primeiro lugar era de Júlio César, o troféu foi entregue nas mãos de Cleópatra, ganharam uma salva de palmas.
Júlio César recebeu elogios pelo prêmio, mas também pela escolha da esposa, nesse momento, Cleópatra entendeu quando ele disse que ela era um troféu também. Naquele mundo tudo era aparência e dinheiro, e quanto mais rápido ela aprendesse isso, mais forte ela ficaria.
Ela o deixou bebendo um drink, e foi ao toalete, na saída foi interceptada por um homem jovem, bonito, mas que não chegava aos pés do seu marido.
_ Vim cumprimentá-la, senhora
_ Já o fez, passar bem
Ela se preparou para partir, mas ele a segurou pelo braço
_ Podemos trocar os números de telefones, o seu marido é um homem ocupado, posso ser uma boa companhia
_ Não estou interessada em sua companhia.
Júlio César observava a cena, com as duas mãos no bolso.
Não ouviu a conversa, mas entendeu que a sua mulher não aceitou ser cortejada pelo empresário, sentia vontade de cortar a garganta do rival, mas não era o momento, não ainda.
Quando ela se aproximou, ganhou um sorriso dele
_ É bom saber que vai cumprir a promessa de ser fiel
_ Se você cumprir a sua
_ Nem se eu quisesse traí-la Cleópatra,nem mesmo consigo ficar duro por outra, não como fico com você.
Ele passou as mãos no queixo, e olhou para o empresário que desejava cortejar Cleópatra, era como se pensasse o que fazer e orquestrasse um plano.
Sorriu, se Cleópatra tivesse com olhar fixo nele, teria descoberto nesse momento o porquê dele ser temido, ele podia ser chamado de cão de briga, mas também de camaleão.
Na cidade existiam duas gangues rivais, uma era comandada por Júlio César, na gangue ele era chamado de JC, tinham uma espécie de clube de motoqueiros, mas estavam ligados ao contrabando de mercadorias de alto padrão, e ao comando dentro dos presídios, ninguém morria ou vivia dentro de uma penitenciária sem que ele soubesse. A população acreditava que os presídios eram comandados pelo departamento de segurança, engano, quem comandava eram gangues, mas sempre tinha uma com o poder mais forte, e JC estava no topo.
A segunda gangue mais forte, era comandada por alguém cujo codinome era camaleão, ninguém sabia quem era ele, nem os seus homens, ele aparecia a noite, de máscara, falava com o seu comandante, que era o único que conhecia a sua identidade, logo desaparecia, mas o camaleão sabia de tudo que acontecia. Já haviam tentado uma espécie de rebelião, mas cada um dos rebeldes terminaram mortos.
Assim, existia uma rivalidade entre a gangue de JC chamado cão de briga e a gangue do camaleão, mas no fim o comando era o mesmo. Enquanto os homens lutavam para ver qual gangue se sobressaia, e quem enriquecia mais, ele gostava de ver os embates entre os homens, ninguém tinha terminado morto por isso. O clube ou gangue como alguns chamavam, comandada pelo suposto camaleão, estava fortemente no comando da prostituiç@o de Nova Iorque, nenhuma mulher estava obrigada, era a lei da máfia americana e ele seguia, era inteligente o suficiente para não ter a máfia como inimiga, mas sim com aliada.
Quando a confraternização acabou…
Foram para casa com ele silencioso.
_ Você está estranho.
Ele não respondeu absolutamente nada
Mas pisou o pé no acelerador, anos atrás ele participava de corrida de ruas e também era o melhor.
Ela estava de cinto, mas o medo a dominou.
_ Ficou m@luco? Pare!
_ Jure que não vai me trair que eu paro
Ela nem mesmo entendeu o que ele dizia, tamanho era o pânico, não era fã de adrenalina, não daquele tipo.
_ Pare!
_ JURE QUE NÃO VAI ME TRAIR, PORR@, JURE!
_ Não vou! Agora, reduza a velocidade.
Ele diminuiu
Ela fechou os olhos se acalmando, se sentiu assustada como quando era criança e o seu pai a aterrorizava com cinto em suas costas.
Soluçou
_ Por que fez isso?
Ele tirou o paletó
_ Nunca senti ciúmes em minha vida.
Ela permaneceu calada, mas ficou aliviada, por ele dirigir normalmente agora, não queria ficar morta de medo.
Mas o pânico de minutos antes instaurou o medo que sentia na infância, continuou chorando.
Ela correu para o quarto quando chegaram em casa, notou ele se despir a olhando.
_ Não
_ Não vou machucá-la.
_ Eu não quero, não com penetr@ção.
Mas ele nem mesmo ouvia, estava excit@do e sentia um ciúme quase mortal dela nesse momento…
Ele tinha guardado as armas no cofre...