A gentileza era o alicerce central de sua personalidade, a praticava desde a infância e jamais tivera motivos para se arrepender do fato. Até aquele dia, quando aceitou deixar seu carro automático no estacionamento a quatro quadras da casa de Cherry e entrou no chevette vermelho.
O veículo ser uma antiguidade - digna de museu - não impactava seu arrependimento. Era o calor dentro dele e o chacoalhar sem fim, fazendo seu estômago revirar desagradavelmente seu café da manhã, o motivo. O ar condicionado de seu automóvel fazia falta, principalmente em comparação ao ar quente que passava pelos buracos do painel e a dificuldade de abrir a janela. Logo nos primeiros minutos Cherry lhe indicou manivela para abri-la, só não avisou que teria de empreender toda sua força para girar aquilo, cada volt
