
Essa garota vai me enlouquecer.
O que faço com ela? Uma menina... e ainda ousa brincar com fogo bem diante de mim.
Deveria se comportar, manter as pernas fechadas, respeitar o ambiente — respeitar a mim. Estamos numa reunião solene, os Dons trocam propostas de aliança, charutos acesos, palavras pesadas que moldam o futuro das famílias. Meu filho ouve atento ao lado da sua esposa. Eu deveria estar focado em cada detalhe dito à mesa.
Mas não.
Meus olhos traem a razão e voltam sempre para o mesmo ponto: a renda branca da calcinha dela, indecente, que ela expõe de propósito. Como uma travessura insolente, ela ri, cruza as pernas devagar, consciente do veneno que destila. Os lábios mordidos, os dedos brincando com as pontas do cabelo enrolado... e eu perco o controle.
Ela me excita porque sabe. Porque percebeu que conseguiu me atingir.
E isso me destrói.
Sou o sogro da melhor amiga dela. Tenho quarenta e cinco anos, já vivi demais para me deixar dominar por uma provocação juvenil. Ela tem apenas dezoito... mas é justamente aí que reside a tortura: essa juventude que me afronta, esse olhar atrevido que desafia minha sanidade.
