bc

Entre a Fé e o Pecado

book_age18+
73
FOLLOW
1K
READ
forbidden
submissive
drama
bold
rejected
virgin
love at the first sight
addiction
like
intro-logo
Blurb

Ele era o d***o em pele de homem — frio, calculista, incapaz de sentir medo ou remorso. Dono de um olhar que dilacerava e de um poder que envenenava qualquer um que ousasse se aproximar. Um predador que nunca conheceu a derrota.

Mas o que ele não esperava era cruzar o caminho dela.

Uma mulher ainda mais perigosa, um demônio de saia disfarçado em curvas e segredos, que não se encolhe diante de monstros porque ela mesma é um.

Entre eles nasce um jogo ardente e perverso, feito de submissão, sedução e traição. Um campo minado onde cada beijo pode ser uma armadilha, cada toque um pacto silencioso e cada orgasmo uma sentença.

No final, apenas um pode vencer.

Mas quando dois infernos se encontram… o prazer pode ser a forma mais doce da destruição.

chap-preview
Free preview
A Chegada da Tentação
A manhã amanhecera calma na pequena cidade de São Domingos, um daqueles lugares onde os sinos da igreja ditavam o ritmo dos dias e onde todos se conheciam pelo nome. A praça central ainda estava úmida do orvalho, e o vento leve balançava as flores coloridas do jardim que rodeava a antiga matriz. A vida ali parecia simples, previsível, quase sem sobressaltos. Pelo menos até a chegada dela. Valesca não era filha da cidade. Viera de longe, carregando poucas malas e uma presença que chamava atenção sem precisar de esforço. Seus passos eram leves, mas sua postura ereta e o olhar penetrante faziam com que todos se voltassem para vê-la passar. Não havia exagero em sua beleza: era um tipo de encanto natural, envolvente, que parecia misturar inocência e algo mais perigoso, quase indecifrável. As mulheres cochichavam discretamente quando ela atravessava a praça, tentando adivinhar quem era, de onde viera e por que escolhera São Domingos para viver. Os homens, por sua vez, tinham dificuldade em esconder o deslumbre. Mas Valesca não parecia se importar. Caminhava com serenidade, como se soubesse que já dominava os olhares ao redor. Naquele primeiro domingo, entrou pela porta da frente da igreja como se já fosse parte da comunidade. Usava um vestido branco simples, de tecido leve, que lhe cobria até os joelhos. O véu delicado repousava sobre seus cabelos escuros e soltos, e na mão trazia um pequeno terço de contas azuis. Aproximou-se do altar, ajoelhou-se, fechou os olhos e começou a rezar. Padre André observava de longe. Estava acostumado a receber novos rostos na paróquia — viajantes, parentes de fiéis, pessoas que vinham passar temporadas com familiares —, mas havia algo diferente naquela jovem. Não apenas pela beleza evidente, mas pela intensidade da forma como se ajoelhou, como se cada gesto tivesse sido ensaiado para inspirar devoção. Ainda assim, em seu íntimo, o padre sentiu um incômodo inexplicável, um alerta silencioso que não conseguia nomear. Após a missa, Valesca aproximou-se dele com um sorriso suave, quase tímido. — Bom dia, padre. Sou Valesca. Acabei de chegar à cidade e gostaria de me confessar. A voz dela era doce, mas carregava uma firmeza curiosa. André assentiu, conduzindo-a até o confessionário. A luz do fim da manhã atravessava os vitrais coloridos, projetando reflexos vermelhos e azuis sobre o rosto da jovem. Ele não pôde deixar de reparar nesse detalhe, embora logo tenha tentado afastar o pensamento, concentrando-se em sua função. Ajoelhada, Valesca fez o sinal da cruz e começou: — Padre, pequei em pensamentos… em desejos que não deveria ter. Houve um breve silêncio. André aguardou, esperando que ela prosseguisse. — Às vezes sinto que carrego algo errado dentro de mim. Todos dizem que pareço uma moça boa, mas o que sinto aqui dentro — ela pousou a mão sobre o peito — não combina com a imagem que faço os outros acreditarem. André pigarreou discretamente, ajeitando a batina. A sinceridade daquelas palavras soava perturbadora. Muitos fiéis confessavam pecados semelhantes, mas o tom dela era diferente. Não havia vergonha nem arrependimento verdadeiro; havia quase um prazer escondido em revelar aquilo. Ele respirou fundo antes de responder: — O Senhor conhece o coração de cada um. Se realmente deseja mudar, precisa se entregar à oração e resistir ao que a afasta da pureza. Do outro lado da madeira, Valesca sorriu. André não podia ver, mas sentiu como se a atmosfera ao redor tivesse mudado. — E se o que eu desejo não for errado, padre? E se for apenas… humano? A pergunta ecoou dentro dele como um sussurro perigoso. André engoliu em seco. Tentou responder com firmeza, mas a voz lhe saiu mais baixa que o esperado: — O humano muitas vezes nos conduz ao pecado. Cabe a nós discernir o que vem de Deus e o que vem da tentação. Valesca silenciou por alguns instantes, apenas respirando devagar. O som de sua respiração parecia próximo demais, quase íntimo. Depois, completou com suavidade: — Então ore por mim, padre. Para que eu saiba distinguir… e resistir. Com essas palavras, fez o sinal da cruz e saiu do confessionário. Quando passou pelo corredor, um perfume leve ficou no ar, invadindo o espaço sagrado como se não pudesse ser contido. André fechou os olhos, murmurou uma prece e tentou se recompor. Mas sabia que aquele encontro havia deixado uma marca. Nos dias seguintes, Valesca tornou-se presença constante na igreja. Chegava cedo para as missas, permanecia ajoelhada mais tempo que os outros e sempre procurava André para breves conversas ou confissões. A comunidade passou a vê-la como exemplo de devoção, a “moça santa” que viera para encher de luz a pequena paróquia. Mas André, embora não tivesse provas, sentia o contrário. Cada vez que ela se aproximava, percebia a mesma sensação incômoda: algo escondido sob a aparência de pureza. Era como se, por trás dos olhos castanhos e da voz calma, houvesse uma provocação silenciosa. Certa tarde, depois de uma missa de semana, ela se aproximou do altar já vazio. Ajoelhou-se diante do padre, como se pedisse bênção, mas sua postura era diferente. Estava mais perto que o necessário, e seus olhos se ergueram diretamente para os dele. — Padre, às vezes sinto que não pertenço a este mundo. Como se houvesse algo maior… ou mais sombrio me puxando. André hesitou antes de tocar levemente sua cabeça para abençoá-la. O gesto que deveria ser simples tornou-se carregado de estranha tensão. Ele percebeu que sua mão tremia. — Não fale assim, filha. Todos pertencemos ao mundo de Deus. Valesca sorriu de canto, quase imperceptivelmente, antes de se levantar e se afastar. Naquela noite, André demorou a dormir. As palavras dela se repetiam em sua mente, misturando-se com imagens involuntárias que o envergonhavam. Sentia-se fraco, e a fraqueza lhe parecia perigosa. Rezou mais de uma dezena de vezes o Pai-Nosso, pedindo forças. Mas, ao fechar os olhos, ainda podia ver o sorriso discreto de Valesca e sentir o perfume que ficara impregnado em suas vestes. A cidade via nela uma benção. O padre começava a enxergar um desafio. E dentro dele, no silêncio das preces, germinava a dúvida: seria Valesca apenas uma jovem carente de orientação espiritual, ou seria a própria tentação personificada, enviada para testar sua fé? A resposta ainda não viria, mas André sabia que, a partir daquele dia, sua vida jamais seria a mesma.

editor-pick
Dreame-Editor's pick

bc

Sanguinem

read
4.3K
bc

O Lobo Quebrado

read
121.6K
bc

De natal um vizinho

read
13.9K
bc

Primeira da Classe

read
14.1K
bc

Amor Proibido

read
5.3K
bc

Meu jogador

read
3.3K
bc

Kiera - Em Contraste com o Destino

read
5.8K

Scan code to download app

download_iosApp Store
google icon
Google Play
Facebook